Aeronautas aprovam acordo com TST, evitam greve e garantem reajuste salarial até 2026
Os profissionais da aviação civil deram um passo decisivo para garantir estabilidade trabalhista e previsibilidade ao setor aéreo brasileiro. Os aeronautas associados ao Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) aeronautas aprovam acordo com TST ao aceitar a proposta de renovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) para os anos de 2025 e 2026. A decisão, tomada após votação da categoria, resultou no cancelamento da assembleia que poderia deliberar sobre a deflagração de greve, afastando riscos de paralisações em um momento de crescimento da aviação no país.
A negociação foi conduzida sob mediação do Tribunal Superior do Trabalho (TST), que atuou como instância conciliadora diante do impasse entre trabalhadores e empresas do setor aéreo. O desfecho positivo reforça o papel institucional do Judiciário trabalhista na construção de soluções equilibradas, capazes de atender às demandas dos profissionais sem comprometer a sustentabilidade econômica das companhias aéreas.
Reajuste salarial acima da inflação e ganho real
Um dos pontos centrais do acordo aprovado é o reajuste salarial. Conforme definido na proposta, os salários dos aeronautas serão corrigidos pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) acrescido de 0,5% de ganho real. Na prática, isso resulta em um aumento total de 4,68%, garantindo recomposição inflacionária e valorização do poder de compra dos trabalhadores.
O tema salarial esteve no centro das negociações, refletindo a preocupação da categoria com a preservação da renda diante do aumento do custo de vida. Ao optar por um índice que acompanha a inflação oficial, somado a um percentual adicional, o acordo busca equilibrar interesses e reduzir tensões históricas entre capital e trabalho.
Vale-alimentação tem reajuste expressivo
Além do reajuste nos salários, o acordo aprovado pelos aeronautas prevê um aumento significativo no vale-alimentação, que terá correção de 8%. O benefício é considerado estratégico para a categoria, especialmente diante da rotina intensa de trabalho, escalas irregulares e longos períodos fora de casa.
O reajuste acima da inflação no vale-alimentação foi interpretado como um avanço concreto nas condições de trabalho, funcionando como um complemento relevante à renda mensal dos profissionais da aviação. Esse ponto contribuiu de forma decisiva para o resultado da votação, conforme avaliação de representantes sindicais.
Resultado da votação revela divisão, mas maioria favorável
O processo de deliberação entre os aeronautas evidenciou divergências internas, mas terminou com maioria favorável à proposta mediada pelo TST. De acordo com os dados divulgados pelo Sindicato Nacional dos Aeronautas, 65,93% dos votos foram a favor do acordo, enquanto 32,77% se posicionaram contra. Houve ainda 1,29% de abstenção.
Os números indicam que, embora parte expressiva da categoria defendesse uma postura mais rígida, incluindo a possibilidade de greve, prevaleceu a avaliação de que o acordo representava um avanço possível dentro do atual contexto econômico e institucional.
Greve descartada e impacto direto para passageiros
Com a aprovação do acordo, foi automaticamente cancelada a assembleia que discutiria a deflagração de greve. A decisão traz alívio imediato para milhões de passageiros e para o setor de turismo, que poderiam ser diretamente afetados por paralisações em aeroportos estratégicos do país.
A lembrança de movimentos anteriores, como a paralisação realizada no Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, em 2022, ainda pesa na memória do setor. Greves de aeronautas costumam ter impacto sistêmico, afetando voos domésticos e internacionais, logística, turismo e negócios.
Ao optar pela negociação e pelo acordo, a categoria sinaliza compromisso com a continuidade dos serviços essenciais, sem abrir mão de avanços trabalhistas.
Papel do TST na mediação do conflito
O Tribunal Superior do Trabalho desempenhou papel central na construção do acordo que levou à decisão de que aeronautas aprovam acordo com TST. A mediação do TST foi fundamental para destravar pontos sensíveis da negociação, oferecendo segurança jurídica às partes envolvidas e evitando a judicialização prolongada do conflito.
A atuação do tribunal reforça sua função constitucional de promover a pacificação social e assegurar o equilíbrio das relações de trabalho. Em setores estratégicos como a aviação civil, esse papel ganha ainda mais relevância, considerando os potenciais impactos econômicos e sociais de disputas prolongadas.
Ministério de Portos e Aeroportos comemora acordo
O Ministério de Portos e Aeroportos manifestou publicamente satisfação com a aprovação do acordo. Em nota, a pasta destacou que o entendimento “estabelece ajustes em pontos relevantes das reivindicações trabalhistas, garantindo segurança jurídica e estabilidade para o setor”.
Segundo o ministério, o desfecho positivo da negociação ocorre em um momento de forte crescimento da aviação brasileira, com aumento da demanda por voos, ampliação de rotas e retomada do setor após períodos de crise. A estabilidade nas relações de trabalho é vista como fator essencial para sustentar esse movimento de expansão.
Crescimento da aviação e necessidade de previsibilidade
O setor aéreo brasileiro vive um momento de retomada e crescimento, impulsionado pela recuperação econômica, pelo aumento do turismo e pela ampliação da malha aérea. Nesse cenário, conflitos trabalhistas prolongados poderiam comprometer investimentos, planejamento operacional e a confiança do mercado.
A decisão de que aeronautas aprovam acordo com TST contribui diretamente para a previsibilidade do setor, permitindo que companhias aéreas planejem suas operações com maior segurança e que trabalhadores tenham clareza sobre seus direitos e remuneração nos próximos dois anos.
Avaliação sindical: avanço possível dentro do contexto atual
Representantes do Sindicato Nacional dos Aeronautas avaliam que o acordo aprovado representa um avanço possível dentro do atual contexto econômico. Embora reconheçam que nem todas as reivindicações foram integralmente atendidas, a direção sindical destaca que houve ganhos reais e manutenção de direitos importantes.
A renovação da Convenção Coletiva de Trabalho para 2025 e 2026 também evita lacunas normativas que poderiam gerar insegurança jurídica, tanto para trabalhadores quanto para empresas.
Impactos para o mercado de trabalho na aviação
O acordo firmado tem reflexos que vão além da categoria dos aeronautas. Ele serve como referência para negociações futuras em outros segmentos da aviação civil, como aeroviários e profissionais de apoio em solo.
Além disso, o entendimento sinaliza maturidade institucional e disposição ao diálogo, fatores valorizados por investidores e pelo mercado internacional, especialmente em um setor altamente regulado e competitivo.
Convenção Coletiva como instrumento de estabilidade
A Convenção Coletiva de Trabalho é um dos principais instrumentos de regulação das relações trabalhistas no Brasil. No caso dos aeronautas, ela define não apenas salários e benefícios, mas também regras sobre jornada, escalas, folgas e condições operacionais.
Ao renovar a CCT por dois anos, o acordo aprovado garante um período de estabilidade normativa, reduzindo o risco de conflitos recorrentes e fortalecendo o planejamento de longo prazo no setor aéreo.
Segurança jurídica e confiança institucional
Outro ponto enfatizado por autoridades e especialistas é a segurança jurídica proporcionada pelo acordo mediado pelo TST. A definição clara de regras e reajustes reduz o espaço para disputas judiciais e fortalece a confiança nas instituições responsáveis pela mediação de conflitos trabalhistas.
Esse ambiente de segurança jurídica é considerado essencial para um setor que depende de planejamento operacional rigoroso e de elevados investimentos em infraestrutura, frota e tecnologia.
Perspectivas para 2025 e 2026
Com a aprovação do acordo, os aeronautas entram nos anos de 2025 e 2026 com regras definidas e reajustes garantidos. A expectativa é de que o período seja marcado por maior tranquilidade nas relações de trabalho, permitindo foco na qualidade dos serviços e na segurança operacional.
Para o setor aéreo como um todo, a decisão de que aeronautas aprovam acordo com TST representa um sinal positivo de maturidade institucional e compromisso com soluções negociadas, em um ambiente econômico ainda desafiador.






