Dólar hoje opera estável à espera de possível acordo entre EUA e China
O dólar hoje iniciou a semana operando de forma estável nos mercados internacionais, refletindo o clima de expectativa diante de um possível acordo comercial entre Estados Unidos e China. As declarações recentes do presidente americano Donald Trump, que sugeriu uma redução nas tarifas aplicadas a produtos chineses mediante o cumprimento de certas condições, trouxeram um breve alívio aos investidores, mas o mercado ainda mantém postura cautelosa.
EUA sinalizam possível flexibilização nas tarifas à China
Trump afirmou que não pretende “destruir a China”, indicando uma disposição para suavizar as barreiras tarifárias impostas durante os últimos anos de disputas comerciais. A sinalização ocorre em meio à pressão por parte de produtores agrícolas americanos, especialmente após o republicano mencionar o desejo de que Pequim retome as compras de soja nos mesmos volumes anteriores ao conflito comercial.
A possível reaproximação entre Washington e Pequim repercute diretamente no comportamento do dólar hoje, que registra pequenas variações frente às principais moedas globais. Para os analistas, qualquer avanço concreto nas negociações tende a aliviar o câmbio e reduzir a volatilidade dos mercados emergentes, beneficiando economias exportadoras como o Brasil.
PIB da China mostra recuperação acima do esperado
Outro fator que influencia o dólar hoje é o desempenho positivo da economia chinesa. O PIB da China cresceu 4,8% no terceiro trimestre de 2025, superando ligeiramente as projeções do mercado, que apontavam avanço de 4,7%. Com isso, o crescimento acumulado até setembro chegou a 5,2%, alinhado com a meta anual estabelecida por Pequim.
A produção industrial chinesa também surpreendeu, registrando expansão de 6,5% em setembro, impulsionada por estímulos fiscais e melhora na demanda global. Já as vendas no varejo subiram 3% no mesmo período, demonstrando uma recuperação gradual do consumo doméstico, ainda moderada, mas consistente.
Esses dados fortalecem a percepção de que a China permanece como pilar central do comércio mundial, o que tende a beneficiar commodities exportadas pelo Brasil — como minério de ferro, petróleo e soja — e pode influenciar o comportamento do dólar hoje em território nacional.
Mercado internacional acompanha dados dos EUA e do Brasil
Enquanto isso, o mercado financeiro global aguarda a divulgação de indicadores econômicos importantes. Nesta semana, o foco está voltado para o CPI (índice de preços ao consumidor) de setembro dos EUA e o IPCA-15 no Brasil, ambos previstos para sexta-feira.
Esses dados devem orientar as expectativas em torno da política monetária do Federal Reserve (Fed) e do Banco Central do Brasil.
O Fed, que entra em período de silêncio antes da decisão sobre juros marcada para o dia 29, enfrenta pressão para confirmar se iniciará cortes ainda neste ano. Qualquer sinal de política monetária mais branda pode derrubar o dólar hoje, já que juros mais baixos nos EUA tendem a reduzir a atratividade dos ativos em dólar.
Atuação do Banco Central e comportamento do câmbio
No mercado doméstico, o Banco Central do Brasil realiza nesta segunda-feira dois leilões de linha (venda de dólares com recompra), ofertando até US$ 1 bilhão na modalidade pós-fixada à Selic, com o objetivo de rolar o vencimento de contratos de 4 de novembro de 2025. As operações ocorrem entre 10h30 e 10h35 e visam garantir liquidez ao sistema cambial, evitando oscilações bruscas na cotação.
Na sexta-feira, o dólar à vista encerrou o pregão em R$ 5,405, com queda de 0,69%, impulsionado pelo otimismo moderado em torno das negociações comerciais entre EUA e China. O movimento também refletiu uma desvalorização global da moeda americana, observada frente a pares desenvolvidos e emergentes.
Cenário fiscal brasileiro ainda pesa sobre o câmbio
No campo interno, as incertezas fiscais continuam a influenciar o comportamento do dólar hoje. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou o programa “Reforma Casa Brasil”, que prevê R$ 30 bilhões para reformas habitacionais, e sinalizou novas indicações políticas, incluindo a nomeação do ministro da AGU, Jorge Messias, para o STF.
Além disso, o governo federal planeja expandir o programa Pé-de-Meia para todos os estudantes brasileiros, com um investimento de R$ 108 milhões destinado a cursinhos populares em 2026. Embora a medida seja vista como importante para reduzir desigualdades sociais, analistas apontam que a ampliação de gastos públicos sem compensação fiscal pode pressionar a moeda e gerar instabilidade no câmbio.
O TCU alertou que a concentração dos esforços apenas no piso da meta fiscal pode elevar a dívida pública em até R$ 320 bilhões nos próximos dez anos. Diante disso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reforçou que a política econômica do governo busca justiça tributária, com foco em aumentar a taxação sobre as faixas de maior renda.
Essas discussões fiscais costumam impactar diretamente o comportamento do dólar hoje, uma vez que investidores internacionais monitoram de perto a capacidade do governo brasileiro de cumprir suas metas orçamentárias.
Expectativas para o mercado financeiro
De acordo com o Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira, a mediana das projeções para a inflação suavizada dos próximos 12 meses recuou de 4,13% para 4,12%, mostrando leve melhora nas expectativas. Um mês atrás, o índice era de 4,36%.
Com a inflação sob controle e expectativa de estabilidade nos juros, parte do mercado projeta que o dólar hoje deve manter-se próximo da faixa de R$ 5,40, com possibilidade de alívio adicional caso o ambiente internacional permaneça favorável.
Investidores seguem atentos também à missão do vice-presidente Geraldo Alckmin à Índia, que busca ampliar acordos comerciais e atrair investimentos estrangeiros. A abertura de um escritório da Embraer no país asiático é vista como um passo estratégico para fortalecer as exportações brasileiras de tecnologia e aviação, o que pode gerar reflexos positivos sobre o câmbio.
Cenário global e perspectivas
No exterior, as bolsas europeias e asiáticas operam em alta nesta segunda-feira, sustentadas pela recuperação gradual da China e pela perspectiva de distensão entre Pequim e Washington. A nova coalizão política firmada no Japão também contribui para o otimismo, oferecendo maior estabilidade à região.
No entanto, analistas alertam que o cenário ainda é volátil. A indefinição sobre a política fiscal americana, os conflitos geopolíticos em curso e as incertezas sobre o ritmo de crescimento global podem alterar rapidamente a trajetória do dólar hoje.
A depender dos próximos dados econômicos e dos desdobramentos nas negociações entre EUA e China, o câmbio pode oscilar entre R$ 5,35 e R$ 5,45 ao longo da semana.
a postura do Banco Central brasileiro continuará sendo decisiva para conter movimentos especulativos e preservar a estabilidade cambial.
Resumo: o que influencia o dólar hoje
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Expectativa de acordo comercial entre EUA e China;
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PIB chinês acima do esperado, com impacto positivo sobre commodities;
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Leilões de dólar realizados pelo Banco Central brasileiro;
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Incertezas fiscais e novas políticas sociais do governo Lula;
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Expectativas sobre inflação e juros no Brasil e nos EUA.






