Ibovespa Futuro cai com falas de Haddad e autoridades do Fed em foco
O Ibovespa Futuro iniciou a semana em queda, refletindo a combinação de fatores internos e externos que afetam diretamente o humor dos investidores. As falas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, somadas às declarações de autoridades do Federal Reserve (Fed), ganharam destaque no mercado financeiro e influenciam a trajetória da bolsa brasileira.
Abertura do mercado: Ibovespa Futuro em baixa
Nos primeiros negócios desta segunda-feira (22), o Ibovespa Futuro com vencimento em outubro registrava recuo de 0,29%, cotado em 146.375 pontos. O desempenho negativo acompanha a cautela dos investidores, que avaliam não apenas os rumos da política fiscal no Brasil, mas também os próximos passos da política monetária norte-americana.
A participação de Fernando Haddad no painel de abertura do BTG Pactual MacroDay, em São Paulo, era aguardada com atenção pelo mercado. Qualquer sinalização sobre ajustes fiscais, medidas de arrecadação ou projeções do governo pode afetar diretamente a percepção de risco e a confiança dos investidores. Além disso, a divulgação do relatório de receitas e despesas pelo governo federal também está no radar, reforçando a importância do cenário fiscal doméstico.
O peso das falas do Federal Reserve
No exterior, os olhos se voltam para o Federal Reserve. Após indicar a possibilidade de um afrouxamento gradual da política monetária, a autoridade monetária dos Estados Unidos entrou novamente em pauta com a agenda de discursos de seus dirigentes. Nomes como John Williams, Thomas Barkin e Stephen Miran discursam nesta segunda-feira, enquanto Raphael Bostic, Michelle Bowman e o chair Jerome Powell falarão nos próximos dias.
Essas declarações são cruciais para calibrar as expectativas do mercado em relação à trajetória dos juros americanos, que impactam diretamente os fluxos de capital global e, consequentemente, os ativos de países emergentes como o Brasil.
Wall Street em compasso de espera
O movimento de cautela também atingiu os índices futuros em Wall Street. O Dow Jones Futuro caía 0,38%, o S&P 500 Futuro recuava 0,34% e o Nasdaq Futuro apresentava queda de 0,38%. Esses desempenhos refletem a sensibilidade dos investidores diante das incertezas sobre a política monetária do Fed e o cenário econômico internacional.
Dólar e mercado de câmbio
No câmbio, o dólar à vista subia 0,19%, negociado a R$ 5,332. Já o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento apresentava leve baixa de 0,19%, cotado em 5.337 pontos na B3. A volatilidade da moeda americana reflete tanto a influência externa quanto a percepção de risco fiscal no Brasil.
Ásia-Pacífico: mercados mistos
Os mercados da Ásia-Pacífico fecharam de forma mista. Na China, o Banco Popular manteve as taxas preferenciais de juros (LPR) inalteradas pelo quarto mês consecutivo, em linha com as expectativas do mercado. Essa decisão reforça a cautela das autoridades chinesas diante de uma recuperação econômica ainda desigual.
Já na Índia, as ações de tecnologia recuaram quase 3% após o anúncio de novas taxas de visto pelo governo dos Estados Unidos, impactando diretamente empresas que dependem da exportação de mão de obra qualificada.
Commodities: petróleo e minério de ferro
No setor de commodities, os preços do petróleo registraram alta nesta segunda-feira, recuperando parte das perdas da sessão anterior. O movimento é sustentado por expectativas de aumento de demanda no curto prazo e por ajustes na produção em países-chave da Opep+.
O minério de ferro, por sua vez, avançou na China. O aumento da produção de aço para abastecer a demanda de materiais de construção antes do feriado do Dia Nacional impulsionou as cotações. O desempenho da commodity beneficia empresas brasileiras do setor, especialmente a Vale, com forte presença no mercado internacional.
Perspectivas para o Ibovespa Futuro
O desempenho do Ibovespa Futuro nesta semana dependerá diretamente da interação entre os fatores domésticos e internacionais. No Brasil, os agentes de mercado estarão atentos às sinalizações do governo em relação à política fiscal e ao equilíbrio das contas públicas. Já no exterior, as falas das autoridades do Fed e os dados econômicos dos EUA devem manter a volatilidade elevada.
A combinação desses elementos tende a gerar oscilações relevantes na bolsa brasileira, reforçando a necessidade de cautela por parte dos investidores.






