Ibovespa hoje: impacto da desistência da fusão entre Azul e Gol, tarifas de Trump e inflação dos EUA no mercado
O Ibovespa hoje inicia a sexta-feira (26) em clima de cautela, refletindo uma série de fatores internos e externos que influenciam diretamente o humor dos investidores. Entre os principais destaques estão o fim das negociações de fusão entre as companhias aéreas Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4), a divulgação de novos dados de inflação nos Estados Unidos e a repercussão das tarifas comerciais anunciadas pelo presidente Donald Trump.
Ao mesmo tempo, o mercado acompanha eventos políticos e econômicos no Brasil, como a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em cerimônia do Conselho Federal de Participação da Bacia do Rio Doce e as discussões do Banco Central (BC) com economistas em São Paulo.
Azul e Gol: fusão cancelada
Um dos principais assuntos que movimentam o Ibovespa hoje é a decisão do Grupo Abra, controlador da Gol, de encerrar as negociações de fusão com a Azul. Além do rompimento das conversas, também foi encerrado o acordo de codeshare (compartilhamento de voos) entre as companhias.
A justificativa para o cancelamento está no foco da Azul em seu processo de Chapter 11, bem como na falta de avanços significativos desde a assinatura do memorando de entendimento em janeiro.
A notícia gera repercussões imediatas no setor aéreo, com investidores avaliando os impactos da decisão sobre a competitividade das companhias em um cenário de custos elevados de combustível e pressão cambial.
Inflação dos EUA e falas do Fed
Outro ponto central no radar do Ibovespa hoje é a divulgação do índice de inflação PCE nos Estados Unidos, além do índice de sentimento do consumidor da Universidade de Michigan.
As falas de membros do Federal Reserve (Fed) também estão no radar. Tom Barkin, presidente do Fed de Richmond, e Michelle Bowman, vice-presidente de Supervisão, devem se pronunciar sobre os rumos da política monetária americana.
O mercado teme que novas pressões inflacionárias limitem o espaço para cortes de juros nos EUA, o que poderia afetar o fluxo de capitais para mercados emergentes como o Brasil.
Tarifas de Trump e impacto global
As medidas comerciais anunciadas por Donald Trump também influenciam o desempenho do Ibovespa hoje. O presidente dos EUA determinou tarifas de até 100% sobre medicamentos, além de aumentos em móveis, armários de cozinha, pias de banheiro e caminhões pesados.
Essas medidas podem dobrar os preços de alguns medicamentos e pressionar os custos do Medicare e do Medicaid, aumentando riscos inflacionários globais.
Apesar de o Brasil não exportar medicamentos ou caminhões pesados para os EUA, o país vende móveis e itens de cozinha ao mercado americano, o que pode gerar impacto em setores específicos da economia brasileira.
Bolsas internacionais e dólar
Os futuros de Nova York operam com fôlego limitado, enquanto bolsas europeias mostram ganhos moderados. Na Ásia, o cenário é misto, com destaque para a queda das ações de farmacêuticas em resposta às tarifas de Trump.
O dólar mostra fraqueza frente a moedas globais antes da divulgação dos dados de inflação, mas segue sendo um fator de atenção para o desempenho do Ibovespa hoje.
Commodities: petróleo e minério de ferro em queda
O setor de commodities também influencia diretamente o mercado. O petróleo apresenta queda leve em meio a tensões geopolíticas, com o WTI cotado a US$ 64,75 e o Brent a US$ 69,19.
O minério de ferro negociado na bolsa de Dalian, na China, recuou 1,74%, cotado a 790 yuans (cerca de US$ 110,70 a tonelada).
Com isso, ações de empresas como Vale (VALE3) e Petrobras (PETR3; PETR4) podem pressionar o Ibovespa hoje, dado o peso dessas companhias no índice.
ADRs de Vale e Petrobras
No pré-mercado de Nova York, os American Depositary Receipts (ADRs) da Vale recuavam 0,55%, enquanto os da Petrobras tinham queda de 0,15%. O desempenho desses papéis tende a refletir nos ativos negociados na B3 ao longo do dia.
O EWZ, principal ETF brasileiro negociado em Wall Street, operava em leve queda de 0,10%, sinalizando cautela também entre investidores estrangeiros.
Agenda política e fiscal no Brasil
No cenário interno, além da agenda presidencial, o mercado acompanha negociações sobre a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026. O relator Gervásio Maia (PSB-PB) busca acordo com o governo sobre o cronograma de pagamento de emendas parlamentares, ponto sensível no contexto de um ano eleitoral.
Esse debate pode influenciar a percepção fiscal e impactar o apetite por risco dos investidores no mercado brasileiro.
O que esperar do Ibovespa hoje?
Diante de tantos fatores, o Ibovespa hoje deve apresentar volatilidade, com maior sensibilidade aos dados econômicos dos EUA e ao desempenho das commodities. A queda no minério de ferro e no petróleo tende a pesar sobre mineradoras e petroleiras, enquanto as notícias envolvendo Azul e Gol movimentam o setor aéreo.
No cenário externo, os investidores aguardam com cautela a divulgação do PCE americano, que deve ditar o ritmo dos mercados globais no curto prazo.
O pregão desta sexta-feira (26) será marcado por um ambiente de alta volatilidade. O desempenho do Ibovespa hoje dependerá do equilíbrio entre fatores externos, como inflação nos EUA, tarifas de Trump e tensões geopolíticas, e questões internas, como a situação fiscal brasileira e as notícias corporativas envolvendo companhias de peso no índice.
Para os investidores, o momento exige atenção redobrada, diversificação de estratégias e acompanhamento em tempo real dos indicadores econômicos que podem mexer com o mercado.






