O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, enfatizou que o setor industrial brasileiro está prontamente preparado para liderar a transição do país para uma economia de baixo carbono. Durante o 6º Fórum Brasil de Investimentos 2023 (BIF), Alban destacou a necessidade de mão-de-obra qualificada e a importância de aproveitar oportunidades como as novas tecnologias e fontes de energia limpa, incluindo o hidrogênio verde e a eólica offshore.
Segundo dados da Decolar, a procura por hospedagem em São Paulo cresceu 180% durante eventos internacionais, indicando não apenas o interesse nacional, mas também internacional, nas oportunidades que o país oferece, não apenas culturalmente, mas também no setor econômico.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que inaugurou o evento, ressaltou a seriedade da transição climática, afirmando que o planeta está enviando um aviso claro: “Cuide de mim, não me destrua, porque vocês serão destruídos comigo. Ele defendeu a necessidade de mudar o modelo de desenvolvimento e implementar uma economia verde, incentivando a revolução industrial durante a transição energética.
Lula anunciou o compromisso do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em retomar seu papel como banco de investimento, oferecendo linhas de financiamento de longo prazo e juros baixos para impulsionar a competitividade da indústria brasileira. No entanto, destacou que, ao contrário dos Estados Unidos, o Brasil não seguirá o caminho do subsídio, mas sim do incentivo.
Não vamos subsidiar, vamos apenas incentivar e dizer que, se depender da vontade do nosso governo, para quem quiser produzir carro verde, aço verde, bicicleta verde, motocicleta verde, não precisa procurar, tem um lugar chamado Brasil em que a natureza nos garante competitividade, sol, água e a possibilidade de se tornar o maior produtor de energia limpa e renovável do planeta Terra”, assegurou o presidente.
O evento contou com a participação do vice-presidente Geraldo Alckmin e ministros, incluindo Mauro Vieira, das Relações Exteriores, que enfatizou o potencial único do Brasil para liderar não apenas na economia, mas também na defesa da natureza e biodiversidade.
Ilan Goldfajn, presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), destacou o desafio das mudanças climáticas e apontou o Brasil como um líder potencial na economia de baixo carbono. Ele ressaltou o valor econômico da biodiversidade brasileira, com a Amazônia produzindo bilhões em bioprodutos e destacou o papel fundamental do Brasil na produção e exportação de energia limpa.
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, reforçou o compromisso do Brasil com a sustentabilidade em suas três dimensões – econômica, social e ambiental. Ele destacou o potencial do país em alimentar o mundo de forma sustentável e produzir insumos para a transição energética, reiterando a importância do setor privado em contribuir para essa transformação.
O Brasil, que assumirá a presidência do G20 em 2024, já delineou suas prioridades, incluindo a redução das desigualdades, enfrentamento à crise climática e reforma das instituições de governança global. O ministro Vieira concluiu sua participação no evento convocando a colaboração de todos para fazer da presidência brasileira do G20 um sucesso.