O Brasil perdeu, nesta quinta-feira (3), um de seus maiores ícones do jornalismo televisivo: Cid Moreira, jornalista, locutor e apresentador, faleceu aos 97 anos. Internado no Hospital Santa Teresa, em Petrópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro, ele vinha tratando de uma pneumonia nas últimas semanas. Sua voz inconfundível e presença marcante na televisão brasileira deixaram um legado que será lembrado por gerações.
A trajetória de Cid Moreira no jornalismo
Cid Moreira teve uma longa e brilhante carreira, sendo um dos maiores nomes da televisão brasileira. Segundo o Memória Globo, ele esteve à frente do Jornal Nacional (JN) por mais de 26 anos, tendo apresentado cerca de 8 mil edições do principal noticiário da TV Globo. Moreira esteve na bancada desde a primeira edição do JN, em 1969, tornando-se o rosto e a voz do jornalismo brasileiro por décadas.
Nascido em Taubaté, no Vale do Paraíba, em 1927, Cid Moreira construiu sua carreira em diferentes veículos de comunicação até se tornar uma figura icônica da TV brasileira. Sua dicção perfeita, entonação singular e carisma o consagraram como uma das vozes mais reconhecidas do país, alcançando um patamar de respeito e admiração não apenas por jornalistas, mas também pelo público em geral.
Cid Moreira: a voz do Jornal Nacional
O Jornal Nacional representou o auge da carreira de Cid Moreira, sendo um divisor de águas na história do telejornalismo brasileiro. Ao lado de Sérgio Chapelin, Cid comandou o jornal com uma postura serena, mas firme, levando informações precisas e relevantes para milhões de lares brasileiros todas as noites. Durante seus anos no JN, Moreira cobriu eventos históricos, como a redemocratização do Brasil, crises econômicas e acontecimentos globais de grande repercussão.
Para muitos brasileiros, a imagem de Cid Moreira anunciando as principais notícias do dia tornou-se parte da rotina. Seu estilo sóbrio e ao mesmo tempo acolhedor, associado à sua voz grave, transmitia confiança em tempos de incertezas, reforçando sua importância no jornalismo do país.
Legado além da televisão
Apesar de ser mais conhecido pelo seu trabalho no Jornal Nacional, Cid Moreira construiu uma carreira sólida fora das telas. Sua voz icônica foi utilizada em diversas campanhas publicitárias e em projetos audiovisuais. Um de seus trabalhos mais notáveis foi a narração da Bíblia Sagrada, que até hoje é um dos materiais de maior sucesso entre os cristãos.
Com uma vida dedicada à comunicação, Cid Moreira sempre buscou inovação e qualidade em seus projetos, o que o tornou uma referência em locução. Mesmo após sua saída do Jornal Nacional, ele continuou ativo, gravando conteúdos para rádio, televisão e internet, além de se dedicar a projetos pessoais, como a narração de textos religiosos.
Repercussão da morte nas redes sociais
A morte de Cid Moreira causou comoção entre autoridades políticas e personalidades, que lamentaram sua partida nas redes sociais. O deputado federal Bohn Gass (PT-RS) expressou suas condolências, afirmando: “Cid Moreira, dono de uma das vozes mais marcantes da história da TV brasileira, acaba de falecer. Tinha 97 anos. Que a família tenha paz”. Já o deputado Tarcísio Motta (PSOL-RJ) destacou a força da voz de Cid, dizendo: “Voz marcante e memorável! Desejo força aos amigos, familiares e fãs.”
Além dos políticos, jornalistas e profissionais da comunicação também prestaram suas homenagens a Cid Moreira. Sua contribuição para o jornalismo e a locução foi amplamente lembrada, reforçando seu papel como uma das figuras mais importantes da mídia brasileira.
Cid Moreira e a história da televisão brasileira
A história de Cid Moreira se confunde com a própria evolução da televisão no Brasil. Ele fez parte da primeira geração de apresentadores que ajudaram a consolidar a TV como o principal meio de comunicação de massa do país. Com o advento da televisão nos anos 1950, Cid foi pioneiro em trazer um jornalismo mais dinâmico, com um modelo de apresentação que até hoje é referência.
Sua presença à frente do Jornal Nacional durante mais de duas décadas garantiu que ele fosse reconhecido não apenas como um profissional exemplar, mas também como uma espécie de “voz da consciência” do país, capaz de comunicar tanto a leveza quanto a seriedade dos acontecimentos que marcaram a história do Brasil e do mundo.
O impacto de Cid Moreira no jornalismo atual
Mesmo com o passar dos anos e o avanço das novas tecnologias, o legado de Cid Moreira permanece presente no jornalismo contemporâneo. Sua maneira de conduzir as notícias, com profissionalismo e imparcialidade, serve de modelo para as novas gerações de jornalistas e comunicadores. A sua postura diante das câmeras e a capacidade de adaptar seu estilo de narração para diferentes contextos consolidaram sua importância não só como apresentador, mas também como um comunicador completo.
Cid Moreira deixa uma lacuna no jornalismo brasileiro, mas seu impacto será sentido por muitos anos. Sua voz continuará ecoando nos trabalhos que deixou, seja no campo jornalístico, seja nas suas contribuições para a narração de textos religiosos e culturais.
Um legado imortal
A morte de Cid Moreira marca o fim de uma era na televisão brasileira, mas seu legado é eterno. Ele não foi apenas uma voz, mas uma presença constante nas vidas de milhões de brasileiros, que o acompanharam ao longo de sua trajetória. Aos 97 anos, Cid Moreira deixa um exemplo de dedicação, excelência e compromisso com a verdade, qualidades que farão falta, mas que continuarão a inspirar profissionais da comunicação e admiradores de seu trabalho.
Sua partida é sentida por todos, mas sua voz jamais será esquecida.