Produção de petróleo e gás natural do pré-sal bate recorde histórico e reforça liderança energética do Brasil
A produção de petróleo e gás natural do pré-sal alcançou um novo recorde em setembro de 2025, consolidando o Brasil como uma das potências energéticas mais competitivas do mundo. Segundo dados divulgados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o país atingiu a marca de 4,4143 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boe/d), o maior volume já registrado desde o início da exploração dessa camada geológica estratégica.
O desempenho reforça o papel do pré-sal como o principal motor da indústria de energia nacional, responsável por mais de 80% da produção total brasileira. A expansão reflete investimentos contínuos em tecnologia, aumento da eficiência operacional e a maturidade dos campos exploratórios da região, especialmente na Bacia de Santos.
Crescimento consistente na produção de petróleo e gás natural
Em setembro, o Brasil registrou uma produção total de 5,114 milhões de boe/d, somando pré-sal, pós-sal e áreas terrestres. Embora o número não tenha superado o recorde geral de julho (5,160 milhões de boe/d), o desempenho do pré-sal foi decisivo para sustentar o alto nível de produtividade.
Desse total, 3,915 milhões de barris por dia (bbl/d) foram provenientes de petróleo — um crescimento de 0,5% em relação a agosto e de 12,7% na comparação com setembro de 2024. Já a produção de gás natural somou 190,6 milhões de metros cúbicos diários (m³/d), registrando alta de 0,9% mês a mês e 12,1% em relação ao ano anterior.
O crescimento simultâneo de ambos os recursos demonstra o equilíbrio da exploração, com ganhos de eficiência e menores perdas em todas as etapas do processo produtivo.
Pré-sal responde por mais de 80% da produção nacional
A produção de petróleo e gás natural do pré-sal atingiu 4,143 milhões de boe/d, um aumento de 2,7% em relação a agosto e de 12,5% frente a setembro do ano passado. A representatividade é expressiva: o pré-sal respondeu por 81,1% de toda a produção nacional no período.
A extração ocorreu por meio de 169 poços ativos, que mantiveram alto desempenho mesmo com a complexidade das operações em águas ultraprofundas. Separadamente, o petróleo representou 3,209 milhões de barris diários, enquanto o gás natural respondeu por 148,37 milhões de m³/d.
Esse resultado consolida a trajetória de crescimento do pré-sal, uma fronteira exploratória que, há pouco mais de uma década, era vista como desafiadora e hoje se tornou o pilar da autossuficiência energética do Brasil.
Eficiência ambiental e redução na queima de gás natural
Outro dado relevante divulgado pela ANP é o alto índice de aproveitamento do gás natural, que chegou a 97,9% em setembro. Isso significa que quase toda a produção foi destinada ao mercado ou utilizada internamente nas operações, reduzindo desperdícios e emissões.
Foram disponibilizados 66,24 milhões de m³/d ao mercado, enquanto a queima de gás natural ficou em 4,10 milhões de m³/d — uma redução de 16,1% em relação ao mês anterior. Esse avanço reflete o compromisso das operadoras com a sustentabilidade e o uso racional dos recursos energéticos, um tema cada vez mais central na indústria global de petróleo e gás.
Ainda assim, a comparação anual mostra um leve aumento de 12,8% em relação a setembro de 2024, o que indica que há espaço para novos investimentos em captura e reaproveitamento de gás nas plataformas.
Liderança da Petrobras e participação das principais bacias
Os dados da ANP confirmam a hegemonia da Petrobras na produção nacional. Os campos operados pela estatal — sozinha ou em consórcio — responderam por 91,29% do total produzido no mês de setembro. Essa liderança é resultado da expertise técnica e dos investimentos em inovação realizados ao longo dos últimos anos, especialmente nas operações de águas profundas.
Do total produzido no Brasil, 97,6% do petróleo e 85,7% do gás natural vieram de campos marítimos, demonstrando a relevância das operações offshore para a matriz energética nacional.
A produção foi distribuída entre 6.533 poços ativos, sendo 524 localizados no mar e 6.009 em terra. Essa estrutura reforça a dimensão e complexidade da infraestrutura nacional, que abrange desde as grandes plataformas de exploração até as operações de apoio logístico em diferentes estados.
Campo de Tupi e FPSOs lideram a produção nacional
Entre os campos, o destaque foi novamente o campo de Tupi, localizado no pré-sal da Bacia de Santos, que manteve o posto de maior produtor do país, com 818,08 mil barris diários de petróleo e 40,48 milhões de m³/d de gás natural.
Em termos de instalações, o FPSO Almirante Tamandaré, também na Bacia de Santos, foi a unidade com maior produção de petróleo, registrando 222.160 barris por dia. Já o FPSO Guanabara, operando na jazida compartilhada de Mero, destacou-se como a instalação com maior produção de gás natural, com 12,13 milhões de m³/d.
Esses números demonstram a eficiência das plataformas do tipo FPSO (Floating Production Storage and Offloading), que permitem a produção, o armazenamento e o escoamento do petróleo diretamente no mar, reduzindo custos logísticos e aumentando a produtividade.
Inovação tecnológica impulsiona resultados
O sucesso da produção de petróleo e gás natural do pré-sal não é apenas resultado do aumento do número de poços, mas também do avanço tecnológico aplicado à extração.
as plataformas utilizam sistemas inteligentes de monitoramento em tempo real, perfuração direcionada e recuperação avançada, que aumentam a eficiência e reduzem o impacto ambiental.
Além disso, o uso de inteligência artificial e análise de dados tem permitido prever falhas, otimizar o fluxo de produção e maximizar o aproveitamento dos reservatórios, tornando as operações mais seguras e rentáveis.
A integração dessas tecnologias é um diferencial competitivo do Brasil frente a outros países produtores, como Noruega, Arábia Saudita e Estados Unidos.
Perspectivas para o setor de petróleo e gás em 2026
As perspectivas para o próximo ano indicam continuidade no crescimento da produção de petróleo e gás natural do pré-sal, impulsionada por novos projetos e plataformas que devem entrar em operação em 2026.
A Petrobras e suas parceiras planejam expandir a capacidade de extração nos campos de Búzios, Mero e Itapu, que estão entre os maiores do mundo. Estima-se que o país possa alcançar a marca de 5,3 milhões de boe/d até o final de 2026, consolidando-se como o segundo maior produtor do hemisfério ocidental, atrás apenas dos Estados Unidos.
O avanço também reforça a relevância estratégica do Brasil na transição energética global, já que o país tem uma das matrizes mais limpas do mundo, com forte presença de energia renovável e exploração de petróleo com menores índices de emissão de carbono.
Sustentabilidade e transição energética no horizonte
Apesar da expansão, o setor enfrenta o desafio de equilibrar o crescimento econômico com as metas de descarbonização. A redução da queima de gás, a injeção de CO₂ nos poços e o uso de energias renováveis nas plataformas estão entre as iniciativas que vêm sendo ampliadas.
O pré-sal brasileiro é considerado uma das regiões com menor intensidade de carbono por barril produzido, graças à eficiência dos processos e à adoção de tecnologias limpas.
Com isso, o Brasil reforça sua posição como líder global em produção de baixo carbono, conciliando desenvolvimento econômico e sustentabilidade ambiental.
Pré-sal consolida o Brasil como potência energética global
O novo recorde da produção de petróleo e gás natural do pré-sal confirma o potencial do Brasil como protagonista mundial no setor de energia. A eficiência das operações, o avanço tecnológico e a política de aproveitamento sustentável dos recursos consolidam o país como referência em produtividade e inovação.
Com o pré-sal respondendo por mais de 80% da produção nacional e com novos projetos a caminho, o Brasil segue firme no caminho da autossuficiência energética, fortalecendo sua economia e sua influência no cenário global de energia.





