Agro brasileiro mostra força sustentável na COP30, diz Daniel Carrara, diretor-geral do Senar
O diretor-geral do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Daniel Carrara, defendeu nesta segunda-feira (10) que o agro sustentável brasileiro deve aproveitar a COP30, realizada em Belém (PA), para mostrar ao mundo a força produtiva e ambiental do setor. Durante sua participação na AgriZone, área inédita dedicada ao agronegócio dentro da conferência, Carrara destacou que esta é uma oportunidade histórica para desmentir mitos sobre o setor e comprovar que o Brasil é exemplo global em sustentabilidade e conservação de recursos naturais.
Segundo ele, “é a primeira vez que o setor rural ganha um espaço próprio dentro da COP”, resultado de uma parceria entre CNA, Senar, Embrapa, Sebrae e outras instituições. A área busca mostrar como o agro sustentável brasileiro alia produtividade, tecnologia e preservação ambiental — pilares que consolidam o país como potência na produção de alimentos e líder na agenda verde global.
O Brasil como referência mundial em agro sustentável
Durante sua fala, Carrara afirmou que a agropecuária brasileira é parte essencial da solução climática global. Ele defende que o país precisa comunicar melhor suas práticas de sustentabilidade e rebater a imagem equivocada de que o agronegócio nacional seria um vilão ambiental. “O mundo precisa conhecer nosso agro sustentável”, ressaltou, destacando a importância de apresentar dados concretos que comprovem os avanços do setor em produtividade e conservação.
O discurso reflete um movimento mais amplo dentro do agronegócio brasileiro: reforçar a imagem de um agro sustentável, tecnológico e aliado da ciência. O objetivo é mostrar que o Brasil produz respeitando o meio ambiente, com uma das legislações ambientais mais rigorosas do planeta — o Código Florestal — e altos índices de preservação de vegetação nativa dentro das propriedades rurais.
COP30: o palco global do agro sustentável brasileiro
A COP30, que acontece até o dia 21 de novembro, marca um novo momento na estratégia do Brasil para integrar o agronegócio às discussões climáticas internacionais. A criação da AgriZone, espaço inédito dentro da conferência, simboliza a consolidação do agro como ator legítimo na agenda ambiental.
O pavilhão conta com workshops diários sobre cadeias produtivas — como grãos, frutas, pecuária de corte e avicultura — e a apresentação de estudos inéditos elaborados em parceria entre o Senar e a Embrapa. Um dos principais levantamentos atualiza o mapa de cobertura do solo no Brasil, revelando que mais de 66% do território nacional permanece preservado, somando áreas de vegetação nativa, reservas legais e unidades de conservação.
Esses dados reforçam a tese de que o país produz e conserva simultaneamente, sendo um dos únicos grandes produtores agrícolas do mundo capazes de expandir a produção sem ampliar o desmatamento.
Tecnologia, inovação e sustentabilidade no campo
O agro sustentável brasileiro é resultado direto da combinação entre inovação tecnológica e práticas ambientais responsáveis. Nos últimos anos, o setor incorporou ferramentas de agricultura de precisão, biotecnologia, bioinsumos e manejo regenerativo do solo, reduzindo significativamente a emissão de gases de efeito estufa.
Entre as principais iniciativas estão:
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Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), que permite o uso eficiente do solo e reduz a necessidade de novas áreas de plantio.
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Plantio direto, que preserva a umidade do solo e reduz a erosão.
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Uso de biofertilizantes e controle biológico, que diminuem o impacto de defensivos químicos.
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Adoção de energias renováveis no campo, como painéis solares e biogás, contribuindo para a descarbonização.
Essas práticas fazem do Brasil um referencial mundial em agro sustentável, conciliando produtividade recorde com responsabilidade ambiental. O país é líder em exportação de alimentos e, ao mesmo tempo, mantém a maior área de preservação ambiental privada do mundo, dentro de fazendas legalmente registradas.
O papel do Senar e da CNA na formação para um agro sustentável
O Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural), em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), tem sido um dos pilares dessa transformação sustentável. As duas instituições desenvolvem programas de capacitação, inovação e extensão rural que alcançam milhares de produtores e trabalhadores em todo o país.
Por meio de cursos, assistência técnica e digitalização de processos produtivos, o Senar ajuda o produtor a aplicar práticas de baixo carbono, aumentar a produtividade e preservar o meio ambiente. Segundo Carrara, essa rede de formação é estratégica para preparar o campo brasileiro para os desafios da transição verde e da economia de baixo carbono.
Além disso, o sistema CNA/Senar tem utilizado a AgriZone como uma vitrine tecnológica, promovendo caravanas com visitantes internacionais para propriedades rurais próximas a Belém. A ideia é mostrar, na prática, como funciona o agro sustentável brasileiro, com integração entre produção e conservação.
Sustentabilidade e imagem internacional: o desafio da comunicação
Carrara reforçou que o principal desafio do Brasil na COP30 é corrigir percepções distorcidas sobre o agronegócio. De acordo com ele, o país precisa comunicar ao mundo que a produção de alimentos e a conservação ambiental caminham juntas.
“O agronegócio brasileiro é um dos poucos que cresce preservando”, afirmou. “Temos de mostrar essa verdade ao mundo.”
Esse reposicionamento é estratégico: o agro sustentável não é apenas um conceito técnico, mas também uma ferramenta diplomática e econômica. Ao projetar uma imagem de responsabilidade ambiental, o Brasil amplia sua competitividade nos mercados internacionais, que cada vez mais exigem rastreabilidade, certificações verdes e neutralidade de carbono.
O desafio, portanto, vai além da produção: envolve construir uma narrativa sólida, baseada em evidências científicas, para demonstrar que o agro sustentável brasileiro é aliado da agenda climática global.
A COP da comunicação para o agro
Carrara definiu a COP30 como “a COP da comunicação para o agro”, justamente por representar uma virada na forma como o setor se apresenta no debate internacional. A estratégia é dialogar com governos, investidores e consumidores, apresentando provas concretas do compromisso do campo brasileiro com o meio ambiente.
O sistema CNA/Senar planejou uma programação intensa até o fim da conferência, com eventos diários, painéis temáticos, demonstrações tecnológicas e apresentações de casos reais de sucesso em sustentabilidade. O objetivo é transformar o pavilhão da AgriZone em um centro de evidências do agro sustentável, com dados atualizados, práticas verificáveis e resultados comprovados.
O potencial do Brasil como potência verde
O Brasil reúne condições únicas para liderar a transição ecológica mundial. Além de ser um dos maiores exportadores de alimentos, o país detém abundância de água, biodiversidade e terras agricultáveis, e já opera com uma das matrizes energéticas mais limpas do planeta.
Com políticas de incentivo à bioeconomia, investimentos em energias renováveis e redução de desmatamento, o país pode se tornar uma potência verde global, conciliando segurança alimentar e equilíbrio climático.
Carrara reforçou que a COP30 é uma vitrine para esse protagonismo. “Não podemos perder a oportunidade de mostrar o nosso potencial de produção e conservação”, afirmou. “Essa é a COP da comunicação para o agro, da união entre produtividade e sustentabilidade.”
O futuro do agro sustentável: de Belém para o mundo
O discurso de Carrara ecoa um novo posicionamento estratégico para o Brasil: ser o principal fornecedor mundial de alimentos sustentáveis. Ao unir pesquisa, inovação e compromisso ambiental, o país busca garantir que o agro sustentável seja reconhecido como um diferencial competitivo e não apenas uma obrigação regulatória.
Com os dados apresentados pelo Senar e pela Embrapa na COP30, o Brasil demonstra que é possível produzir mais e preservar mais, equilibrando desenvolvimento econômico e conservação ambiental. Essa combinação será decisiva para o futuro do planeta — e o país quer liderar esse movimento.
O agro sustentável deixou de ser um ideal e se tornou uma realidade concreta no Brasil. A COP30 representa um divisor de águas para consolidar essa imagem globalmente. Com a liderança do Senar, da CNA e de parceiros estratégicos como a Embrapa e o Sebrae, o país tem mostrado que é possível unir ciência, produtividade e responsabilidade ambiental em uma mesma equação.
A mensagem de Daniel Carrara sintetiza o sentimento do setor: o mundo precisa conhecer o agro sustentável brasileiro — aquele que produz, preserva e inova.






