Discurso de Lula na ONU abre Assembleia Geral e pode marcar encontro com Trump
Brasil mantém tradição na abertura da ONU
O discurso de Lula na ONU nesta terça-feira (23) reafirma a tradição iniciada em 1955: o Brasil é sempre o primeiro país a falar na abertura da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas. O evento chega à sua 80ª edição em Nova York e terá como tema central “Melhor juntos: 80 anos e mais pela paz, desenvolvimento e direitos humanos”.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) subiu à tribuna por volta das 10h (horário de Brasília), logo após as falas iniciais do secretário-geral António Guterres e da presidente da Assembleia, Annalena Baerbock. Em seguida, coube ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, discursar, reforçando o peso político do encontro.
Significado do discurso de Lula na ONU
A presença de Lula reforça a posição do Brasil como ator histórico e simbólico na diplomacia multilateral. O discurso teve como objetivo destacar pontos estratégicos da política externa brasileira, em especial:
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Defesa da soberania nacional diante de sanções internacionais.
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Promoção do multilateralismo como caminho para resolver conflitos.
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Compromisso ambiental, com ênfase nos preparativos para a COP30 em Belém.
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Agenda de paz com foco em Palestina e Ucrânia.
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Reforma da ONU, buscando maior representatividade no Conselho de Segurança.
Esse conjunto de pautas mostra como o discurso de Lula na ONU pretende projetar a imagem do Brasil como liderança responsável e comprometida com o equilíbrio global.
Lula e Trump: expectativa de encontro reservado
Um dos pontos de maior expectativa envolve a possibilidade de um encontro entre Lula e Donald Trump. O protocolo da ONU prevê que ambos aguardem em uma antessala durante as falas iniciais. Esse espaço costuma ser palco de conversas informais entre chefes de Estado.
Embora não haja confirmação oficial, diplomatas acreditam que Lula e Trump poderiam aproveitar esse momento para um contato direto, em um contexto de relações tensas após o tarifaço e as sanções impostas a autoridades brasileiras.
Agenda de Lula no primeiro dia da Assembleia Geral
A programação do presidente brasileiro nesta terça-feira incluiu compromissos estratégicos antes e depois do discurso de Lula na ONU:
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8h00 (NY) / 9h00 (Brasília): chegada à sede da ONU.
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8h40 (NY) / 9h40 (Brasília): reunião breve com António Guterres.
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9h00 (NY) / 10h00 (Brasília): abertura oficial com Guterres e Baerbock.
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10h00 (NY) / 11h00 (Brasília): discurso de Lula, seguido por Donald Trump.
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11h30 (NY) / 12h30 (Brasília): participação em evento de alto nível sobre ação climática.
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Tarde: encontros bilaterais e reunião com chanceleres de países parceiros.
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Cúpula sobre Palestina: parte das discussões paralelas da Assembleia.
Essa agenda reforça o esforço de Lula em articular alianças multilaterais, especialmente diante da aproximação da COP30.
O simbolismo da tradição brasileira
Desde 1955, o Brasil tem a honra de inaugurar os discursos da Assembleia Geral. Essa prática consolidou-se como um reconhecimento ao papel do país como mediador em questões internacionais. O discurso de Lula na ONU de 2025 não foge à regra: buscou destacar a importância da cooperação global diante de novos desafios, como mudanças climáticas, desigualdade e tensões geopolíticas.
Temas globais em destaque
Além do embate indireto com Trump, a 80ª Assembleia Geral trouxe pautas que refletem os desafios contemporâneos:
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Clima e sustentabilidade: busca por novos compromissos antes da COP30.
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Economia global: recuperação pós-crises e o impacto de tarifas e sanções.
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Inteligência artificial: regulação e cooperação tecnológica.
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Direitos humanos e ODS: avanços e obstáculos nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
O discurso de Lula foi estruturado para alinhar o Brasil com os debates mais relevantes, reforçando sua credibilidade internacional.
O que esperar após o discurso
Especialistas avaliam que o discurso de Lula na ONU pode redefinir o tom das relações Brasil-EUA. Mesmo sem uma reunião formal prevista com Trump, a possibilidade de um encontro reservado pode abrir espaço para um diálogo sobre comércio, clima e governança global.
Além disso, Lula busca aproveitar a Assembleia para ampliar apoio internacional à candidatura do Brasil em organismos multilaterais e para fortalecer a imagem do país como anfitrião da COP30.






