Dólar hoje dispara e ultrapassa R$ 5,60 com tensão comercial e incertezas econômicas globais
Nesta segunda-feira (21), o dólar hoje iniciou a semana em forte alta, sendo cotado a R$ 5,6044 por volta das 9h, o que representa um avanço de 0,30%. Em seu pico, a moeda americana chegou a R$ 5,6114, refletindo uma conjunção de fatores internacionais e domésticos. Entre os principais vetores de influência estão as tensões comerciais entre Estados Unidos e Europa, o chamado “tarifaço” promovido por Donald Trump, e as expectativas em torno da política fiscal brasileira, especialmente após declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Além disso, o mercado financeiro segue monitorando dados macroeconômicos, como a inflação, taxa Selic e projeções do PIB, que influenciam diretamente no comportamento do câmbio. O cenário de alta do dólar hoje também é impulsionado pela volatilidade nas bolsas globais e pelas decisões econômicas da China, o que gera repercussões em economias emergentes como a brasileira.
O que está fazendo o dólar hoje subir?
O aumento do dólar hoje é resultado de uma série de fatores interligados. No cenário internacional, as negociações entre Estados Unidos e União Europeia sobre a imposição de tarifas estão emperradas. O presidente americano Donald Trump ameaça elevar a tarifa sobre produtos europeus de 10% para 30%, o que pode desencadear uma guerra comercial ainda mais severa.
A falta de consenso nas reuniões realizadas na semana passada em Washington frustrou as expectativas do mercado. A União Europeia considera adotar medidas retaliatórias, como a ativação de um pacote tarifário de €21 bilhões e um plano de restrição sobre €72 bilhões em exportações dos EUA. Esse impasse tem gerado aversão ao risco, levando investidores a buscarem ativos mais seguros, como o dólar, o que contribui para a valorização da moeda americana frente ao real.
No cenário interno, a entrevista do ministro Fernando Haddad trouxe incertezas ao mercado sobre os próximos passos da política econômica brasileira. Com a inflação acima da meta e a manutenção da taxa Selic em patamar elevado, o cenário de juros altos afeta a atratividade do Brasil para o capital estrangeiro.
Boletim Focus revela persistência da inflação e estabilidade no PIB
Segundo o mais recente Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira (21), os economistas do mercado financeiro reduziram pela oitava vez consecutiva a projeção da inflação para 2025, passando de 5,17% para 5,10%. Apesar da queda, o índice continua acima do teto da meta, que é de 4,5%. Para os anos seguintes, as expectativas também foram ajustadas: 4,45% em 2026, 4% em 2027 e 3,8% em 2028.
As projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2025 permaneceram estáveis em 2,23%, com ligeira queda para 2026, indo de 1,89% para 1,88%. Já as estimativas da taxa Selic seguem em 15% ao ano para 2025, com previsão de redução gradual para 12,5% em 2026 e 10,5% em 2027.
A manutenção dos juros em patamares elevados reforça o cenário de pressão sobre o real e valorização do dólar hoje, já que dificulta a entrada de investimentos externos no país.
Acordos comerciais travados: o tarifaço de Trump e seus impactos
A aproximação do prazo final de 1º de agosto sem avanços concretos entre EUA e UE intensifica o clima de tensão no comércio internacional. A falta de coesão entre os negociadores americanos e a resistência europeia em aceitar novas condições sem garantias têm contribuído para o cenário de instabilidade.
Bruxelas estuda a aplicação de um mecanismo conhecido como “anti-coerção”, que pode afetar setores estratégicos da economia americana. Além disso, um novo pacote de retaliação tarifária está em análise, caso não haja um acordo até a primeira semana de agosto.
Esse contexto reforça a busca dos investidores por proteção, elevando a cotação do dólar hoje diante de moedas de países emergentes.
China mantém juros e adia novos estímulos: impacto no dólar hoje
Outro fator que contribui para o comportamento do dólar hoje é a postura da China em relação à sua política monetária. O governo chinês decidiu manter inalteradas as taxas de juros de referência: 3% para um ano e 3,5% para cinco anos. Essa decisão ocorre após dados do segundo trimestre superarem ligeiramente as expectativas.
Apesar disso, sinais de desaceleração econômica, como a deflação no setor industrial, alimentam expectativas de que Pequim possa adotar novos estímulos ainda este ano. A cautela da China afeta diretamente os mercados emergentes, já que o país asiático é um dos principais parceiros comerciais do Brasil.
Mercado financeiro e bolsas em alerta
O impacto das tensões comerciais e das decisões macroeconômicas se reflete nas principais bolsas do mundo. Na Ásia, a bolsa de Xangai subiu 0,5%, enquanto o índice CSI 300 avançou 0,6%. Em Hong Kong, o índice Hang Seng registrou alta de 1,33%, impulsionado por empresas de tecnologia.
Na Europa, a situação é mais cautelosa: os índices Stoxx 600 e FTSE 100 recuaram 0,2%, refletindo a apreensão com o impasse comercial e a expectativa pela reunião do Banco Central Europeu.
Nos Estados Unidos, os futuros dos índices S&P 500 e Nasdaq operaram em leve alta, à espera dos resultados trimestrais das grandes empresas de tecnologia, como Google, Tesla e IBM. O bom desempenho dos bancos na semana anterior gerou otimismo, mas a ameaça do tarifaço segue como fator de risco.
Dólar hoje: tendência de valorização continua?
O dólar hoje segue pressionado pela combinação de fatores externos e internos. A guerra comercial em curso entre Estados Unidos e União Europeia, a postura ainda rígida do Banco Central brasileiro, as incertezas políticas e fiscais internas e a postura defensiva da China compõem um cenário de forte volatilidade.
Com a aproximação da data limite para as negociações comerciais e a ausência de um horizonte claro para a política monetária brasileira, a tendência é que o dólar continue oscilando em patamares elevados.
Ibovespa sofre com instabilidade externa e cautela interna
O principal índice da bolsa brasileira também reflete esse clima de incerteza. O Ibovespa acumula queda de 0,58% na semana e 2,06% no mês. No ano, ainda registra valorização de 10,89%, mas o ritmo de ganhos diminuiu nas últimas semanas.
Investidores seguem atentos ao cenário externo, especialmente às negociações entre EUA e UE, e aos desdobramentos da política econômica brasileira. A alta do dólar hoje tende a pressionar ainda mais o mercado de ações, principalmente setores dependentes da importação de insumos e das commodities.
Expectativas para os próximos dias
O mercado continuará de olho em três frentes principais:
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Evolução do tarifaço entre EUA e UE: a falta de acordo pode agravar a guerra comercial.
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Pronunciamentos da equipe econômica brasileira: Haddad e outros membros do governo devem detalhar medidas fiscais.
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Agenda econômica da China: com a reunião do Politburo e possíveis estímulos.
Esses fatores serão decisivos para definir o rumo do dólar hoje e do mercado financeiro como um todo. Com alta volatilidade, qualquer novo dado ou declaração pode provocar movimentos bruscos no câmbio e nas bolsas.
O dólar hoje reflete um ambiente de alta tensão no cenário global, marcado por incertezas comerciais, instabilidades políticas e desafios econômicos internos. Com as negociações travadas entre as grandes potências e a expectativa de ajustes nas políticas monetárias, o real sofre pressão e o dólar segue valorizado.
Empresas, investidores e consumidores devem redobrar a atenção nas próximas semanas, já que o câmbio pode continuar oscilando fortemente. O monitoramento constante dos indicadores e das decisões governamentais será essencial para entender a trajetória do dólar nas próximas semanas.






