Eduardo Bolsonaro acumula dívida de R$ 13,9 mil por faltas injustificadas na Câmara
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) enfrenta uma cobrança administrativa da Câmara dos Deputados que já soma R$ 13,9 mil, resultado de faltas injustificadas em sessões plenárias ocorridas em março deste ano. O episódio reacende debates sobre a conduta parlamentar, o uso de recursos públicos e as regras de responsabilização aplicadas a deputados federais.
De acordo com informações oficiais, Eduardo Bolsonaro não compareceu a quatro sessões durante o mês, período em que optou por permanecer nos Estados Unidos, onde segue até o momento. Pelas normas da Câmara, ausências sem justificativas válidas acarretam desconto proporcional no salário do parlamentar.
O caso coloca o nome do filho do ex-presidente Jair Bolsonaro no centro de uma nova polêmica, com desdobramentos que podem afetar sua atuação política e jurídica.
Como surgiu a dívida de Eduardo Bolsonaro
O processo foi instaurado em cumprimento a um acórdão do Tribunal de Contas da União (TCU). Segundo a Câmara, não houve saldo suficiente na folha de pagamento de março para efetuar o desconto automático das faltas. Por isso, foi necessário abrir um procedimento administrativo individualizado para cobrar o valor.
Em 13 de agosto, foi emitida uma Guia de Recolhimento da União (GRU) direcionada ao gabinete de Eduardo Bolsonaro, recebida por uma secretária parlamentar. Até agora, no entanto, a dívida permanece em aberto, o que pode levar a medidas mais duras por parte da administração pública.
Possíveis consequências jurídicas e financeiras
Caso a dívida não seja quitada, o deputado poderá ter o nome incluído no Cadastro Informativo de Créditos não Quitados do Setor Público Federal (Cadin). Essa inclusão gera restrições para quem tem débitos com a União, como dificuldade de acesso a linhas de crédito oficiais e impossibilidade de firmar contratos com órgãos públicos.
O processo pode ainda ser remetido à Dívida Ativa da União (DAU), abrindo caminho para ações de cobrança judicial e até execução de bens. Para especialistas em direito administrativo, a postura da Câmara demonstra um rigor maior no cumprimento das normas, alinhado às recomendações do TCU.
O papel do TCU no caso
O Tribunal de Contas da União recomendou, além da cobrança, a apuração de supostas irregularidades no financiamento da estadia de Eduardo Bolsonaro nos EUA. O questionamento surgiu a partir de representação apresentada pelo deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP), que argumentou que Eduardo poderia estar utilizando recursos públicos para sustentar articulações políticas no exterior.
O TCU abriu um processo preliminar para verificar se houve, de fato, uso irregular de verbas públicas. Se comprovado, o caso poderá ter repercussões ainda maiores para a imagem e a carreira do parlamentar.
Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos
A permanência prolongada de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos tem levantado críticas entre seus adversários políticos e gerado questionamentos sobre o cumprimento de suas funções como deputado federal.
Segundo opositores, a ausência em sessões legislativas importantes prejudica a representatividade dos eleitores de São Paulo e compromete o exercício do mandato. Já aliados argumentam que a atuação internacional de Eduardo faz parte de sua agenda política e de sua posição dentro da base bolsonarista.
Repercussões políticas da dívida
O episódio da dívida de Eduardo Bolsonaro pode se tornar um fator de desgaste para o parlamentar e para o grupo político ligado ao ex-presidente Jair Bolsonaro. No cenário eleitoral, adversários devem explorar o caso como exemplo de irresponsabilidade no uso do mandato e descumprimento das regras da Câmara.
Além disso, a possibilidade de inclusão no Cadin e posterior cobrança pela Dívida Ativa pode ampliar a pressão sobre o deputado, colocando-o em uma situação delicada tanto no campo político quanto no jurídico.
Transparência e controle de recursos públicos
O caso reforça a importância de mecanismos de transparência e controle sobre a atuação dos parlamentares, especialmente em situações que envolvem viagens internacionais e eventuais articulações políticas fora do Brasil.
Para analistas, a postura da Câmara em abrir processo administrativo e seguir as recomendações do TCU sinaliza que há um movimento de maior rigor no monitoramento dos gastos e das responsabilidades dos deputados.
A cobrança de R$ 13,9 mil por faltas injustificadas mostra que mesmo parlamentares de grande projeção, como Eduardo Bolsonaro, estão sujeitos às mesmas regras que os demais membros da Câmara.
O desfecho do caso dependerá da quitação da dívida e das conclusões das investigações abertas pelo TCU. Até lá, o episódio deve seguir no radar político e midiático, com impactos que podem se estender para a atuação parlamentar e o cenário eleitoral de 2026.






