Ibovespa Hoje: Bolsa sobe após decisão do Copom e dólar recua em dia de cautela global
O Ibovespa hoje opera em leve alta nesta quinta-feira (6), após um pregão de forte valorização na véspera, quando o principal índice da B3 atingiu um novo recorde histórico. O movimento reflete uma combinação de fatores locais e externos: a decisão do Copom de manter a Selic em 15% pela quarta vez consecutiva, a recuperação das ações de tecnologia no exterior e o alívio no mercado cambial com o dólar em queda frente ao real.
Os investidores, no entanto, mantêm cautela após o tom mais conservador do Banco Central brasileiro, que sinalizou que os juros permanecerão elevados por mais tempo, e diante das incertezas globais envolvendo política monetária, inflação e crescimento.
Ibovespa renova máxima histórica
O Ibovespa encerrou o pregão de quarta-feira (5) com alta de 1,72%, aos 153.294,44 pontos, no maior patamar de fechamento da história. Durante o dia, o índice chegou à máxima intradiária de 153.583,19 pontos.
O volume negociado somou R$ 26,2 bilhões, impulsionado pelo desempenho positivo das ações de consumo, tecnologia e commodities. Entre as maiores altas, VAMO3 disparou 8,66%, seguida por ASAI3 (+5,54%), AURE3 (+4,41%), MGLU3 (+4,30%) e CSAN3 (+3,73%).
Do lado oposto, CSNA3 caiu 4,60%, enquanto YDUQ3 (-2,37%), MOTV3 (-1,35%), RAIZ4 (-1,09%) e SUZB3 (-1,03%) figuraram entre as principais baixas.
Entre as ações mais negociadas, destaque para Itaú (ITUB4), Raia Drogasil (RADL3), Bradesco (BBDC4), Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4), que lideraram o volume financeiro do dia.
Copom mantém Selic em 15% e reforça tom de cautela
O principal evento local que movimenta o Ibovespa hoje é a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que manteve a taxa básica de juros em 15% ao ano. O colegiado reiterou sua postura vigilante diante das incertezas externas e do comportamento ainda resistente da inflação no Brasil.
A decisão, que já era esperada pelo mercado, reforça a percepção de que o Banco Central pretende manter a política monetária restritiva por mais tempo, buscando consolidar o processo de desinflação. Analistas interpretaram o comunicado como “duro”, o que pode reduzir o apetite por risco em setores mais sensíveis aos juros, como varejo e construção.
Apesar disso, o mercado reagiu de forma moderada, avaliando que a estratégia de estabilidade é necessária para conter a inflação e preservar a credibilidade da política monetária.
Dólar recua e juros futuros caem
O dólar comercial fechou o pregão anterior com queda de 0,70%, cotado a R$ 5,36 na venda, após oscilar entre R$ 5,35 e R$ 5,40 durante o dia. O movimento acompanhou a desvalorização da moeda norte-americana no exterior, com o índice DXY recuando 0,03%, a 100,20 pontos.
Nesta quinta-feira, o dólar segue em trajetória de leve baixa, refletindo o otimismo dos investidores com o avanço das bolsas globais e a expectativa de que o Banco da Inglaterra possa reduzir suas taxas de juros ainda nesta semana.
Os juros futuros (DIs) também encerraram o pregão anterior em queda, com recuos em toda a curva. O DI para janeiro de 2026 (DI1F26) caiu para 14,89%, enquanto o DI1F29 recuou a 13,05% e o DI1F35 ficou em 13,56%, refletindo a percepção de que a inflação deve continuar cedendo lentamente.
Europa opera em queda à espera do Banco da Inglaterra
As bolsas europeias operam em terreno negativo nesta manhã, com os investidores aguardando a decisão do Banco da Inglaterra (BoE) sobre a taxa básica de juros. O mercado precifica uma chance de 30% de corte para 3,75%, acima da probabilidade de 10% observada no mês passado.
-
STOXX 600: -0,12%
-
DAX (Alemanha): -0,15%
-
FTSE 100 (Reino Unido): -0,30%
-
CAC 40 (França): -0,47%
-
FTSE MIB (Itália): -0,23%
A cautela predomina na Europa diante das incertezas sobre o crescimento econômico e a trajetória da inflação. O bloco europeu tenta equilibrar os riscos de recessão com a necessidade de manter o combate à alta dos preços.
Bolsas da Ásia fecham em alta com alívio nas techs
Os mercados asiáticos encerraram o pregão majoritariamente em alta, revertendo as perdas da véspera. O movimento foi impulsionado por dados econômicos positivos nos Estados Unidos e pela recuperação das ações de tecnologia, que haviam sofrido forte correção.
-
Shanghai SE (China): +0,97%
-
Nikkei (Japão): +1,34%
-
Hang Seng (Hong Kong): +2,12%
-
Nifty 50 (Índia): -0,24%
-
ASX 200 (Austrália): +0,30%
O alívio no mercado de tecnologia foi interpretado como um sinal de que as preocupações com uma bolha no setor de inteligência artificial foram, por ora, exageradas. A recuperação de AMD, Broadcom e Micron, que registraram fortes ganhos em Wall Street, ajudou a restaurar o apetite por risco na região.
Wall Street fecha em alta com expectativa sobre tarifas dos EUA
Os principais índices de Nova York encerraram a quarta-feira em terreno positivo. O Dow Jones subiu 0,48%, o S&P 500 avançou 0,37% e o Nasdaq teve alta de 0,65%.
O otimismo foi impulsionado por comentários de juízes da Suprema Corte dos Estados Unidos, que demonstraram ceticismo quanto à legalidade das tarifas comerciais impostas pelo presidente Donald Trump. Caso essas medidas sejam revertidas, o mercado acredita que o comércio internacional pode ganhar novo fôlego, beneficiando empresas de tecnologia e indústria.
A fabricante de chips AMD liderou os ganhos, com avanço superior a 2%, seguida por Broadcom e Micron, que subiram 2% e 9%, respectivamente.
IVAR sobe e pressiona aluguéis
No Brasil, o Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR), calculado pela FGV, registrou alta de 0,57% em outubro, acelerando a variação acumulada em 12 meses de 4,04% para 5,58%. O resultado reforça a percepção de pressão nos custos habitacionais, que têm impactado diretamente o orçamento das famílias urbanas e contribuído para a persistência da inflação de serviços.
Resumo dos mercados nesta quinta-feira (6)
-
Ibovespa: leve alta após recorde histórico (153 mil pontos)
-
Dólar: recua para R$ 5,36
-
Juros futuros (DIs): em queda
-
IVAR (FGV): alta de 0,57% em outubro
-
Ásia: alta generalizada nas bolsas
-
Europa: queda moderada à espera do BoE
-
EUA: futuros mistos após otimismo com tarifas de Trump
O mercado segue atento aos próximos indicadores de inflação nos Estados Unidos e à repercussão das falas do Copom no cenário doméstico.






