A Justiça Federal de Brasília decidiu soltar o hacker Walter Delgatti Neto, líder do grupo que, em 2019, invadiu os celulares de diversas autoridades brasileiras ligadas à Operação Lava-Jato – entre elas o ex-juiz e atual senador Sergio Moro (União-PR).
Embora o Ministério Público Federal (MPF) tenha se manifestado pela manutenção da prisão, o juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara Federal do Distrito Federal (DF), disse que o hacker “já passou tempo razoável encarcerado” sem sentença definitiva.
“A imposição das medidas cautelares perdura por grande lapso temporal, não sendo possível que haja restrição total de sua liberdade de locomoção”, observou o magistrado. Ele impôs, no entanto, o uso de tornozeleira eletrônica para monitoramento.
Delgatti já havia sido solto antes, mas voltou a ser preso depois que se ausentou da comarca sem avisar previamente a Justiça, o que era proibido. Leite alertou o investigado sobre a impossibilidade de repetir tal comportamento.
O hacker também foi autorizado a voltar a acessar a internet, desde que envie mensalmente à Polícia Federal (PF) um relatório com todas as suas atividades online, tanto as relacionadas ao trabalho como as de cunho particular.
A defesa de Delgatti diz que “com o restabelecimento da liberdade provisória e autorização para acesso a rede mundial de computadores, está sendo dado cumprimento ao contido na Constituição, ou seja, o direito ao trabalho”.
Walter Delgatti Neto, hacker que deu origem à Vaza Jato — Foto: Reprodução/YouTube