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Indústria brasileira estagna no 3º trimestre de 2025 com queda no emprego e alta nos estoques, aponta CNI

por Redação
23/10/2025
em Economia, Destaque, News
Indústria Brasileira Estagna No 3º Trimestre De 2025 Com Queda No Emprego E Alta Nos Estoques, Aponta Cni - Gazeta Mercantil

Indústria brasileira estagna no 3º trimestre de 2025: CNI aponta queda no emprego e alta nos estoques

A indústria brasileira encerrou o terceiro trimestre de 2025 em compasso de estagnação, segundo dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI). A nova edição da Sondagem Industrial, divulgada nesta segunda-feira (20), mostra que a produção parou, os estoques aumentaram e o nível de emprego recuou — um retrato de uma economia que ainda luta para ganhar fôlego diante da demanda interna enfraquecida e dos juros elevados.

O levantamento revela que o índice de evolução da produção industrial ficou em 50,1 pontos, praticamente na linha divisória dos 50, o que indica estabilidade na comparação com agosto. Já o índice de evolução do emprego caiu para 48,9 pontos, sinalizando redução no número de trabalhadores da indústria — algo incomum para o período, que tradicionalmente apresenta contratações sazonais.

Os números mostram que a indústria brasileira enfrenta uma desaceleração consistente, refletindo um cenário de incerteza e baixa confiança empresarial. A situação reforça a percepção de que a retomada plena da atividade industrial ainda está distante, mesmo com pequenas melhoras pontuais em alguns indicadores financeiros.


Produção parada e acúmulo de estoques preocupam o setor

O índice de evolução dos estoques chegou a 50,8 pontos, apontando para um aumento não planejado no volume de produtos armazenados. O nível de estoques em relação ao considerado “usual” também subiu — de 48,8 pontos em agosto para 50,7 em setembro — ultrapassando o limite ideal e indicando demanda mais fraca que o esperado.

Além disso, a utilização da capacidade instalada (UCI) manteve-se em 70%, dois pontos abaixo do mesmo mês de 2024. O dado mostra ociosidade crescente no parque industrial, com fábricas produzindo menos do que poderiam diante do baixo consumo e das dificuldades financeiras do setor.

Para a CNI, esse quadro reforça a percepção de que os empresários estão enfrentando um desequilíbrio entre produção e demanda. Mesmo com a redução no ritmo de fabricação, os estoques seguem elevados, o que tende a pressionar o fluxo de caixa das companhias e adiar novos investimentos.


Cenário financeiro mostra leve melhora, mas ainda inspira cautela

Embora o quadro geral seja de estagnação, a sondagem detectou ligeiras melhoras em alguns indicadores financeiros. O índice de satisfação com a situação financeira passou de 48,4 para 48,9 pontos, enquanto o de lucro operacional avançou de 42,8 para 43,6 pontos. Ambos, no entanto, continuam abaixo de 50 — o que significa insatisfação predominante entre os industriais.

O acesso ao crédito também continua restrito. O índice subiu de 39,9 para 40,3 pontos, mas segue em patamar considerado baixo. Esse cenário mostra que o custo do dinheiro e as exigências bancárias ainda dificultam o financiamento de capital de giro e investimentos.

Um ponto positivo foi a redução do preço médio das matérias-primas, que caiu de 57 para 55,2 pontos, indicando uma leve diminuição nas pressões de custo. Ainda assim, o setor mantém cautela, já que o recuo foi insuficiente para compensar a alta dos custos trabalhistas e tributários.


Os principais obstáculos enfrentados pela indústria brasileira

A pesquisa da CNI identificou três fatores centrais que têm limitado o crescimento da indústria brasileira:

  1. Alta carga tributária (37,8%)

  2. Demanda interna insuficiente (28,8%)

  3. Taxas de juros elevadas (27,3%)

Além disso, outros problemas foram citados pelos empresários, como a falta de trabalhadores qualificados (22,9%) e a competição desleal (19,1%), especialmente com produtos importados de baixo custo.

Esses obstáculos combinam efeitos que afetam diretamente a produtividade e a rentabilidade das empresas industriais, travando a recuperação do setor e dificultando a retomada de um ciclo consistente de crescimento.


Expectativas para o fim de 2025 e o início de 2026

Os indicadores de expectativa da CNI mostram um otimismo moderado para o último trimestre do ano. O índice de demanda esperada subiu levemente para 52,5 pontos, enquanto o de compras de matérias-primas caiu para 51 pontos, ainda acima da linha divisória que indica crescimento.

Já o índice de expectativa de exportações avançou de 46,6 para 48,6 pontos, mostrando redução do pessimismo com relação ao mercado externo. Apesar do aumento, o dado ainda reflete as dificuldades da indústria em competir internacionalmente, especialmente por causa do custo Brasil e da valorização cambial.

Em relação ao emprego, o cenário segue de cautela: a expectativa para o número de trabalhadores caiu para 49,3 pontos, o que sugere previsão de nova queda nas contratações até o final do ano.

A intenção de investimento apresentou leve recuperação, subindo de 54,4 para 54,8 pontos. Esse avanço, embora modesto, mostra que parte dos empresários ainda aposta em um cenário de estabilização econômica em 2026, especialmente se o governo avançar com medidas de reforma tributária e redução das taxas de juros.


Setor industrial segue pressionado por juros altos e baixa demanda

A Confederação Nacional da Indústria avalia que o principal desafio para 2025 continua sendo o custo do crédito e o enfraquecimento da demanda doméstica. A combinação desses fatores gera um ambiente de baixa confiança, limitando o ritmo de recuperação e postergando decisões de investimento.

Mesmo com o Banco Central sinalizando possíveis cortes na taxa Selic, o impacto sobre o crédito produtivo ainda é lento. A retomada depende também da recuperação do consumo das famílias, da redução do endividamento e da ampliação de políticas industriais voltadas à inovação e à exportação.


Panorama consolidado da indústria brasileira no 3º trimestre de 2025

De acordo com a Sondagem Industrial, realizada com 1.423 empresas entre os dias 1º e 10 de outubro — sendo 592 de pequeno porte, 494 médias e 337 grandes — os resultados gerais mostram um setor em transição entre a estagnação e a recuperação.

Principais números:

  • Produção: 50,1 pontos (estável)

  • Emprego: 48,9 pontos (queda)

  • Estoques: 50,8 pontos (acúmulo indesejado)

  • Capacidade instalada: 70% (queda de 2 p.p. em 12 meses)

  • Situação financeira: 48,9 pontos

  • Lucro operacional: 43,6 pontos

  • Acesso ao crédito: 40,3 pontos

  • Intenção de investimento: 54,8 pontos

Esses dados confirmam que a indústria brasileira ainda enfrenta uma recuperação frágil, marcada por níveis baixos de produção, custo elevado de capital e consumo doméstico estagnado. A expectativa é que medidas de estímulo à produtividade e à competitividade possam reverter parte desse quadro ao longo de 2026.


Um setor em busca de fôlego e confiança

A indústria brasileira chega ao fim de 2025 tentando equilibrar desafios internos e externos. Enquanto a CNI alerta para o aumento da ociosidade e a persistência de gargalos estruturais, parte dos empresários acredita que há espaço para uma retomada gradual, desde que o país consiga avançar na agenda econômica e reduzir a instabilidade política.

O cenário de crescimento moderado, combinado a sinais tímidos de melhora nas condições financeiras, reforça a necessidade de políticas industriais mais eficazes — capazes de estimular o investimento produtivo, fortalecer a inovação e ampliar a competitividade internacional do Brasil.

Se 2025 foi um ano de ajuste e espera, 2026 poderá marcar o início de um novo ciclo para o setor, caso o ambiente macroeconômico se torne mais previsível e favorável à retomada da confiança industrial.

Tags: CNIConfederação Nacional da Indústriadesempenho industrialeconomia brasileiraemprego industrialestoques da indústriaindústria brasileiraprodução industrialSondagem Industrial

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