Mudanças na TV Globo: William Bonner deixa o Jornal Nacional e César Tralli assume a bancada em semana de transições históricas
A TV Globo inicia uma das maiores reestruturações de sua história recente no jornalismo. A semana que encerra outubro de 2025 será marcada por mudanças profundas nos telejornais da emissora, com alterações em horários, apresentadores e formatos. o movimento representa o início de uma nova fase estratégica do núcleo de jornalismo da Globo, focada em renovação, dinamismo e modernização de conteúdo.
A mais simbólica dessas transformações é a saída de William Bonner do “Jornal Nacional”, após 29 anos na bancada. A mudança marca o fim de uma era e a transição para uma nova geração de âncoras, com César Tralli assumindo o comando do noticiário mais assistido do país a partir da próxima sexta-feira (31).
Fim de uma era: William Bonner se despede do “Jornal Nacional”
O jornalista William Bonner, símbolo do jornalismo televisivo brasileiro, encerra sua trajetória no “Jornal Nacional” nesta sexta-feira, dia 31 de outubro. O apresentador, que marcou presença no telejornal desde 1996, deixa o cargo com um legado de credibilidade, liderança e profissionalismo, consolidando o JN como referência de informação no país.
Com quase três décadas à frente do noticiário, Bonner tornou-se sinônimo de jornalismo da Globo, atravessando transformações políticas, tecnológicas e editoriais. Sua saída já era planejada há meses, motivada por cansaço profissional e pelo desejo de evitar mais um ciclo eleitoral exaustivo, marcado por debates e entrevistas com candidatos à presidência em 2026.
A partir do próximo ano, Bonner migrará para o “Globo Repórter”, onde dividirá a apresentação com Sandra Annenberg, retomando a parceria de sucesso que os consagrou como dupla de destaque do jornalismo brasileiro nos anos 2000.
César Tralli assume o comando do “Jornal Nacional”
O jornalista César Tralli, atual apresentador do “Jornal Hoje”, será o novo âncora do “Jornal Nacional”. Com 51 anos e mais de 30 de carreira na Globo, Tralli é conhecido pelo estilo firme e equilibrado, e tem a missão de dar continuidade à tradição do telejornal, ao mesmo tempo em que imprime sua própria identidade à bancada.
Tralli, que iniciou sua trajetória na emissora em 1993, tem experiência consolidada em coberturas de política, economia e acontecimentos internacionais. Nos últimos anos, ganhou destaque pela condução do SP1 e pela postura empática e acessível com o público.
A chegada de Tralli ao JN faz parte de um plano de renovação gradual da equipe, que vem sendo conduzido pela direção de jornalismo da Globo sob a liderança de Ali Kamel. A emissora aposta em novos formatos de narrativa, interatividade e inovação tecnológica para manter a relevância do telejornal diante da ascensão das plataformas digitais.
Roberto Kovalick assume o “Jornal Hoje”
Com a ida de César Tralli para o horário nobre, o “Jornal Hoje” passará a ser apresentado por Roberto Kovalick, que deixa o comando do “Hora 1” para ocupar o novo posto. O jornalista, que acumula experiência em coberturas internacionais, assume o desafio de reforçar o papel do JH como noticiário de referência para o público do meio-dia.
A mudança será oficializada na quinta-feira, 30 de outubro, e já na sexta-feira o público verá Tiago Scheuer à frente do “Hora 1”, consolidando o ciclo de transições no jornalismo matinal da emissora.
Tiago Scheuer estreia no “Hora 1” e reforça o novo perfil do jornalismo da madrugada
O apresentador Tiago Scheuer, conhecido por sua atuação como repórter e âncora eventual em diversos telejornais da Globo, estreia no comando do “Hora 1” no dia 31 de outubro.
Com uma linguagem mais dinâmica e moderna, o novo formato do Hora 1 pretende aproximar o noticiário da madrugada do público conectado e das redes sociais, incorporando pautas de comportamento, mobilidade e notícias internacionais com uma pegada mais leve.
Essa reformulação faz parte do movimento da Globo para alinhar todos os seus telejornais a uma linguagem multiplataforma, ampliando a integração entre TV aberta, GloboPlay e redes digitais.
A nova estratégia da Globo para o jornalismo
As mudanças na TV Globo não são apenas pontuais, mas estruturais. Segundo fontes internas, a emissora vem conduzindo desde o início de 2025 um plano de reestruturação editorial, com foco em otimizar equipes, integrar tecnologia e ampliar a presença digital dos telejornais.
A meta é conectar a nova geração de espectadores — cada vez mais presente em plataformas online — ao jornalismo tradicional da Globo, preservando sua autoridade informativa.
Além da renovação de elenco, o projeto inclui:
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Ampliação do uso de inteligência artificial e dados para personalização de conteúdo;
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Integração entre redações regionais e nacionais, agilizando o fluxo de notícias;
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Adoção de estúdios imersivos, com gráficos 3D e recursos de realidade aumentada;
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Investimento em jornalismo investigativo e documentais, especialmente para o GloboPlay.
O objetivo é fazer com que o público perceba a marca Globo como um hub completo de informação, tanto na TV quanto no ambiente digital.
A trajetória de William Bonner: o rosto do “Jornal Nacional”
Durante 29 anos à frente do “Jornal Nacional”, William Bonner construiu uma carreira marcada pela credibilidade e consistência editorial. Sua presença se tornou um símbolo do jornalismo imparcial e de alta qualidade, consolidando o JN como líder absoluto de audiência e referência jornalística na América Latina.
Entre suas coberturas mais marcantes, estão as eleições presidenciais, os atentados de 11 de setembro, os protestos de 2013 e a pandemia de Covid-19. Bonner também comandou entrevistas históricas e debates políticos que moldaram o cenário democrático brasileiro.
Com a despedida do apresentador, a Globo encerra um ciclo que marcou gerações. Sua transição para o “Globo Repórter” permitirá que ele explore pautas mais humanas, sociais e ambientais, reforçando sua versatilidade jornalística.
Sandra Annenberg e Bonner: reencontro de dois ícones da TV
A nova parceria entre William Bonner e Sandra Annenberg no “Globo Repórter” é vista como uma jogada estratégica da emissora. A dupla, que já dividiu bancadas em edições históricas do JN, tem alta aprovação do público e transmite confiança e empatia.
O formato do programa será atualizado, mesclando reportagens especiais com análises aprofundadas e conteúdo multimídia, aproximando a narrativa jornalística da linguagem documental moderna.
A renovação da imagem da Globo e os bastidores das mudanças
A reformulação do jornalismo da Globo vem acompanhada de uma estratégia de imagem e posicionamento de marca. Após um período de críticas políticas e polarização nas redes sociais, a emissora busca reforçar seu papel como referência jornalística apartidária.
Nos bastidores, o processo de renovação foi conduzido com cautela e planejamento. As trocas de apresentadores ocorreram em sinergia com o departamento artístico e de programação, para evitar rupturas bruscas e preservar o vínculo emocional do público com os telejornais.
O impacto das mudanças na audiência
A Globo tem conseguido manter a liderança de audiência em todos os horários de seus telejornais, mesmo em um cenário de concorrência crescente com plataformas digitais.
Pesquisas internas indicam que a presença de novos rostos na bancada tende a rejuvenescer o público e aumentar o engajamento nas redes sociais. O desafio é manter o equilíbrio entre tradição e inovação, oferecendo conteúdo confiável em um formato moderno e acessível.
O jornalismo da Globo entra em nova era
As mudanças na TV Globo simbolizam o fim de um ciclo histórico e o início de uma nova fase no jornalismo brasileiro. A saída de William Bonner do Jornal Nacional, a ascensão de César Tralli e a reestruturação dos noticiários matinais e vespertinos refletem a busca da emissora por renovação, modernidade e conexão com o público digital.
Com uma equipe experiente e uma marca consolidada, a Globo aposta em equilíbrio entre tradição e inovação para continuar liderando o noticiário nacional. A nova geração de âncoras assume a missão de preservar a credibilidade construída ao longo de décadas, mantendo a emissora como referência absoluta de informação no Brasil.






