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Home Política

Extradição de Carla Zambelli é adiada novamente na Itália

por Redação
04/12/2025
em Destaque, News, Política
Extradição De Carla Zambelli É Adiada Novamente Na Itália - Gazeta Mercantil

Audiência sobre a extradição de Carla Zambelli volta a ser adiada na Itália e expõe impasse diplomático

A disputa judicial que envolve a extradição de Carla Zambelli ganhou novo capítulo na Justiça italiana. A Corte responsável pelo caso decidiu adiar mais uma vez a audiência que avalia o pedido feito pelo governo brasileiro, ampliando a indefinição sobre o futuro da deputada federal, presa em Roma desde o fim de julho. A sucessão de adiamentos, documentos novos apresentados por sua defesa e questionamentos sobre as condições do sistema prisional brasileiro formaram o pano de fundo de uma sessão que, mesmo ocorrendo, não avançou. Agora, a nova data fixada para 18 de dezembro transformou o caso em um dos episódios mais sensíveis da interlocução entre Brasil e Itália em 2025.

Crise jurídica e repercussões políticas

A parlamentar, condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a dez anos de prisão por envolvimento na invasão de sistemas internos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) — o que ela nega — deixou o Brasil em junho, pouco antes da expedição de ordem de prisão. Desde então, a Itália tornou-se o cenário central de um debate que mistura diplomacia, política interna e a própria dinâmica de cooperação jurídica internacional. Para o governo brasileiro, a extradição de Carla Zambelli é tratada como necessária para dar continuidade ao cumprimento da pena. Já para a defesa da deputada, o processo estaria assentado, segundo ela, em acusações frágeis e irregularidades judiciais.

A Corte italiana, responsável por analisar o pedido brasileiro, optou por suspender novamente a decisão após o recebimento de novos documentos apresentados pela defesa da parlamentar. O argumento principal foi o de que os juízes precisariam “tempo e análise técnica adequada” para revisar o parecer de um deputado brasileiro, documentação que contesta diretamente os fundamentos da condenação aplicada pelo STF.

O episódio evidencia como a extradição de figuras políticas amplifica tensões entre Poderes e entre países, especialmente quando envolve condenações judiciais, alegações de perseguição política e dúvidas sobre a solidez das acusações apresentadas.

Defesa aposta em parecer sobre cassação para ganhar tempo

A defesa da parlamentar apresentou às autoridades italianas o parecer do deputado Diego Garcia, relator do processo que pede a cassação do mandato de Zambelli na Câmara dos Deputados. No documento, o parlamentar questiona a consistência das provas usadas para sustentar a condenação imposta pelo STF e defende que o processo teria sido construído sobre fragilidades, argumento reforçado pela defesa em Roma.

O envio desse parecer faz parte da estratégia jurídica de desacreditar os elementos centrais que justificaram o pedido de extradição. Para a defesa, demonstrar que há questionamentos internos no Brasil sobre a legitimidade da condenação poderia influenciar o posicionamento da Justiça italiana. Ao serem informados do teor do documento, os magistrados optaram por adiar a decisão, alegando necessidade de reavaliar o conjunto do processo.

Pedido de informações sobre o sistema prisional brasileiro

Além do parecer, outro ponto relevante emergiu durante a sessão: os juízes italianos solicitaram que a Advocacia-Geral da União (AGU) envie um relatório detalhado sobre as condições dos presídios onde a deputada poderia cumprir pena caso seja extraditada. Esse tipo de solicitação é comum em processos internacionais que envolvem risco de violação de direitos humanos, já que o país responsável pela extradição precisa assegurar que a pessoa não será submetida a condições degradantes ou incompatíveis com padrões mínimos de respeito à dignidade humana.

A preocupação da Corte italiana se alinha a precedentes em que o país europeu adotou postura cautelosa ao avaliar pedidos de extradição para nações com histórico de superlotação carcerária e denúncias de condições sanitárias inadequadas. No caso de Zambelli, a decisão de solicitar o relatório indica que o tribunal deseja evitar decisões que possam gerar contestações posteriores.

Possíveis próximos passos na Justiça italiana

Se a Corte italiana optar pela extradição, ainda caberá recurso à Corte de Cassação, instância máxima do Judiciário da Itália para matérias de direito. A defesa da parlamentar já indicou que recorrerá caso a decisão seja desfavorável. Por outro lado, se a Corte recusar o pedido brasileiro, a deputada poderá permanecer em território italiano, o que abriria novos debates políticos no Brasil.

A complexidade do processo é agravada pelo parecer favorável à extradição emitido anteriormente pelo Ministério Público italiano. Ainda assim, a palavra final caberá ao Ministério da Justiça da Itália, a quem compete avaliar não apenas a legalidade da extradição, mas também os possíveis impactos diplomáticos da decisão.

Condenação no Brasil e alegações de perseguição

Zambelli foi condenada no Brasil por suposta participação em ataques aos sistemas do CNJ. A acusação sustenta que a parlamentar teria se articulado com um hacker para invadir sistemas judiciais, ferindo gravemente a integridade do órgão. Desde sua prisão em Roma, entretanto, ela alega inocência e insiste na narrativa de que teria sido vítima de perseguição política, tese reforçada por seus advogados durante as audiências na Itália.

Essa argumentação, embora rejeitada pelas autoridades brasileiras, ecoa em determinados setores políticos e tem sido usada para tentar sensibilizar a Justiça italiana. O desafio da defesa é demonstrar que a condenação não se deu por critérios jurídicos, mas por motivação política — tese geralmente difícil de sustentar perante cortes internacionais.

Impacto político do caso no Brasil

A discussão sobre a extradição de Carla Zambelli provocou reações divergentes no Congresso Nacional e no ambiente político brasileiro. Enquanto aliados da deputada acusam abusos e excessos na condução do processo, parlamentares de oposição apontam que a extradição é consequência direta de decisões judiciais amparadas em provas e procedimentos regulares.

O caso também trouxe novo desgaste entre grupos políticos ideologicamente polarizados. A proximidade de Zambelli com a ala mais radical do bolsonarismo adiciona uma camada extra de tensão ao debate, já que a extradição pode fortalecer narrativas de suposta perseguição contra figuras ligadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

Relações entre Brasil e Itália à prova

Em termos diplomáticos, o processo coloca em evidência a relação jurídica entre os dois países. O tratado de extradição vigente prevê mecanismos claros de cooperação, mas a interpretação dos juízes italianos costuma ser criteriosa, sobretudo em processos que envolvem repercussão política — o que é exatamente o caso.

O histórico de extradições entre Brasil e Itália mostra decisões marcadas por grande repercussão, o que torna cada novo processo de alto interesse público e político. O caso de Zambelli, portanto, está longe de ser apenas uma questão técnica: trata-se de um episódio que envolve diplomacia, soberania jurídica, confiança entre os Estados e a credibilidade dos sistemas de Justiça de ambos os países.

Uma audiência que amplia incertezas

Ao adiar novamente a análise sobre a extradição de Carla Zambelli, a Justiça italiana sinaliza que ainda há elementos que precisam ser avaliados com maior profundidade. A expectativa de que a audiência traria algum avanço foi frustrada, deixando o processo mais longo e mais imprevisível.

O novo prazo, apesar de curto, reforça uma das características centrais do sistema judicial europeu: prudência. Cada documento novo, cada questionamento e cada elemento adicional precisa ser examinado para que a decisão final seja juridicamente sólida. Ao mesmo tempo, esse ritmo cria um cenário de ansiedade no Brasil, onde o caso é acompanhado de perto por setores políticos e pela imprensa.

Independentemente do desfecho, uma conclusão já é clara: o processo se tornou um dos temas mais delicados de 2025 na interseção entre política, Justiça e relações internacionais.

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