Allard é afastado em disputa bilionária no Rosewood São Paulo e crise expõe racha societário
A disputa bilionária no Rosewood São Paulo inaugurou um novo capítulo na já conturbada relação entre o empresário francês Alexandre Allard e o grupo chinês Chow Tai Fook (CTF), sócio majoritário do empreendimento. O afastamento de Allard do conselho de administração da BM Empreendimentos, deliberado em assembleia realizada nesta quinta-feira (11), desencadeou uma tempestade corporativa com impactos na governança, na continuidade de projetos estratégicos e no futuro de empreendimentos que carregam visibilidade internacional.
A decisão não apenas formalizou a saída de Allard do conselho, como também abriu espaço para uma ação de responsabilidade civil contra o empresário, que detém 35% das ações da companhia. A CTF, controlando 65% do grupo, posicionou-se de maneira incisiva ao pautar questionamentos sobre a condução financeira e administrativa dos últimos anos.
Nesse ambiente de tensão, a disputa bilionária no Rosewood São Paulo assumiu dimensões que extrapolam o setor de hospitalidade e alcançam debates sobre governança, transparência e capacidade de execução de projetos de grande porte. Para analistas, trata-se de um embate entre modelos de gestão distintos, acirrado por divergências acumuladas ao longo de quase uma década.
ASSEMBLEIA MARCADA POR ACUSAÇÕES E PEDIDOS DE REVISÃO FINANCEIRA
Segundo relatos, a assembleia que culminou no afastamento de Allard foi marcada por acusações recíprocas e forte clima de hostilidade. A CTF solicitou a revisão das demonstrações financeiras de 2022 e 2023, embora as auditorias independentes não tenham reprovado as contas oficialmente apresentadas.
Não demorou para que o episódio se transformasse em combustível para a disputa bilionária no Rosewood São Paulo, uma vez que o pedido de revisão foi interpretado como uma tentativa de pressionar Allard no campo reputacional. A defesa do executivo reagiu imediatamente, alegando “abuso de maioria” e “irregularidades societárias”, além de confirmar que recorrerá à Justiça para garantir uma avaliação técnica neutra.
A BM Empreendimentos, por sua vez, afirma que a assembleia ocorreu de forma legítima, seguindo integralmente os requisitos legais e estatutários. No entanto, mesmo essa declaração não foi suficiente para dissipar a percepção de ruptura definitiva entre os sócios.
PALÁCIO RIO BRANCO: O OUTRO FRONTE DA CRISE
Enquanto a disputa bilionária no Rosewood São Paulo avança, outro problema corrói a base dos negócios de Allard: a paralisação da revitalização do Palácio Rio Branco, projeto adquirido pela BM Varejo em 2022. A proposta previa a transformação do prédio histórico em um empreendimento de alto padrão, capaz de redesenhar o eixo cultural da capital baiana.
Apesar de possuir todas as permissões necessárias, a obra permanece estagnada. Fontes ligadas ao projeto afirmam que pendências financeiras e conflitos internos no grupo de Allard impedem a implementação do cronograma. Avaliado inicialmente em R$ 135,5 milhões, o projeto se transformou em mais um símbolo da crise, evidenciando a dificuldade do empresário em garantir financiamento estável em meio ao confronto societário.
Para especialistas em patrimônio histórico e mercado imobiliário, a interrupção do Palácio Rio Branco representa um prejuízo não apenas econômico, mas também simbólico. A iniciativa pretendia reposicionar Salvador como destino de luxo e inovação arquitetônica. No entanto, com a disputa bilionária no Rosewood São Paulo se intensificando, o futuro do projeto torna-se incerto.
PERDA DE PARTICIPAÇÃO E DISPUTAS JURÍDICAS COM A CTF
O racha entre Allard e o grupo chinês não é recente. Em 2024, o empresário teve sua participação reduzida de 40% para 35% no Rosewood São Paulo, após não aportar sua parte — cerca de R$ 100 milhões — em um empréstimo contratado pela CTF. A dívida desencadeou uma cascata de atritos e, segundo documentos apresentados por Allard, motivou acusações contra os chineses envolvendo espionagem e usurpação de direitos autorais.
Esses elementos reforçaram a profundidade da disputa bilionária no Rosewood São Paulo, que agora se desdobra em múltiplas esferas, incluindo a propriedade intelectual. O projeto arquitetônico e artístico do Rosewood é um dos mais sofisticados da indústria hoteleira de luxo, combinando arte, design e engenharia em uma obra que ganhou projeção global.
Para observadores do mercado, o embate transcende questões financeiras e atinge também o campo da narrativa cultural. Allard se consolidou como peça-chave no desenvolvimento estético do empreendimento, enquanto a CTF tornou-se responsável pela sustentação econômica do projeto.
A POSIÇÃO DA REDE ROSEWOOD
Em meio à crise, a Rosewood Hotels & Resorts divulgou nota esclarecendo que não participa de nenhuma negociação referente ao Palácio Rio Branco, empreendimento sob responsabilidade exclusiva da BM Varejo. Segundo a rede, sua participação está restrita à operação hoteleira no complexo Cidade Matarazzo, que abriga o Rosewood São Paulo.
Esse distanciamento, no entanto, não reduz os impactos da disputa bilionária no Rosewood São Paulo sobre a percepção internacional da marca. A crise societária expôs uma fissura entre o glamour da hospitalidade de luxo e os bastidores complexos de grandes conglomerados imobiliários.
DISPUTA SOCIETÁRIA GANHA TONALIDADE POLÍTICA E ECONÔMICA
Afastar Allard do conselho também adiciona novos elementos à discussão sobre governança corporativa no Brasil. A participação de fundos estrangeiros, como a CTF, eleva o nível de exigência sobre compliance e auditoria, enquanto a atuação de empreendedores visionários como Allard desafia limites tradicionais do setor.
A disputa bilionária no Rosewood São Paulo se transformou em um teste de resistência para modelos de gestão híbridos, que integram capital internacional, criatividade autoral e grandes obras arquitetônicas.
Para analistas do mercado financeiro, o conflito pode servir como laboratório para observar como estruturas de poder se reorganizam em empresas com diferentes origens culturais e interesses divergentes.
IMPACTO NO SETOR DE HOSPITALIDADE DE LUXO
O Rosewood São Paulo é considerado um dos hotéis mais sofisticados da América Latina. Sua inauguração marcou a entrada definitiva da capital paulista no mapa internacional de hotelaria de alto padrão. Por isso, a disputa bilionária no Rosewood São Paulo afeta não apenas o grupo controlador, mas todo o ecossistema envolvido na operação.
Concorrentes avaliam que o conflito pode atrasar projetos futuros, reduzir investimentos em expansão e reabrir discussões sobre estabilidade financeira no setor de luxo. Por outro lado, especialistas consideram que o empreendimento, pela sua grandiosidade, resistirá à crise societária sem grandes impactos na experiência dos hóspedes.
O QUE ESPERAR DA PRÓXIMA FASE DO CONFLITO
A partir do afastamento de Allard, abre-se uma nova fase na disputa bilionária no Rosewood São Paulo. As possibilidades incluem:
● Reestruturação do conselho e centralização das decisões na CTF
● Avanço de processos judiciais que podem redefinir a governança
● Possível venda de participação de Allard ou busca de novos investidores
● Revisão de contratos relacionados ao projeto arquitetônico do hotel
● Impactos diretos na retomada das obras do Palácio Rio Branco
Especialistas consultados indicam que o desenrolar da crise dependerá da postura da CTF nas próximas semanas. Caso opte por uma condução mais rígida, é possível que a disputa avance para novas arenas jurídicas, ampliando o desgaste para todos os envolvidos.
Enquanto isso, Allard tenta reorganizar sua estratégia de defesa e reforçar sua narrativa como idealizador e peça artística central do Rosewood.






