Seguro de vida cresce 12,13% até setembro e lidera expansão do setor de seguros em 2025
O seguro de vida se consolidou como o produto de maior destaque no mercado de seguros brasileiro em 2025. de acordo com dados divulgados pela Superintendência de Seguros Privados (Susep), o segmento registrou crescimento nominal de 12,13% entre janeiro e setembro, alcançando expansão real de 6,59% em comparação com o mesmo período de 2024.
O desempenho reforça a tendência de fortalecimento do setor de seguros de pessoas, que tem sido impulsionado pela maior conscientização da população sobre proteção financeira, pela evolução digital das seguradoras e por um cenário econômico mais estável, com juros controlados e inflação moderada.
Seguro de vida lidera o crescimento entre os ramos de pessoas
O levantamento da Susep mostra que, dentro do grupo de seguros de pessoas, o seguro de vida foi o grande responsável pelo avanço do setor no acumulado de 2025. O resultado reflete a retomada do consumo e o interesse crescente por produtos de proteção individual e familiar.
O segmento de pessoas — que inclui seguros de vida, acidentes pessoais e prestamista — somou R$ 164,82 bilhões em receitas até setembro, representando crescimento nominal de 7,45% em relação ao mesmo intervalo do ano anterior. Desses, o seguro de vida foi o que mais cresceu, respondendo pela maior parte da expansão.
A demanda vem sendo impulsionada por fatores como:
-
A ampliação das ofertas de seguros personalizados;
-
O aumento da venda digital por aplicativos e bancos digitais;
-
A busca por segurança financeira em momentos de instabilidade econômica;
-
A maior integração de produtos de seguros com planos de previdência e crédito pessoal.
Setor de seguros movimenta mais de R$ 313 bilhões
De janeiro a setembro de 2025, o setor supervisionado pela Susep movimentou R$ 313,09 bilhões em receitas, valor 3,43% menor do que o registrado no mesmo período de 2024, quando o montante foi de R$ 324,23 bilhões.
Apesar da leve retração em termos gerais, o desempenho positivo dos seguros de pessoas e do seguro de vida mostra que o mercado de proteção continua em expansão. O segmento de seguros de danos, que inclui automóveis, residências e empresas, também contribuiu para a sustentação do setor, registrando crescimento nominal de 6,12% no seguro auto e avanço real de 0,89%.
As indenizações, resgates, benefícios e sorteios somaram R$ 198,61 bilhões nos nove primeiros meses do ano, representando alta de 9,72% em relação ao mesmo período do ano anterior — um reflexo direto da maior utilização dos produtos e da ampliação da base de segurados.
Seguro de vida: proteção em alta no pós-pandemia
O seguro de vida consolidou-se como um dos instrumentos mais procurados pelos brasileiros desde o período pós-pandemia. A combinação de maior educação financeira e a popularização dos produtos oferecidos por bancos digitais e fintechs resultou em um aumento expressivo no número de apólices contratadas.
Além da cobertura por morte, que continua sendo a principal motivação para a contratação, os consumidores têm buscado planos que oferecem assistências em vida, como cobertura para doenças graves, invalidez temporária e serviços de suporte familiar.
Especialistas do setor destacam que o seguro de vida tem se tornado um componente essencial da planejamento financeiro familiar, atuando não apenas como uma proteção patrimonial, mas como um instrumento de liquidez e estabilidade econômica em momentos de crise.
Fatores que explicam o avanço do seguro de vida
-
Transformação digital das seguradoras — o uso de plataformas digitais reduziu a burocracia e ampliou o acesso a produtos personalizados, especialmente entre o público jovem.
-
Maior conscientização financeira — campanhas de educação sobre seguros têm ajudado a desmistificar o produto e torná-lo mais acessível.
-
Taxas de juros mais baixas — com o custo do crédito mais controlado, consumidores e empresas têm priorizado investimentos em proteção financeira.
-
Integração com serviços bancários e previdenciários — muitos bancos passaram a oferecer pacotes combinados de previdência e seguro de vida, facilitando a adesão.
-
Crescimento dos seguros coletivos — empresas têm aderido com mais frequência a apólices coletivas para colaboradores, o que amplia a base de segurados.
Desempenho dos outros ramos de seguro
Enquanto o seguro de vida registrou avanço de dois dígitos, outros segmentos também mostraram resiliência:
-
Seguro auto: crescimento nominal de 6,12% e avanço real de 0,89%, mantendo a maior participação entre os seguros de danos, com 42% do total.
-
Seguros de danos e pessoas (sem VGBL): alta nominal de 7,45% no acumulado do ano.
-
Previdência complementar e capitalização: desempenho moderado, impactado pela migração de parte dos investidores para produtos de maior liquidez.
O resultado reforça a importância do seguro de vida e do segmento de pessoas como pilares de crescimento para o mercado, compensando as oscilações nos ramos corporativos e de grandes riscos.
Indenizações e benefícios sobem quase 10%
As indenizações e benefícios pagos pelas seguradoras alcançaram R$ 198,61 bilhões entre janeiro e setembro, alta de 9,72% em relação ao mesmo período de 2024. Esse aumento acompanha o crescimento do número de apólices ativas e o fortalecimento do seguro de vida, que representa parte significativa dessas indenizações.
O índice de sinistralidade — relação entre o valor pago em indenizações e o valor arrecadado em prêmios — manteve-se dentro da normalidade para o setor, demonstrando equilíbrio financeiro e sustentabilidade das operações.
Susep reforça supervisão e estímulo à concorrência
A Susep, autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda, reforçou em 2025 seu papel de supervisão e estímulo à inovação no setor. A instituição vem adotando medidas para ampliar a transparência, modernizar a regulação e incentivar a competição entre seguradoras, resseguradoras e fintechs de seguros (insurtechs).
O objetivo é aumentar a eficiência do mercado e oferecer produtos mais acessíveis, com linguagem clara e processos de adesão simplificados. Essa política regulatória tem sido um dos vetores para o avanço do seguro de vida e da digitalização dos serviços.
Perspectivas para o fim de 2025
A expectativa do mercado é que o seguro de vida mantenha ritmo de expansão até o fim de 2025, acompanhando o aquecimento da economia e o aumento do poder de compra das famílias. Com o lançamento de novos produtos híbridos, que combinam proteção e investimento, a previsão é de crescimento adicional entre 8% e 10% no último trimestre do ano.
O segmento de seguros de danos deve continuar crescendo em ritmo moderado, especialmente em ramos ligados ao crédito e ao agronegócio. Já a previdência aberta tende a se recuperar com a estabilização dos juros, atraindo investidores de longo prazo.
Seguro de vida: um mercado de oportunidades
O crescimento de 12,13% do seguro de vida confirma que o mercado brasileiro ainda tem amplo espaço para expansão. Atualmente, estima-se que menos de 20% da população possua uma apólice ativa, índice inferior ao de países como Chile e Estados Unidos.
Com o avanço da digitalização, a popularização dos seguros sob demanda e a entrada de novos agentes no mercado, o Brasil tende a registrar forte expansão do setor nos próximos anos.
O cenário é promissor tanto para as seguradoras tradicionais, que investem em inovação, quanto para as insurtechs, que vêm ganhando espaço com modelos flexíveis e acessíveis de contratação.seguro de vida, Susep, mercado de seguros, crescimento do seguro de vida, seguro de pessoas, seguro auto, setor de seguros 2025
O desempenho do seguro de vida em 2025 reforça o papel estratégico do segmento no mercado de seguros e no planejamento financeiro das famílias brasileiras. Mesmo em um cenário de desaceleração em outros ramos, o crescimento de 12,13% até setembro demonstra a solidez e a relevância desse produto.
Com o avanço da tecnologia, o aumento da consciência financeira e o apoio regulatório da Susep, o seguro de vida deve seguir em trajetória ascendente, consolidando-se como um dos pilares da proteção e estabilidade econômica no país.






