Competição de IA entre EUA e China chega às criptomoedas e redefine o poder digital global
A competição de IA entre EUA e China entra em uma nova fase — e agora atinge o universo das criptomoedas. O embate que antes se concentrava em semicondutores, data centers e inteligência artificial começa a se estender ao campo financeiro digital, com implicações diretas sobre o controle de moedas, blockchain e poder econômico global.
O cenário se intensificou após o encontro entre Donald Trump e Xi Jinping, realizado em 30 de outubro, quando o presidente dos Estados Unidos afirmou que pretende tornar a “criptografia ótima para a América”, reforçando a ambição de manter o país na liderança tecnológica mundial. A fala de Trump coincidiu com um movimento estratégico da China, que através de Hong Kong, anunciou a flexibilização das regras de negociação de ativos digitais, permitindo que plataformas locais se conectem a exchanges internacionais.
Essa disputa crescente mostra que a competição de IA entre EUA e China já ultrapassou o campo da tecnologia pura: ela se transformou em uma corrida pela hegemonia financeira digital do século XXI.
O novo campo de batalha: IA, blockchain e poder financeiro
A competição de IA entre EUA e China não se resume à busca por supremacia em algoritmos de aprendizado profundo ou chips de processamento. Agora, o foco está no uso dessas tecnologias como instrumentos de poder econômico e geopolítico.
Nos Estados Unidos, a integração entre inteligência artificial e criptografia tem estimulado o surgimento de sistemas autônomos de investimento, negociação e monitoramento de blockchain. O governo americano, com apoio de empresas como Nvidia, OpenAI e Coinbase, busca consolidar um ecossistema digital sob sua influência.
Na China, por outro lado, o avanço acontece por meio do yuan digital e do estímulo a empresas de tecnologia que desenvolvem soluções de blockchain supervisionadas pelo Estado. O país vê as criptomoedas e a IA como ferramentas para reduzir a dependência do dólar e fortalecer sua presença na Ásia e no Sul Global.
A competição de IA entre EUA e China ganha contornos estratégicos: quem dominar o uso da IA para regular, minerar e rastrear criptoativos, dominará também a próxima geração do sistema financeiro mundial.
Hong Kong como frente avançada da estratégia chinesa
A movimentação recente de Hong Kong expõe a tática de Pequim. Embora a China continental mantenha uma proibição formal às transações de criptomoedas desde 2021, a região administrativa especial funciona como um laboratório financeiro regulado, permitindo testar novos modelos de integração entre blockchain, stablecoins e IA.
Na prática, o governo de Hong Kong liberou as plataformas locais licenciadas para negociar diretamente com exchanges globais, além de autorizar a listagem de novos ativos digitais sem exigir o histórico de operação de 12 meses. Essa flexibilização, anunciada durante a FinTech Week 2025, reforça o papel da cidade como ponte entre o sistema financeiro tradicional (TradFi) e o mundo descentralizado das criptos (DeFi).
Com isso, a competição de IA entre EUA e China ganha um novo componente: enquanto Washington fortalece sua estrutura regulatória e de inovação, Pequim usa Hong Kong para atrair capital global, consolidando-a como hub asiático de ativos digitais.
O papel dos EUA: IA, criptografia e liderança tecnológica
A política americana busca preservar a dianteira em dois eixos: inteligência artificial e criptografia. O objetivo é assegurar que as tecnologias centrais — como redes neurais avançadas e sistemas de blockchain — continuem sob controle das empresas e instituições dos Estados Unidos.
Trump afirmou que pretende fazer dos EUA “o número um também em criptografia”, indicando que o país vê o domínio sobre blockchain como uma extensão da soberania digital. O governo americano já atua em parceria com empresas privadas para desenvolver stablecoins atreladas ao dólar, ampliando o alcance da moeda norte-americana no ambiente digital.
O Genius Act, lei que regula stablecoins nos EUA, é uma resposta direta ao yuan digital da China. Ao incentivar a criação de moedas estáveis lastreadas em dólar, Washington busca manter o poder de influência monetária em meio à transformação digital.
Nesse contexto, a competição de IA entre EUA e China não é apenas tecnológica — é uma disputa pela arquitetura do dinheiro do futuro.
Stablecoins e moedas digitais: o epicentro da nova disputa
Enquanto os EUA apostam em stablecoins dolarizadas, a China investe em sua própria moeda digital soberana, o e-CNY (yuan digital). Essa moeda, emitida pelo Banco Popular da China, foi desenhada para substituir parte do dinheiro físico e permitir o rastreamento de transações, fortalecendo o controle do governo sobre a economia.
No entanto, a adoção ainda é limitada. Muitos cidadãos chineses demonstram resistência em usar o yuan digital no dia a dia, o que contrasta com o entusiasmo de investidores e fintechs em Hong Kong e Cingapura.
Por outro lado, as stablecoins americanas — como USDT (Tether) e USDC (Circle) — já são amplamente utilizadas em transações internacionais e representam quase metade dos pagamentos globais registrados pela SWIFT.
Essa dinâmica coloca a competição de IA entre EUA e China em um patamar mais complexo: quem conseguir integrar IA + blockchain + moeda digital de forma eficiente conquistará poder de monitoramento e influência econômica sobre milhões de usuários.
Mercado financeiro reage à nova geopolítica digital
A tensão entre as duas potências afeta diretamente o comportamento dos mercados. O Bitcoin, que vinha valorizado, sofreu quedas recentes devido à incerteza sobre tarifas e sanções entre os países. O ativo chegou a recuar para abaixo de US$ 100 mil, após forte oscilação nas ações de empresas de IA, refletindo o deslocamento de investidores entre setores tecnológicos.
Segundo Jason Huang, gestor da NextGen Digital Venture, há um movimento natural de capital alternando entre IA e criptomoedas. “Quando a inteligência artificial esfria, os investidores voltam para o mercado cripto”, observou o executivo em evento recente.
Esse comportamento reforça a correlação entre as duas áreas e evidencia que a competição de IA entre EUA e China já se manifesta nos portfólios globais — com investidores tentando antecipar o próximo eixo de valorização.
Ethereum e o avanço da infraestrutura descentralizada
Durante a FinTech Week de Hong Kong, executivos da Ethereum Foundation destacaram que mais de 60% das stablecoins mundiais estão hoje implantadas na rede Ethereum, principal infraestrutura descentralizada do planeta. Isso mostra como a integração entre IA, contratos inteligentes e moedas digitais está se acelerando.
A criação do Ethereum Hong Kong Hub, espaço dedicado a startups de blockchain, ilustra a estratégia chinesa de impulsionar o ecossistema cripto sob regulação local — uma forma de participar ativamente da revolução digital sem abrir mão do controle estatal.
Enquanto isso, os EUA continuam dominando em inovação e capital de risco, com o Vale do Silício liderando o desenvolvimento de novas soluções de IA aplicada à análise de blockchain e segurança cibernética.
A disputa, portanto, é de infraestrutura: a competição de IA entre EUA e China definirá quem controlará as bases tecnológicas do novo sistema financeiro descentralizado.
A visão de futuro: IA, poder digital e soberania monetária
Especialistas em geopolítica digital apontam que a competição de IA entre EUA e China tende a se intensificar nos próximos anos. Os Estados Unidos têm a vantagem de ecossistemas abertos, inovação descentralizada e maior confiança internacional em suas stablecoins. Já a China conta com o poder estatal e a capacidade de mobilizar investimentos em larga escala.
Para analistas, o conflito vai muito além da tecnologia: trata-se de uma corrida pela soberania monetária e informacional. A IA fornece os algoritmos; o blockchain, a infraestrutura; e as moedas digitais, o poder de controle.
Em resumo, o país que dominar essa tríade definirá as regras do comércio e das finanças digitais do futuro.
O início de uma era de guerra digital silenciosa
A competição de IA entre EUA e China marca o início de uma nova era de guerra digital silenciosa, em que as armas são algoritmos, dados e moedas virtuais. Enquanto os Estados Unidos apostam na descentralização e no poder do dólar digital, a China segue o caminho do controle e da integração estatal.
Nesse contexto, as criptomoedas tornam-se instrumentos de influência geopolítica, e não apenas de investimento. Cada stablecoin, cada protocolo blockchain e cada projeto de IA agora representam um movimento dentro de uma disputa global por poder e autonomia.
O futuro da economia digital será definido não apenas por quem tem mais chips ou servidores, mas por quem souber usar a inteligência artificial e as criptomoedas para governar o fluxo de valor e informação do planeta.






