sexta-feira, 19 de dezembro de 2025
contato@gazetamercantil.com
GAZETA MERCANTIL
Sem resultados
Todos os resultados
GAZETA MERCANTIL
Sem resultados
Todos os resultados
GAZETA MERCANTIL
Sem resultados
Todos os resultados
Home Economia

Juro real no Brasil segue como 2º maior do mundo após Copom

por Henrique Valverde - Repórter de Política e Economia
12/12/2025
em Destaque, Economia, News
Juro Real No Brasil Segue Como 2º Maior Do Mundo Após Copom - Gazeta Mercantil

Juro real no Brasil segue como um dos maiores do mundo após decisão do Copom

O juro real no Brasil voltou ao centro da discussão econômica após a chamada superquarta, quando Copom e Federal Reserve tomaram decisões decisivas para o rumo da política monetária global. A manutenção da Selic em 15% ao ano, em contraste com o corte promovido pelo banco central norte-americano, reascendeu o debate sobre o diferencial de juros e o impacto desse cenário no crédito, no câmbio, no consumo e na própria dinâmica da atividade econômica. O levantamento mais recente da MoneYou em parceria com a Lev Intelligence colocou o país novamente em posição de destaque internacional: o juro real no Brasil permanece como o segundo maior do planeta, atrás apenas da Turquia.

A comparação considera a taxa de juros projetada para os próximos doze meses e a inflação estimada para o mesmo período. No ranking global, o juro real no Brasil aparece em 9,44%, enquanto a Turquia lidera com 10,33%. O indicador contrasta com economias desenvolvidas, onde, em muitos casos, o juro real se aproxima de zero ou até assume terreno negativo. A manutenção do Brasil no topo das maiores taxas evidencia uma política monetária ainda fortemente contracionista, apesar do processo de desaceleração da inflação ao longo dos últimos meses.

O comportamento do juro real no Brasil é determinante para a atração de capital estrangeiro em renda fixa e, simultaneamente, um dos fatores que mais restringem a expansão do crédito no mercado doméstico. A combinação entre juros elevados e inflação projetada mais baixa amplia a taxa real, tornando o país um destino competitivo para investidores, ao mesmo tempo em que encarece empréstimos e reduz a capacidade de consumo das famílias. O levantamento mostra que, embora o índice brasileiro tenha registrado leve desaceleração no mês, permanece em patamar elevado.


Decisões de Copom e Fed acentuam diferenças entre economias

A manutenção da Selic em 15% pelo Copom reforçou o caráter contracionista da política monetária local. Enquanto isso, o Federal Reserve reduziu em 0,25 ponto percentual a taxa norte-americana, situando-a no intervalo de 3,5% a 3,75%. Essa divergência amplia o diferencial entre países emergentes e desenvolvidos e intensifica o debate sobre a condução da política monetária brasileira.

O juro real no Brasil, ao ser comparado ao dos Estados Unidos, evidencia a distância entre expectativas econômicas e estrutura inflacionária de cada país. Enquanto a inflação norte-americana vem cedendo gradualmente e permite ao Fed iniciar cortes, a economia brasileira ainda exige prudência, segundo o Copom, para garantir ancoragem de expectativas. Isso se reflete diretamente no ranking internacional, onde os Estados Unidos aparecem com 0,40% de juro real, muito abaixo do observado no Brasil.

A política monetária dos dois bancos centrais influencia não apenas as economias locais, mas o ambiente global de fluxo de capitais. Um juro real no Brasil tão elevado atrai investidores em busca de retorno, mas também gera volatilidade no câmbio e exige monitoramento constante por parte das autoridades econômicas.


Brasil permanece no topo do ranking global de juros reais

No levantamento divulgado, a Turquia aparece na liderança com 10,33% de juro real, seguida pelo Brasil, com 9,44%. Em terceiro lugar, a Rússia registra 7,89%, seguida pela Argentina, com 7,14%, e pelo México, com 5,21%. Esses números mostram que o juro real no Brasil se mantém em patamar elevado na comparação internacional e reforçam a percepção de que a economia brasileira continua enfrentando desafios estruturais de inflação e crescimento.

A metodologia utilizada no levantamento considera a taxa nominal de juros no vencimento mais líquido, descontada da inflação esperada para os próximos doze meses. Esse cálculo representa a remuneração real dos títulos, ou seja, o retorno que realmente será obtido após a perda do poder de compra. O juro real no Brasil, portanto, é uma medida essencial para compreender a postura da política monetária e sua eficácia no combate à inflação.

No bloco intermediário do ranking, economias como Indonésia, Hungria, África do Sul e Israel aparecem com juros reais entre 2% e 2,5%. Já no extremo oposto, países desenvolvidos como Alemanha, Espanha, Portugal, Áustria, Holanda e Dinamarca operam com juro real próximo de zero ou negativo. Essa discrepância mostra como diferentes economias respondem às pressões inflacionárias e evidencia o grau de rigidez da política monetária brasileira.


Impactos do juro real elevado na economia brasileira

A manutenção de um juro real no Brasil entre os mais altos do mundo tem efeitos diretos sobre todas as camadas da economia. De um lado, o país se torna atrativo para investidores internacionais de renda fixa, que buscam mercados com retornos reais elevados. Esse fluxo pode contribuir para a valorização da moeda e para o financiamento de parte da dívida pública, mas também aumenta a dependência externa e a volatilidade dos capitais.

Do outro lado, o juro real no Brasil mantém um efeito restritivo sobre o crédito e sobre a atividade produtiva. Empréstimos mais caros reduzem o apetite de consumo das famílias e o investimento das empresas. A desaceleração do crédito impacta diretamente setores como varejo, construção civil e serviços, componentes relevantes para dinamizar o PIB. A limitação do consumo dificulta a aceleração da economia e prolonga o ciclo de recuperação.

O mercado de trabalho também é influenciado pelo juro real elevado. A necessidade de prudência nas contratações e a diminuição do ritmo de expansão das empresas afetam a geração de empregos. Além disso, um juro real no Brasil tão alto tende a pressionar as finanças públicas, já que o custo de rolagem da dívida se mantém elevado. Em um país com déficit fiscal persistente, essa variável se torna especialmente relevante.


Efeito do juro real no câmbio e nos fluxos internacionais

O diferencial elevado entre o juro real no Brasil e o de outras economias gera um ambiente favorável ao ingresso de capital estrangeiro. Títulos públicos brasileiros, remunerados com taxas reais elevadas, tornam-se atrativos para investidores globais que buscam rentabilidade acima da média. Esse movimento pode contribuir para a apreciação do real, especialmente em momentos de maior estabilidade internacional.

Entretanto, esse benefício vem acompanhado de riscos. O chamado “carry trade”, estratégia baseada na arbitragem entre taxas de juros, deixa o país mais vulnerável a mudanças abruptas no humor dos mercados globais. Uma alteração na expectativa sobre a política monetária americana, por exemplo, pode reverter fluxos rapidamente, pressionando o câmbio e aumentando a volatilidade financeira.

O juro real no Brasil, portanto, não atua isoladamente. Ele é parte de um sistema interligado, que envolve política fiscal, expectativas inflacionárias, credibilidade institucional e estabilidade política. Qualquer mudança brusca em um desses componentes pode reorganizar o cenário de curto prazo.


Por que o juro real no Brasil permanece tão elevado

A permanência do Brasil entre os países com maior juro real decorre de fatores estruturais e conjunturais. A inflação brasileira, ainda que controlada, possui características persistentes e exige vigilância constante. A política fiscal do país, frequentemente marcada por pressões de gastos, também contribui para que as expectativas de inflação permaneçam elevadas, exigindo uma postura mais firme do Copom.

Além disso, a credibilidade das instituições e a sensibilidade da economia à inflação influenciam diretamente o juro real no Brasil. O Copom afirma reiteradamente que decisões são baseadas em dados e projeções, mas também observa riscos fiscais e externos. A combinação desses fatores leva o país a operar com uma taxa de juros real mais alta do que outras economias emergentes.

O ambiente internacional, marcado por desaceleração global e incertezas geopolíticas, também afeta a postura do Banco Central. A rigidez da política monetária reflete a necessidade de manter expectativas sob controle e evitar choques inflacionários em um momento de vulnerabilidade internacional.


O papel do Copom na definição do juro real

O Copom tem como missão garantir a estabilidade de preços e assegurar que a meta de inflação seja cumprida. Para isso, utiliza a taxa Selic como principal instrumento. A manutenção da Selic em 15% indica que o Comitê enxerga riscos ainda significativos no horizonte e acredita que não é o momento adequado para iniciar o ciclo de cortes.

O juro real no Brasil é resultado direto da Selic e da inflação projetada. Se a inflação desacelera de maneira mais rápida do que a taxa básica, o juro real se amplia. Por isso, mesmo sem aumentar a Selic, o Brasil pode subir no ranking internacional. É exatamente esse movimento que tem sido observado ao longo dos últimos meses.

O Copom monitora indicadores como atividade econômica, câmbio, expectativas de inflação e decisões internacionais. A trajetória futura do juro real no Brasil dependerá da interação entre esses fatores e da capacidade do país de alinhar política fiscal e monetária.


Comparações internacionais e lições para o Brasil

Ao observar a posição do Brasil no ranking global, é possível identificar padrões. Países com inflação controlada e estabilidade fiscal conseguem operar com juros nominais mais baixos, o que reduz automaticamente o juro real. Economias como Alemanha, Espanha e Japão demonstram como a combinação entre inflação reduzida e política monetária estável permite operar com juros próximos de zero ou negativos.

Por outro lado, países emergentes, sujeitos a choques fiscais e cambiais, tendem a apresentar juros reais elevados. O juro real no Brasil, portanto, reflete uma série de vulnerabilidades estruturais que exigem soluções de médio e longo prazo. A melhoria do ambiente macroeconômico, o fortalecimento das instituições e o controle fiscal podem permitir ao país convergir para taxas reais mais baixas no futuro.


Perspectivas para o juro real nos próximos meses

O comportamento do juro real no Brasil ao longo dos próximos meses dependerá diretamente da trajetória da inflação e das sinalizações do Copom. Caso a inflação siga em queda, sem alterações na Selic, o país poderá continuar figurando entre os primeiros lugares do ranking internacional. Por outro lado, se houver espaço para cortes graduais da taxa básica, o juro real poderá recuar.

Analistas observam que o cenário fiscal será determinante nesse processo. A credibilidade das metas e o equilíbrio das contas públicas influenciam expectativas e determinam quanto o Banco Central precisa ser rígido. A continuidade das reformas econômicas e a contenção de gastos também fazem parte do caminho para reduzir o juro real no Brasil.

Tags: Copom decisão jurosFed x Copom jurosinflação projetada Brasiljuro real Brasil rankingjuro real mundialSelic 15% impacto

LEIA MAIS

Ibge: Municípios Que Concentram O Pib Do Brasil Revelam Desigualdade Econômica - Gazeta Mercantil
Economia

IBGE: municípios que concentram o PIB do Brasil revelam desigualdade econômica

Municípios que concentram o PIB do Brasil revelam desigualdades e força das capitais na economia A economia brasileira segue marcada por um elevado grau de concentração territorial. Dados...

MaisDetails
Governo Trump É Forçado Por Lei A Divulgar Os Arquivos De Jeffrey Epstein - Gazeta Mercantil
Mundo

Governo Trump é forçado por lei a divulgar os arquivos de Jeffrey Epstein

Governo Trump é obrigado por lei a divulgar todos os arquivos de Jeffrey Epstein nesta sexta-feira A divulgação integral dos arquivos de Jeffrey Epstein tornou-se um dos episódios...

MaisDetails
Ibovespa Pode Chegar A 200 Mil Pontos? Entenda O Cenário Político E Econômico - Gazeta Mercantil
Economia

Ibovespa pode chegar a 200 mil pontos? Entenda o cenário político e econômico

Ibovespa pode chegar a 200 mil pontos? Mercado financeiro avalia cenário político, fiscal e eleitoral A pergunta que domina conversas na Faria Lima, em mesas de operação e...

MaisDetails
Tiktok Confirma Acordos Para Joint Venture Nos Eua Com Controle Americano - Gazeta Mercantil
Business

TikTok confirma acordos para joint venture nos EUA com controle americano

TikTok confirma acordos para joint venture nos EUA e avança em separação parcial da ByteDance O TikTok deu um passo decisivo para redefinir sua presença no mercado norte-americano...

MaisDetails
Bitcoin Se Aproxima Dos Us$ 90 Mil E Anima O Mercado De Criptomoedas - Gazeta Mercantil
Criptomoedas

Bitcoin se aproxima dos US$ 90 mil e anima o mercado de criptomoedas

Bitcoin se aproxima dos US$ 90 mil após dados de inflação dos EUA e reacende otimismo no mercado cripto O mercado global de criptomoedas voltou a ganhar tração...

MaisDetails
PUBLICIDADE

GAZETA MERCANTIL

Ibge: Municípios Que Concentram O Pib Do Brasil Revelam Desigualdade Econômica - Gazeta Mercantil
Economia

IBGE: municípios que concentram o PIB do Brasil revelam desigualdade econômica

Governo Trump É Forçado Por Lei A Divulgar Os Arquivos De Jeffrey Epstein - Gazeta Mercantil
Mundo

Governo Trump é forçado por lei a divulgar os arquivos de Jeffrey Epstein

Ibovespa Pode Chegar A 200 Mil Pontos? Entenda O Cenário Político E Econômico - Gazeta Mercantil
Economia

Ibovespa pode chegar a 200 mil pontos? Entenda o cenário político e econômico

Tiktok Confirma Acordos Para Joint Venture Nos Eua Com Controle Americano - Gazeta Mercantil
Business

TikTok confirma acordos para joint venture nos EUA com controle americano

Bitcoin Se Aproxima Dos Us$ 90 Mil E Anima O Mercado De Criptomoedas - Gazeta Mercantil
Criptomoedas

Bitcoin se aproxima dos US$ 90 mil e anima o mercado de criptomoedas

Ação Coletiva Contra A Xp Investimentos Pede R$ 100 Milhões Por Falhas Em Coes - Gazeta Mercantil
Business

Ação coletiva contra a XP Investimentos pede R$ 100 milhões por falhas em COEs

EDITORIAS

  • Brasil
  • Business
  • Cultura & Lazer
  • Economia
    • Criptomoedas
    • Dólar
    • Fundos Imobiliários
    • Ibovespa
  • Esportes
  • Lifestyle
    • Veículos
    • Moda
    • Viagens
  • Mundo
  • News
  • Política
  • Saúde
  • Tecnologia
  • Trabalho
  • Anuncie Conosco
Gazeta Mercantil Logo White

contato@gazetamercantil.com

EDITORIAS

  • Brasil
  • Business
  • Cultura & Lazer
  • Economia
    • Criptomoedas
    • Dólar
    • Fundos Imobiliários
    • Ibovespa
  • Esportes
  • Lifestyle
    • Veículos
    • Moda
    • Viagens
  • Mundo
  • News
  • Política
  • Saúde
  • Tecnologia
  • Trabalho
  • Anuncie Conosco

Veja Também:

  • IBGE: municípios que concentram o PIB do Brasil revelam desigualdade econômica
  • Governo Trump é forçado por lei a divulgar os arquivos de Jeffrey Epstein
  • Ibovespa pode chegar a 200 mil pontos? Entenda o cenário político e econômico
  • TikTok confirma acordos para joint venture nos EUA com controle americano
  • Bitcoin se aproxima dos US$ 90 mil e anima o mercado de criptomoedas
  • Ação coletiva contra a XP Investimentos pede R$ 100 milhões por falhas em COEs
  • Anuncie Conosco
  • Política de Correções
  • Política de Privacidade LGPD
  • Política Editorial
  • Termos de Uso
  • Sobre

© 2025 GAZETA MERCANTIL - PORTAL DE NOTÍCIAS - Todos os direitos reservados | contato@gazetamercantil.com

Sem resultados
Todos os resultados
  • Brasil
  • Business
  • Cultura & Lazer
  • Economia
    • Criptomoedas
    • Dólar
    • Fundos Imobiliários
    • Ibovespa
  • Esportes
  • Lifestyle
    • Veículos
    • Moda
    • Viagens
  • Mundo
  • News
  • Política
  • Saúde
  • Tecnologia
  • Trabalho
  • Anuncie Conosco

© 2025 GAZETA MERCANTIL - PORTAL DE NOTÍCIAS - Todos os direitos reservados | contato@gazetamercantil.com