Balança comercial brasileira registra superávit de US$ 50,4 bilhões até outubro de 2025
Exportações somam US$ 282,8 bilhões e desempenho do agronegócio impulsiona saldo positivo
A balança comercial brasileira mantém trajetória favorável em 2025, registrando um superávit acumulado de US$ 50,4 bilhões entre janeiro e a quarta semana de outubro, de acordo com dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
No período, as exportações do Brasil totalizaram US$ 282,8 bilhões, enquanto as importações somaram US$ 232,4 bilhões, elevando a corrente de comércio — soma de exportações e importações — a US$ 515,2 bilhões. O resultado confirma o bom desempenho do setor externo e reforça o papel do agronegócio e da indústria extrativa na geração de divisas para o país.
Outubro mantém ritmo positivo das exportações brasileiras
Somente na quarta semana de outubro, o comércio exterior brasileiro movimentou US$ 11,8 bilhões, sendo US$ 6,8 bilhões em exportações e US$ 5 bilhões em importações. O saldo semanal ficou positivo em US$ 1,76 bilhão, ampliando o superávit acumulado do mês.
No total, as exportações de outubro somam US$ 25 bilhões, enquanto as importações atingem US$ 20,09 bilhões, o que representa um saldo mensal positivo de US$ 4,93 bilhões e uma corrente de comércio de US$ 45,1 bilhões.
Esses números reforçam a tendência de que o Brasil deverá encerrar 2025 com um dos maiores superávits comerciais da história recente, segundo estimativas do governo.
Exportações crescem 4,4% e consolidam avanço no comércio exterior
Na comparação entre as médias diárias de outubro de 2025 (até a quarta semana) e outubro de 2024, as exportações brasileiras cresceram 4,4%, passando de US$ 1,33 bilhão para US$ 1,38 bilhão por dia.
Enquanto isso, as importações recuaram 2,6%, caindo de US$ 1,14 bilhão para US$ 1,11 bilhão diários. Com esses resultados, a corrente de comércio diária média ficou em US$ 2,5 bilhões, com superávit médio de US$ 273,8 milhões por dia, representando uma alta de 1,1% em relação ao mesmo mês do ano anterior.
O desempenho mostra que o Brasil tem conseguido ampliar sua presença nos mercados internacionais, mesmo em meio às incertezas geopolíticas e variações de preços das commodities.
Agronegócio puxa alta das exportações em 2025
A agropecuária brasileira foi o principal motor de crescimento das exportações neste ano. Segundo a Secex, o setor registrou um aumento de 20,2% na média diária de exportações em relação a outubro de 2024, o que equivale a US$ 51,5 milhões adicionais por dia.
Entre os principais produtos exportados, destacam-se soja, milho, carnes bovina e de frango, açúcar e café, que juntos representam mais de 45% da pauta exportadora agrícola.
O bom desempenho do agronegócio está associado à safra recorde de grãos em 2025, à recuperação da demanda chinesa por alimentos e à valorização do dólar, que torna os produtos brasileiros mais competitivos no mercado internacional.
A indústria extrativa também apresentou crescimento de 8,1%, impulsionada pelas exportações de minério de ferro, petróleo bruto e ouro, com acréscimo de US$ 23,2 milhões por dia em relação ao mesmo período de 2024.
Por outro lado, a indústria de transformação teve uma queda de 2%, equivalente a uma redução de US$ 15,6 milhões diários, reflexo da menor demanda global por bens manufaturados e da desaceleração em economias desenvolvidas.
Importações caem e reforçam saldo positivo da balança comercial brasileira
No lado das importações, o cenário também contribuiu para o superávit. A agropecuária registrou um leve crescimento de 2,2% na média diária, enquanto a indústria extrativa apresentou forte recuo de 31,5%, o que representa redução de US$ 22 milhões por dia em compras externas.
Já as importações da indústria de transformação caíram 0,8%, o equivalente a US$ 8,6 milhões diários a menos. Essa redução está ligada principalmente à queda nas compras de combustíveis, máquinas e produtos químicos, itens sensíveis à desaceleração da produção industrial.
A redução das importações tem sido uma constante em 2025, impulsionada pela substituição de importações em alguns setores, pela alta do dólar e pela recuperação gradual da produção nacional.
Superávit recorde consolida o Brasil como potência exportadora
O superávit de US$ 50,4 bilhões até outubro confirma a força do setor externo brasileiro e coloca o país entre os principais exportadores do mundo.
A Secex projeta que o saldo positivo de 2025 poderá superar o resultado de 2024, que havia sido um dos maiores já registrados na série histórica.
Segundo o MDIC, o bom desempenho deve-se à combinação de alta nas exportações agrícolas e minerais, queda nas importações industriais e maior diversificação de mercados compradores, com destaque para China, Estados Unidos, União Europeia e países do Oriente Médio.
Principais parceiros comerciais do Brasil em 2025
A China segue como principal destino das exportações brasileiras, representando cerca de 30% das vendas externas totais. As exportações para o país asiático cresceram 7,5% em 2025, impulsionadas pela demanda por soja, minério de ferro e carne bovina.
Os Estados Unidos aparecem em segundo lugar, com destaque para o aumento das exportações de petróleo bruto, café e produtos manufaturados. Já a União Europeia mantém posição relevante, absorvendo principalmente commodities agrícolas e produtos de alto valor agregado, como celulose e aviões.
Por outro lado, o Mercosul teve leve retração, reflexo da desaceleração econômica na Argentina, que reduziu suas importações de produtos brasileiros.
Perspectivas para o comércio exterior brasileiro
Com base nas tendências observadas até outubro, o governo prevê que 2025 será encerrado com superávit superior a US$ 65 bilhões, consolidando o Brasil como uma das economias emergentes mais competitivas do mundo em exportações agrícolas e minerais.
A expectativa é que novos acordos comerciais e investimentos em infraestrutura logística — como o Corredor Norte e as ferrovias de exportação — ampliem ainda mais a capacidade do país de atender à demanda global.
Além disso, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) vem priorizando políticas de diversificação da pauta exportadora, incentivando setores como tecnologia, energia renovável e biotecnologia, que podem se tornar novos motores de crescimento nos próximos anos.
Superávit comercial reforça estabilidade econômica do Brasil
O desempenho positivo da balança comercial brasileira em 2025 demonstra a resiliência da economia nacional diante de desafios externos, como desaceleração global e tensões geopolíticas.
O superávit acumulado de US$ 50,4 bilhões até outubro é resultado direto da força do agronegócio, da indústria extrativa e da política comercial focada em novos mercados.
Se mantida a trajetória atual, o Brasil deve fechar o ano com um dos maiores saldos da história, reforçando sua posição como potência exportadora global e contribuindo para o equilíbrio das contas externas e estabilidade do câmbio.






