Bolsas globais hoje: mercados avançam com setor de tecnologia e expectativa de corte de juros pelo Fed
As bolsas globais hoje iniciaram a terça-feira (25) em território positivo, impulsionadas pela forte retomada dos papéis de tecnologia em Wall Street e pela crescente convicção de que o Federal Reserve (Fed) poderá anunciar um corte nos juros já no próximo mês. O movimento renova o apetite ao risco dos investidores, amplia a busca por ações de crescimento e reforça o otimismo sobre uma possível flexibilização monetária no maior mercado financeiro do mundo.
Os índices futuros norte-americanos amanheceram praticamente estáveis, mas sustentando o bom humor do pregão anterior. A alta robusta das big techs devolveu parte das perdas observadas ao longo do mês, em um momento no qual investidores tentam recalibrar expectativas, após semanas de volatilidade e avaliações pressionadas.
Ainda assim, o ambiente internacional segue sujeito ao comportamento da política monetária dos Estados Unidos. O mercado opera com mais de 80% de probabilidade de um corte de juros em dezembro, segundo projeções atualizadas. A leitura é sustentada por declarações recentes de dirigentes do Fed, que indicaram espaço para flexibilização diante do arrefecimento das pressões inflacionárias.
Tecnologia sustenta a retomada dos índices norte-americanos
Na véspera, o S&P 500 avançou quase 1,6%, enquanto o Nasdaq Composite disparou 2,7%, refletindo a recuperação expressiva das empresas de tecnologia. As ações ligadas à inteligência artificial, que haviam passado por correções significativas, lideraram o movimento de alta, amparadas pela melhora do cenário de juros e pelo ambiente mais favorável de liquidez.
Os ganhos recuperam parte das perdas mensais, mas ainda deixam os principais índices em terreno negativo no acumulado de novembro. Grandes players do mercado continuam avaliando a possibilidade de que o ciclo de valorização das ações de tecnologia esteja entrando em uma nova fase — mais seletiva, porém sustentada em fundamentos de longo prazo, como demanda por computação em nuvem, semicondutores, segurança cibernética e digitalização corporativa.
Fed no centro do radar global
O foco dos mercados internacionais segue direcionado ao FOMC, o comitê de política monetária do Fed. Depois de semanas sinalizando postura cautelosa, os discursos recentes de membros da instituição fortaleceram a percepção de que o ciclo de aperto monetário está próximo do fim.
O presidente do Fed de Nova York, John Williams, reforçou que reduções nos juros podem ocorrer em breve, alinhado às projeções apresentadas por Chris Waller, do Conselho de Governadores. As falas sinalizam uma menor resistência interna à flexibilização da política monetária.
Nesta terça-feira, investidores acompanharão a divulgação de dados econômicos atrasados devido ao feriado prolongado. Entre eles, estão previstos:
– preços ao produtor de setembro;
– vendas no varejo;
– índice de confiança do consumidor de novembro;
– indicadores complementares de atividade.
Esses números ajudarão a calibrar a expectativa sobre o ritmo e a intensidade dos possíveis cortes de juros.
Futuros norte-americanos operam estáveis
O início da manhã mostrou pequenas variações nos índices futuros:
– Dow Jones Futuro: -0,06%
– S&P 500 Futuro: -0,06%
– Nasdaq Futuro: -0,14%
Apesar da leve acomodação, o sentimento geral segue construtivo, ainda influenciado pelo forte avanço das ações de tecnologia observado no dia anterior.
Ásia acompanha Wall Street e fecha em alta
A sessão asiática avançou de forma alinhada à recuperação global. A alta das ações da controladora do Google (GOGL34) impulsionou o mercado de tecnologia no continente. O ambiente favorável ao risco seguiu respaldado pela expectativa de corte de juros pelo Fed.
• Shanghai SE (China): +0,87%
• Nikkei (Japão): +0,07%
• Hang Seng (Hong Kong): +0,69%
• Nifty 50 (Índia): +0,17%
• ASX 200 (Austrália): +0,14%
A recuperação asiática reflete tanto a melhora no humor global quanto a percepção de que economias exportadoras de tecnologia podem ser beneficiadas pelo retorno do apetite por ativos de risco.
Europa opera em alta, com foco em balanços e dados macroeconômicos
Os mercados europeus seguem a tendência global e operam em terreno positivo. Investidores acompanham os resultados financeiros de grandes empresas do continente, como Compass Group, EasyJet e Kingfisher. Paralelamente, indicadores relevantes reforçam a leitura do ambiente econômico, especialmente o PIB da Alemanha e a confiança do consumidor na França.
• STOXX 600: +0,25%
• DAX (Alemanha): +0,17%
• FTSE 100 (Reino Unido): +0,23%
• CAC 40 (França): +0,32%
• FTSE MIB (Itália): +0,21%
As bolsas europeias seguem beneficiadas pelo avanço do setor de tecnologia em Wall Street, mas operam de forma cautelosa diante do cenário de desaceleração econômica em algumas regiões.
Ibovespa retoma fôlego após sessão volátil
O Ibovespa fechou a segunda-feira (24) com alta de 0,33%, aos 155.277,56 pontos. O dólar comercial recuou 0,11%, sendo negociado a R$ 5,39.
Mesmo tendo iniciado o dia em queda, o índice recuperou terreno ao longo da tarde, refletindo fatores como:
– retomada gradual do apetite ao risco global;
– expectativas de corte de juros pelo Fed;
– impacto do encurtamento da semana anterior devido ao feriado;
– volatilidade recente nos mercados domésticos.
Arrecadação federal atinge maior nível da história para outubro
No cenário macroeconômico nacional, o destaque foi a divulgação da arrecadação federal, que registrou alta real de 0,92% em outubro, alcançando R$ 261,9 bilhões. O montante representa o maior valor arrecadado pelo governo em um mês de outubro desde o início da série histórica, em 1995.
O desempenho reforça a leitura de resiliência das receitas públicas, mesmo diante de um ambiente econômico moderado. A expansão da base tributária, aliada a medidas de eficiência administrativa, contribuiu para o resultado.
O que esperar dos mercados ao longo do dia
A agenda desta terça-feira é decisiva para calibrar o humor dos investidores. O avanço das bolsas globais hoje deve depender fortemente:
– dos dados econômicos a serem divulgados nos EUA;
– da reação do mercado à expectativa de corte de juros;
– da continuidade da recuperação do setor de tecnologia;
– do movimento dos indicadores europeus e asiáticos.
A tendência inicial aponta para um pregão de consolidação dos ganhos recentes, mas a sensibilidade a novas informações deve manter a volatilidade em níveis elevados.
Por que a tecnologia voltou a liderar o apetite ao risco
A retomada das ações de tecnologia não é apenas um reflexo da expectativa de corte de juros — embora esse seja um fator central. A visão dos analistas aponta para quatro pilares:
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Demanda estrutural: inteligência artificial, computação em nuvem e infraestrutura digital continuam em crescimento acelerado.
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Lucros resilientes: grandes empresas mantiveram margens sólidas mesmo em ambiente adverso.
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Correção recente: muitos papéis já haviam passado por marcado ajuste nos meses anteriores.
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Fluxo internacional: expectativas de juros menores aumentam o interesse em ativos de crescimento.
O resultado é um ambiente de recuperação mais coordenada, especialmente no Nasdaq, historicamente o índice mais sensível aos ciclos de juros.
Cenário internacional segue sensível, mas com viés construtivo
O cenário global permanece sujeito a riscos — desde incertezas geopolíticas até eventuais revisões de discurso do Fed. Entretanto, o mercado inicia a semana com um equilíbrio maior entre expectativas e fundamentos, apoiado pela leitura de que a política monetária norte-americana está próxima de virar a chave.
Para os investidores, o dia será marcado por ajustes de posicionamento, sobretudo diante do impacto que os movimentos das bolsas globais hoje têm sobre mercados emergentes, como o Brasil.






