PF apreende R$ 400 mil em espécie em endereço ligado a Sóstenes Cavalcante durante operação em Brasília
A PF apreende R$ 400 mil em espécie em um endereço ligado ao deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) e amplia o alcance de uma investigação que envolve o uso de recursos públicos destinados ao exercício do mandato parlamentar. A apreensão ocorreu durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão autorizados pelo Supremo Tribunal Federal, no âmbito da Operação Galho Fraco, deflagrada nesta sexta-feira em Brasília.
O episódio adiciona um novo elemento de gravidade ao inquérito conduzido pela Polícia Federal, que apura suspeitas de desvio de verbas da cota parlamentar por meio de contratos considerados fictícios com empresas de fachada, entre elas uma locadora de veículos. A investigação também envolve o deputado Carlos Jordy (PL-RJ), correligionário de Sóstenes Cavalcante, e tem como foco a possível utilização indevida de recursos públicos ao longo do mandato.
A PF apreende R$ 400 mil em espécie que, segundo informações obtidas durante a operação, estavam acondicionados em um saco preto e guardados em um armário no flat utilizado pelo parlamentar na capital federal. O valor chamou a atenção dos investigadores pelo montante elevado mantido em dinheiro vivo, circunstância que costuma ser analisada com cautela em apurações de crimes financeiros e contra a administração pública.
Dinheiro em espécie e o avanço das investigações
O fato de a PF apreender R$ 400 mil em espécie durante uma diligência judicial reforça a linha de investigação que busca rastrear a destinação de recursos públicos oriundos da cota parlamentar. Esse tipo de verba é repassado mensalmente a deputados e senadores para custear despesas diretamente relacionadas à atividade legislativa, como passagens aéreas, hospedagens, manutenção de escritórios, alimentação e contratação de serviços.
No entanto, segundo os investigadores, há indícios de que parte desses recursos teria sido desviada por meio de contratos simulados com empresas que não teriam capacidade operacional compatível com os serviços prestados. A locadora de veículos citada na investigação é apontada como uma das estruturas utilizadas para justificar gastos que, na prática, não teriam ocorrido da forma declarada.
A PF apreende R$ 400 mil em espécie justamente no momento em que aprofunda a análise de documentos, contratos e movimentações financeiras relacionados aos parlamentares investigados. O dinheiro encontrado será submetido a perícia e cruzamento de dados com outras informações já coletadas no inquérito.
Operação Galho Fraco e o histórico da apuração
A Operação Galho Fraco não surgiu de forma isolada. Em dezembro do ano anterior, a Polícia Federal já havia realizado diligências semelhantes que miraram assessores ligados aos gabinetes dos parlamentares investigados. O material apreendido naquela etapa inicial serviu de base para o avanço da apuração, que agora atinge diretamente os deputados.
O desdobramento culminou na ação em que a PF apreende R$ 400 mil em espécie, indicando, segundo os investigadores, que houve elementos suficientes para justificar a ampliação do foco da operação. A autorização judicial foi concedida pelo ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal, instância responsável por analisar investigações que envolvem parlamentares com foro por prerrogativa de função.
A atuação do STF confere respaldo institucional ao andamento do inquérito e reforça o caráter formal das diligências realizadas pela Polícia Federal, que seguem sob sigilo parcial para não comprometer a coleta de provas.
Cota parlamentar sob escrutínio
O centro da investigação é o uso da cota parlamentar, um mecanismo previsto no orçamento público para viabilizar o exercício do mandato. Embora seja um instrumento legítimo, a cota frequentemente se torna alvo de questionamentos quando há suspeitas de uso irregular ou desvio de finalidade.
No caso em análise, a PF apreende R$ 400 mil em espécie em um contexto no qual se investigam contratos que teriam sido firmados apenas formalmente, sem a correspondente prestação efetiva dos serviços. A suspeita é de que empresas de fachada teriam sido utilizadas para justificar despesas inexistentes, permitindo a liberação de recursos públicos que, posteriormente, seriam apropriados de forma indevida.
Especialistas em direito administrativo e penal avaliam que a manutenção de grandes quantias em dinheiro vivo, quando associada a investigações sobre contratos públicos, tende a acender alertas adicionais, especialmente em casos que envolvem parlamentares em exercício do mandato.
Reações políticas e alegações de perseguição
Após a deflagração da operação, o deputado Carlos Jordy se manifestou publicamente, afirmando ser vítima de perseguição política e questionando a legalidade e a motivação das buscas realizadas pela Polícia Federal. Segundo ele, a empresa investigada presta serviços ao seu gabinete desde o início do mandato e não caberia ao parlamentar fiscalizar a estrutura interna da contratada.
Sóstenes Cavalcante, por sua vez, ainda não havia se pronunciado até a divulgação das informações sobre a apreensão. O fato de a PF apreender R$ 400 mil em espécie em um endereço ligado ao deputado, contudo, intensificou a repercussão política do caso e gerou reações tanto de aliados quanto de adversários no Congresso Nacional.
Parlamentares da oposição e da base governista acompanham com atenção o andamento da investigação, que pode ter desdobramentos administrativos, políticos e judiciais, a depender do resultado das apurações.
Dinheiro vivo e análise técnica da PF
A apreensão de dinheiro em espécie costuma ser tratada com cautela pelos investigadores, que buscam identificar a origem lícita ou ilícita dos valores. No caso em questão, a PF apreende R$ 400 mil em espécie e agora trabalha para verificar se o montante possui compatibilidade com a renda declarada do parlamentar e se há indícios de que o dinheiro esteja relacionado aos contratos investigados.
Esse tipo de análise envolve cruzamento de dados bancários, fiscais e patrimoniais, além da verificação de notas fiscais, contratos e comprovantes de pagamento. Caso sejam identificadas inconsistências relevantes, o material apreendido pode se tornar peça central no inquérito.
Impacto institucional e o papel da Polícia Federal
A operação reforça o papel da Polícia Federal como órgão responsável pela apuração de crimes envolvendo recursos públicos e autoridades com mandato eletivo, sempre sob supervisão do Poder Judiciário. O fato de a PF apreender R$ 400 mil em espécie em um endereço ligado a um deputado federal amplia o debate sobre transparência, fiscalização do uso de verbas parlamentares e responsabilidade no exercício da função pública.
O caso também reacende discussões sobre a necessidade de maior controle e auditoria das cotas parlamentares, frequentemente apontadas como áreas sensíveis do orçamento público.
Desdobramentos possíveis
A investigação segue em andamento, e novas fases da operação não estão descartadas. O material apreendido será analisado ao longo das próximas semanas, e os parlamentares investigados poderão ser chamados a prestar esclarecimentos formais.
Caso sejam confirmadas irregularidades, o processo pode resultar em denúncias criminais, ações de improbidade administrativa e eventuais consequências no âmbito do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados.
Enquanto isso, a PF apreende R$ 400 mil em espécie e coloca o caso no centro do noticiário político, evidenciando o impacto que operações desse tipo têm sobre a imagem de parlamentares e sobre o debate público em torno do uso de recursos do Estado.
Um caso que amplia o debate sobre fiscalização
Mais do que um episódio isolado, a operação evidencia a crescente atenção das instituições de controle sobre a utilização de verbas públicas por agentes políticos. A PF apreende R$ 400 mil em espécie em um contexto no qual a sociedade cobra maior rigor, transparência e responsabilização no trato do dinheiro público.
O andamento da investigação será determinante para esclarecer se houve, de fato, desvio de recursos e qual o papel de cada envolvido. Até lá, o caso permanece como um dos mais sensíveis do cenário político recente, com potencial para gerar repercussões duradouras no Congresso Nacional.






