A taxa de desemprego no Brasil caiu para 7,5% no trimestre encerrado em abril, conforme dados divulgados hoje pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) do IBGE. Este é o menor índice registrado para o período desde 2014, quando a taxa foi de 7,2%.
Desempenho e Comparações
O resultado representa uma redução de 0,1 ponto percentual em relação ao trimestre de novembro a janeiro de 2024, quando a taxa era de 7,6%. Em comparação anual, a queda foi mais expressiva: no mesmo período de 2023, a taxa de desemprego estava em 8,5%. No trimestre anterior, encerrado em março de 2024, a taxa era de 7,9%.
Expectativas Superadas
O desempenho surpreendeu positivamente o mercado. A mediana das previsões em pesquisa realizada pela Reuters era de que a taxa de desemprego ficaria em 7,7% no período.
Comentários do IBGE
Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas Domiciliares do IBGE, afirmou que o resultado confirma a tendência de redução do desemprego observada desde 2023. A manutenção da tendência de redução desse indicador é um sinal positivo para a economia”, comentou Beringuy.
Números Absolutos
O número de desempregados no país ficou em 8,2 milhões de pessoas, sem variação significativa na comparação trimestral, mas com uma redução de 9,7% (menos 882 mil desocupados) em relação ao mesmo trimestre móvel de 2023. Já a população ocupada somou 100,8 milhões de pessoas, também sem variação significativa no trimestre, mas com um aumento de 2,8% (mais 2,8 milhões de pessoas) no ano.
Recordes de Trabalhadores com e sem Carteira
O número de trabalhadores com carteira assinada chegou a 38,188 milhões, um recorde na série histórica da pesquisa iniciada em 2012. O contingente de trabalhadores sem carteira assinada também atingiu um recorde, chegando a 13,5 milhões.
Outras Categorias de Trabalho
O número de trabalhadores por conta própria ficou estável em 25,5 milhões, assim como o número de empregadores, que permaneceu em 4,2 milhões, e o de trabalhadores domésticos, em 5,9 milhões.
Taxa de Informalidade
A taxa de informalidade foi de 38,7% da população ocupada, o que representa 39 milhões de trabalhadores informais. Este índice foi ligeiramente menor que o do trimestre móvel anterior (39%) e praticamente estável em relação ao mesmo período de 2023 (38,9%).
Massa de Rendimentos
O rendimento médio em abril foi de R$ 3.151, sem variação significativa em relação ao trimestre anterior, mas com um aumento de 4,7% na comparação anual. A massa de rendimentos, que é a soma das remunerações de todos os trabalhadores, chegou a R$ 313,1 bilhões, um novo recorde da série histórica. Este valor representa um avanço de 7,9% em relação ao mesmo período de 2023.
“A massa de rendimento se manteve em patamar elevado, seja porque houve variação positiva da população ocupada em alguns segmentos, ou pela manutenção do valor do rendimento médio. Com destaque, nesse trimestre específico, para o aumento do rendimento dos empregados no setor privado com carteira de trabalho assinada”, destacou a pesquisadora do IBGE.
Perspectivas
Os dados mais recentes apontam para uma recuperação consistente do mercado de trabalho brasileiro, com aumentos tanto na ocupação quanto na remuneração dos trabalhadores. A queda na taxa de desemprego, aliada aos recordes de trabalhadores com carteira assinada e à massa de rendimentos, indica um cenário positivo para a economia do país, embora desafios persistam, especialmente no que diz respeito à informalidade.