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Por que 2026 deve marcar a virada dos juros longos no Brasil

Expectativas para 2026 recolocam os juros longos no centro das decisões de investimento

por Redação
04/12/2025
em Destaque, Economia, News
Por Que 2026 Deve Marcar A Virada Dos Juros Longos No Brasil - Gazeta Mercantil

Por Adriano Lima – 04/12/2025

As transformações que marcaram o mercado financeiro nos últimos anos colocaram os juros longos entre os principais indicadores da renda fixa brasileira. Entre movimentos abruptos da Selic, curvas invertidas, revisões fiscais sucessivas e choques de expectativa, a dinâmica do juro futuro se tornou determinante para a rentabilidade dos títulos públicos e privados. Para 2026, analistas apontam que o próximo ciclo econômico recolocará os juros longos como referência decisiva para investidores que buscam proteger capital e capturar ganhos expressivos com marcação a mercado.

Embora a taxa Selic siga como variável tradicionalmente acompanhada pelo investidor, os juros projetados para prazos mais longos são, de fato, os que decidem o comportamento dos ativos de renda fixa. No Brasil, onde a volatilidade fiscal e política exerce papel constante, entender essa dinâmica se torna condição essencial para navegação segura em períodos eleitorais e de transição de política monetária.

À medida que 2026 se aproxima, cresce a percepção de que o ano pode marcar um divisor de águas na trajetória dos juros longos, abrindo espaço para oportunidades importantes em títulos prefixados e indexados à inflação. Nesse ambiente, compreender a duration — a sensibilidade do preço de um título às oscilações das taxas — torna-se indispensável para qualquer investidor que queira antecipar tendências, e não apenas reagir aos movimentos do mercado.


Selic deixa de ser protagonista: o poder real da curva de juros a termo

A referência tradicional da renda fixa, a Selic, representa apenas o ponto presente da política monetária. Para quem investe, porém, o que define ganho ou perda é a curva de juros a termo — o conjunto de taxas que expressa as expectativas para a Selic nos próximos anos. É ela que indica, por exemplo, quanto valerá um Tesouro Prefixado 2029 amanhã, ou quão sensíveis estarão os títulos indexados ao IPCA diante de mudanças no cenário fiscal.

Quando a curva se move, todo o mercado se move junto. Os juros longos funcionam como um termômetro do humor dos investidores em relação ao futuro: inflação, déficit, câmbio, risco político, atividade econômica e produtividade afetam diretamente sua formação. Por isso, entender suas variações permite ao investidor antecipar cenários e equilibrar risco e retorno com maior precisão.

Em 2025, a deterioração fiscal, as revisões inflacionárias e incertezas eleitorais provocaram pressões intensas sobre as taxas projetadas. Muitos títulos longos perderam valor de forma significativa, assustando investidores menos experientes. Mas essa volatilidade representa justamente o ponto central de oportunidade: quando um ciclo consistente de queda de juros se inicia, os ativos de maior duration são os que capturam os ganhos mais expressivos.


O papel da duration e como ela influencia a rentabilidade da renda fixa

Duration é, essencialmente, o tempo médio necessário para recuperar o valor investido na compra de um título. Mais importante do que isso: é a medida que captura a sensibilidade do preço do papel à oscilação dos juros longos. Quanto maior a duration, maior a variação nos preços. Isso significa:

— duration curta: oscilação pequena e previsível;
— duration longa: forte impacto positivo ou negativo a cada movimento na curva de juros.

Nos últimos anos, duration longa significou turbulência. A curva abriu de forma agressiva diante de choques fiscais e revisões inflacionárias. Investidores viram, muitas vezes, perdas relevantes em títulos que, teoricamente, oferecem segurança no longo prazo. Essa percepção alimentou receios e contribuiu para um afastamento gradual de investidores iniciantes dos prefixados longos e dos indexados ao IPCA de vencimento distante.

Em 2026, porém, esse cenário tende a mudar. A probabilidade de queda estrutural dos juros cria condições para recuperação consistente dos preços desses ativos. Entender duration, portanto, não é uma escolha técnica — é uma obrigação para quem pretende aproveitar o novo ciclo com segurança e inteligência estratégica.


Por que 2026 deve marcar a virada dos juros longos

O consenso entre economistas, casas de análise e participantes do mercado aponta para um cenário concreto: 2026 será um ano de início de queda da Selic, com projeções que situam o juro básico entre 12% e patamares ainda menores, dependendo da combinação fiscal e eleitoral. Essa tendência, somada ao comportamento esperado dos juros globais, cria o ambiente ideal para compressão da curva e valorização dos títulos longos.

A conjuntura se apoia em três pilares:

  1. Queda dos juros nos Estados Unidos, que tende a reduzir a pressão sobre economias emergentes como o Brasil.

  2. Queda interna da Selic, com o Banco Central indicando possibilidade de suavização conforme inflação e atividade cedem.

  3. Debate fiscal eleitoral, que pode trazer previsibilidade — ou volatilidade — dependendo dos candidatos mais competitivos.

Se pesquisas indicarem possibilidade de vitória de um candidato com postura fiscal mais rigorosa, a curva pode fechar de forma vigorosa. Esse movimento gera forte valorização nos títulos prefixados e nos indexados ao IPCA com vencimentos longos, que são os mais sensíveis ao fechamento dos prêmios de risco.

Por outro lado, um cenário mais expansionista ou de incerteza acentuada tende a manter os juros longos elevados, prolongando o ambiente desafiador para quem aposta em duration longa.


O impacto do risco fiscal sobre a curva de juros

O principal fator que ainda impede o fechamento mais expressivo dos juros longos é o risco fiscal. O esforço necessário para equilibrar receitas e despesas num cenário de desaceleração da economia e pressão por gastos exige reformas que dificilmente se consolidam em período pré-eleitoral.

Em anos eleitorais, o debate sobre responsabilidade fiscal se intensifica e influencia diretamente a formação de preços. Programas mais amplos de gastos, promessas de renúncia tributária ou expansão de benefícios sociais podem elevar o prêmio exigido pelos investidores. Esse movimento pressiona os juros longos e reduz a atratividade imediata dos títulos de maior duration.

Assim, o ambiente fiscal se torna a variável mais importante do próximo ciclo. A depender do comportamento dos candidatos, a curva pode fechar de forma expressiva ou permanecer aberta.


Títulos prefixados: os grandes beneficiados do ciclo

Caso o cenário mais favorável prevaleça, os títulos prefixados serão protagonistas do ano. Eles capturam de forma acelerada os movimentos de queda dos juros longos, já que seu valor sobe quando o mercado antecipa juros menores no futuro. Em 2026, esses investimentos podem oferecer ganhos robustos com marcação a mercado, especialmente para vencimentos entre 2030 e 2040.

O investidor atento perceberá que esse intervalo oferece o equilíbrio ideal entre risco e retorno: duration longa o suficiente para capturar compressão relevante dos prêmios, mas não tão extensa a ponto de se tornar excessivamente vulnerável a choques fiscais.

Os prefixados, portanto, devem voltar ao radar como instrumento estratégico, especialmente em carteiras que buscam retorno real acima da inflação.


NTN-Bs e debêntures indexadas ao IPCA: proteção e volatilidade

As NTN-Bs longas e debêntures incentivadas também são fortemente influenciadas pelos juros longos. Quando o prêmio real de longo prazo cai, esses títulos apresentam valorização expressiva. A vantagem adicional é a proteção inflacionária embutida, ideal num momento em que o Brasil ainda ajusta expectativas e consolida políticas econômicas para o próximo mandato.

Para investidores que buscam proteção de patrimônio sem abrir mão de ganhos com marcação a mercado, os indexados ao IPCA aparecem como alternativa robusta — embora seu risco seja tão elevado quanto o dos prefixados longos em períodos de estresse fiscal.


Meio da curva: o ponto de equilíbrio recomendado

Os vencimentos entre 2030 e 2040 formam o que especialistas chamam de “meio da curva”. São papéis que combinam:

— duration suficiente para reagir positivamente à queda dos juros longos;
— menor volatilidade do que títulos com vencimento além de 2050;
— liquidez mais adequada para investidores institucionais e pessoa física.

Esse equilíbrio se mostra especialmente importante em um ano eleitoral como 2026, no qual variações abruptas de expectativas podem gerar oscilações intensas. Papéis muito longos podem sofrer com baixa liquidez e volatilidade excessiva, enquanto papéis curtos capturam apenas parte da oportunidade.


A importância da estratégia no ciclo de renda fixa

Investir em renda fixa não é simplesmente escolher o maior cupom disponível. É entender o ciclo econômico, identificar o momento ideal para cada título e distribuir risco de forma inteligente. Em 2026, essa lógica se intensificará: quem compreender a dinâmica dos juros longos e da duration largará na frente.

O investidor que decide antecipar os movimentos do mercado, e não apenas reagir a eles, tende a construir retornos superiores — mesmo em um cenário de maior volatilidade. A renda fixa brasileira segue oferecendo oportunidades consistentes para quem dedica tempo a compreender seus fundamentos.

À medida que o país avança para 2026, cresce a certeza de que os juros longos ocuparão papel central no mercado financeiro. Eles serão determinantes para a precificação da renda fixa, para a formação de carteiras e para o desempenho do Tesouro Direto, debêntures e fundos de crédito. o investidor que buscar informação, adotar estratégia e acompanhar o ciclo com atenção terá condições de navegar com segurança e aproveitar oportunidades que surgirão com o fechamento da curva.

O desafio está em equilibrar risco fiscal, expectativas eleitorais e dinâmica global. Mas é justamente nesse ambiente de incerteza que os maiores retornos podem ser capturados — desde que o investidor compreenda a força dos juros longos e atue com visão de médio e longo prazo.

 

Tags: curva de jurosinvestimentosjuros longosMercado FinanceiroNTN-Bprefixadosrenda fixa 2026Tesouro Direto

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