Havaianas lidera ranking global e confirma força do “made in Brazil” no topo do desejo mundial
Por Gazeta Mercantil — São Paulo
A Havaianas encerrou o 3º trimestre de 2025 no centro dos holofotes da indústria da moda ao colocar o modelo Top na primeira posição do Lyst Index, ranking internacional que mede os itens mais cobiçados do planeta. A consagração sintetiza um momento de virada para marcas com identidade clara, comunicação afiada e conexão orgânica com o público. No caso da Havaianas, trata-se de um reconhecimento duplo: à potência de um ícone cultural brasileiro e à capacidade de traduzir essa essência em apelo global, competitivo e, sobretudo, contemporâneo.
Mais que um efeito de tendência, a vitória da Havaianas no principal termômetro de busca e intenção de compra da moda confirma a solidez de uma estratégia que alia preço acessível, versatilidade, design e narrativa forte. Em um trimestre marcado por incertezas criativas e rotatividade de direções artísticas em diversas grifes, a sandália brasileira triunfou por saber exatamente quem é — e por comunicar essa identidade com consistência, humor e presença digital inteligente.
Por que a Havaianas venceu agora
A leitura de mercado é clara: a Havaianas somou três fatores para chegar ao topo. Primeiro, o alcance global — a marca se faz presente no cotidiano, no turismo e no street style das principais capitais do mundo. Segundo, a estratégia de produto — o modelo Top opera como pilar democrático capaz de dialogar com diferentes estéticas, do minimalismo ao “high-low” urbano. Terceiro, a comunicação — a Havaianas transformou a linguagem das redes em ativo, trazendo espontaneidade, proximidade e timing para captar movimentos culturais em tempo real.
Enquanto segmentos premium repensam códigos e reposicionamentos, a Havaianas reforça a própria essência: produto funcional, confortável e visualmente reconhecível a metros de distância. Em um cenário saturado de narrativas, a proposta simples e autêntica volta a ser diferencial competitivo. O resultado: a Havaianas se consolida como sinônimo de verão, praia, descontração e, cada vez mais, estilo urbano com sotaque brasileiro.
O poder do ícone: Top como plataforma
A ascensão do modelo Top no Lyst Index coroa o que especialistas chamam de “plataforma de produto”: um item-base, modular, capaz de receber variações de cor, colaborações e reedições sem perder reconhecimento. A Havaianas domina essa lógica há décadas, e o Top é o elo visível dessa estratégia. Ao mesmo tempo em que mantém o DNA, a marca cria coleções, ativações e parcerias que reoxigenam o desejo.
Essa maleabilidade faz a Havaianas transitar com naturalidade da praia à rua, do resort ao desfile, do look minimalista ao mix com alfaiataria. O item se tornou peça-chave na estética que mistura conforto e intenção — e que hoje lidera buscadores e carrinhos de compra no e-commerce. No fim do dia, a sandália é um canvas sobre o qual o consumidor projeta estilo, memória afetiva e pertencimento.
O vetor digital: quando a comunidade dita o tom
O digital é território natural da Havaianas. Em 2025, a marca reforçou a postura de “ouvir e responder” com humor e velocidade. Um caso emblemático foi a adoção do termo popularizado nas redes para batizar um tom claro do portfólio: a empresa internalizou a brincadeira, converteu o meme em nomenclatura oficial e ajustou buscas e banners do próprio e-commerce. O gesto é um manual de como marcas podem transformar conversa em conversão sem perder identidade.
Esse ecossistema digital da Havaianas se retroalimenta com a força do conteúdo gerado por usuários, a presença de criadores e a estética das semanas de moda. Em mercados como Dinamarca, Reino Unido e França, a sandália reapareceu como “it-shoe” do street style, alinhada à mistura entre simplicidade e ousadia que domina feeds e vitrines. A mensagem é direta: mais do que tendência sazonal, a Havaianas virou linguagem.
Parcerias e chancela fashion
Colaborações estratégicas reforçaram o prestígio da Havaianas no circuito internacional. A presença em passarelas da Copenhagen Fashion Week, com versões experimentais como o Slim Split em parceria voltada à inovação, ampliou o argumento de modernidade. A nomeação de uma embaixadora de visibilidade global elevou o alcance urbano da marca, enquanto coleções cápsula com casas de luxo provaram que o diálogo com o segmento premium pode ser legítimo sem perder o caráter democrático.
Cada movimento foi calculado para manter a Havaianas no radar das revistas, dos fotógrafos de street style e dos curadores de varejo. O objetivo: consolidar a sandália como objeto de desejo transversal, da concept store ao quiosque de aeroporto, do atacado europeu às lojas próprias na América Latina. A liderança no Lyst Index é a fotografia desse esforço.
A equação de preço e valor
Um dos trunfos mais competitivos da Havaianas é a relação preço-valor. No topo do ranking, o modelo Top mantém o posicionamento de acessibilidade, abrindo portas para que novos públicos entrem no universo da marca. Em contrapartida, edições limitadas, colaborações e variações de design elevam a percepção de valor e constroem escassez desejada — sem afastar a base.
Esse equilíbrio dá à Havaianas o que muitas marcas buscam: elasticidade. É possível dialogar com quem procura funcionalidade e com quem quer assinatura estética. É possível vender volume e, ao mesmo tempo, sustentar storytelling aspiracional. Em um trimestre em que a consistência se tornou diferencial, a Havaianas uniu escala, relevância cultural e desejo.
O momento do mercado: clareza vence ruído
O 3º trimestre mostrou um fenômeno curioso: enquanto algumas grifes globais atravessaram mudanças de direção criativa e revisões de códigos, outras dobraram a aposta no que fazem de melhor. A Havaianas ficou no segundo grupo, e colheu os frutos. Ao preservar a essência — conforto, cor, verão, brasilidade — e somar inovação pontual, a marca evitou o ruído e manteve a comunicação simples, direta e divertida.
Essa clareza de proposta aparece em métricas de busca, engajamento e intenção de compra. Em relatórios setoriais, marcas com identidade consolidada avançaram na lembrança de marca. A Havaianas surfou essa onda com vantagem: é reconhecida instantaneamente e carrega um imaginário positivo que facilita a decisão do consumidor.
Street style, “quiet luxury” e o novo uniforme urbano
A Havaianas encontrou terreno fértil no cruzamento entre duas estéticas dominantes. De um lado, o “quiet luxury” que valoriza qualidade, materiais e silhuetas sóbrias. De outro, o street style que flerta com a mistura de peças casuais e itens de alfaiataria, criando contrastes controlados. A sandália brasileira aciona ambos os códigos: é minimalista na forma, direta no uso e, ao mesmo tempo, um statement de despretensão elegante.
Esse diálogo se intensifica quando a Havaianas entra em composições com calças de linho, saias midi, camisas oversized e vestidos de malha. Em climas quentes ou em estações intermediárias, o calçado se torna o ponto de respiro, a quebra de formalidade que atualiza o look. O topo do Lyst Index reflete exatamente essa aderência a um uniforme urbano global — com sotaque de praia.
Consistência de marca: o Brasil como vantagem competitiva
A brasilidade nunca foi acessório no discurso da Havaianas; é o núcleo. O verão, as cores e a informalidade são ativos simbólicos que a marca transformou em vantagem competitiva. Quando um produto carrega significado, o preço deixa de ser a única variável. A sandália se torna memória, souvenir, ícone, passe livre para um estilo de vida.
Em tempos de consumidores exigentes, que preferem marcas com propósito e coerência, a Havaianas ocupa uma posição rara: é pop, é funcional e é autêntica. O reconhecimento internacional responde a esse trio. O Brasil, por sua vez, ganha uma embaixadora cultural eficiente, que traduz o país em uma imagem positiva e exportável.
Distribuição e omnicanalidade
A malha de distribuição da Havaianas é um ativo invisível que sustenta o desejo. A presença física ampla e a integração com o digital permitem que a jornada seja fluida: descobrir nas redes, comprar no app, retirar na loja, receber em casa ou presentear internacionalmente. O produto chega, a experiência se confirma e o ciclo se repete.
Essa capilaridade também dá velocidade às reações da marca. Se um modelo viraliza, o reabastecimento acontece com coordenação. Se um tom específico ganha tração, o e-commerce ajusta algoritmos e exposição. A Havaianas opera como uma plataforma conectada, na qual dados, logística e conteúdo trabalham em sincronia.
Lições para o setor
A ascensão da Havaianas oferece aprendizados para marcas brasileiras e globais. O primeiro é a importância de uma identidade inequívoca: quem sabe o que é não precisa gritar. O segundo é o domínio do produto-plataforma: consistência não é repetição, é evolução coerente. O terceiro é a inteligência digital: ouvir a comunidade, incorporar a linguagem das redes e transformar conversas em decisões.
Com esses pilares, a Havaianas mostra que desejo não depende apenas de luxo, exclusividade ou preços elevados. Depende de relevância cultural, acessibilidade e alegria — três conceitos que a sandália brasileira transforma em prática há décadas.
O que vem pela frente
Com a liderança no Lyst Index, a Havaianas entra na alta temporada em vantagem competitiva. A demanda por itens de verão cresce, o turismo se intensifica e o calendário promocional ganha ritmo. A marca deve ampliar ativações de ponto de venda, reforçar a presença em destinos turísticos, fortalecer parcerias e explorar narrativas que conectem o espírito festivo de fim de ano com o conforto descomplicado.
A tendência é de continuidade: evolução de paletas, collabs pontuais, storytelling de brasilidade contemporânea e foco em sustentabilidade de materiais. A Havaianas tem espaço para avançar sem pressa — e a rotina de mercado indica que a consistência seguirá premiada.
Como usar (e por que funciona)
A força da Havaianas está na simplicidade de styling. Em looks urbanos, a sandália conversa com calças retas, camisas brancas e bolsas estruturadas — combinação que equilibra conforto e sofisticação. Para o balneário, basta somar vestidos leves, regatas e saídas de praia. Na transição dia/noite, ganha peso quando aparece com conjuntos de linho e sobreposições discretas.
Funciona porque atende três desejos simultâneos do consumidor: conforto tácito, reconhecimento imediato e preço inteligente. A Havaianas não disputa a atenção pela extravagância; conquista pelo acerto, pela memória afetiva e pela sensação de “peça certa na hora certa”.
Impacto para o varejo brasileiro
O topo do Lyst Index tem efeito simbólico e prático. Simbolicamente, eleva o design brasileiro e estimula confiança no “feito aqui”. Na prática, contagia categorias adjacentes — moda praia, acessórios e casual wear —, com reflexos em exportações, turismo e visibilidade de criadores nacionais. A Havaianas puxa a fila e abre espaço para que outros nomes ganhem prateleiras e feed.
Para o varejo, a mensagem é objetiva: identidade forte e diálogo franco com o público constroem resiliência em ciclos voláteis. Com a Havaianas na liderança, o mercado global volta a olhar para o Brasil como fonte de desejo, e não apenas de produção.
A liderança do modelo Top no Lyst Index consagra a Havaianas como o produto mais desejado do trimestre e consolida a marca no panteão de ícones globais. O feito não é casual: é resultado de coerência estética, inteligência digital, distribuição eficiente e afeto acumulado por gerações. Em um trimestre de ruído criativo, a Havaianas venceu com clareza — e lembrou ao mundo que o futuro da moda também passa por conforto, humor e brasilidade.






