quarta-feira, 21 de maio de 2025
  • Anuncie Conosco
GAZETA MERCANTIL
Sem resultados
Todos os resultados
GAZETA MERCANTIL
Sem resultados
Todos os resultados
GAZETA MERCANTIL
Sem resultados
Todos os resultados
Home Brasil

STF Mantém Acordo de Reparação de R$ 170 Bilhões Pela Tragédia de Mariana: Entenda o Impacto para as Mineradoras e Comunidades Atingidas

10/04/2025
em Brasil, Destaque, News
Acordo De Reparação Mariana - Gazeta Mercantil

STF Mantém Acordo de Reparação de R$ 170 Bilhões Pela Tragédia de Mariana: Entenda o Impacto para as Mineradoras e Comunidades Atingidas

O Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou, por unanimidade, a validade do acordo de reparação Mariana, celebrado para compensar os danos causados pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), ocorrido em novembro de 2015. Com a decisão, cinco recursos apresentados por entidades civis e o município de Ouro Preto (MG) foram rejeitados, consolidando um dos maiores acordos de reparação ambiental e social da história do Brasil.

Ao longo de quase uma década desde a tragédia, o caso Mariana se tornou um símbolo da luta por justiça ambiental, responsabilização de grandes corporações e reconstrução de comunidades devastadas. O acordo, assinado em outubro de 2024, envolve um montante de R$ 170 bilhões, sendo R$ 132 bilhões de aporte novo das mineradoras Samarco, Vale e BHP Billiton, e R$ 38 bilhões já investidos em medidas emergenciais e ações compensatórias desde o colapso.


Acordo de Reparação Mariana: O Que Está em Jogo

A decisão do STF coloca fim, pelo menos em nível judicial superior, a uma série de contestações envolvendo o acordo de reparação Mariana. O pacto é fruto de uma longa negociação entre o governo federal, governos estaduais, prefeituras e as mineradoras responsáveis. Entre as principais metas do acordo estão:

  • A reconstrução da infraestrutura urbana e rural destruída pela lama;

  • A recuperação do meio ambiente, incluindo o rio Doce;

  • Compensações sociais e financeiras para famílias afetadas;

  • Projetos de desenvolvimento sustentável nas regiões impactadas.

Para as mineradoras, o acórdão representa segurança jurídica após anos de disputas judiciais. Já para as comunidades, a decisão é vista com ambivalência: embora o acordo preveja recursos bilionários, muitas lideranças questionam a forma como ele foi firmado, sem ampla consulta às populações atingidas.


Por Que o STF Rejeitou os Recursos Contra o Acordo?

Os cinco recursos analisados pelo plenário do Supremo foram considerados improcedentes por motivos técnicos. As entidades que protocolaram os pedidos — entre elas associações de pescadores, comunidades tradicionais, povos indígenas e o município de Ouro Preto — foram consideradas partes não legitimadas para intervir no acordo, conforme a argumentação do relator do caso e presidente do STF, Luís Roberto Barroso.

Segundo Barroso, essas entidades não fizeram parte do processo original de negociação nem assinaram o pacto. “Por essa razão, não têm legitimação ou interesse para apresentar recurso”, destacou. O magistrado também frisou que o recurso por contradição só é cabível quando há conflito interno na própria decisão — o que, segundo ele, não ocorreu neste caso.

Outro ponto enfatizado foi o respeito à autonomia dos municípios, que puderam aderir ao acordo voluntariamente. Ao todo, 26 dos 49 municípios elegíveis formalizaram sua adesão ao pacto.


Tragédia de Mariana: Relembre o Maior Desastre Ambiental do Brasil

Em 5 de novembro de 2015, a barragem de Fundão, controlada pela Samarco (joint venture entre a Vale e a BHP Billiton), rompeu-se, liberando cerca de 50 milhões de metros cúbicos de rejeitos de mineração. A enxurrada de lama matou 19 pessoas, deixou centenas de desabrigados e contaminou o rio Doce e sua bacia hidrográfica até o litoral do Espírito Santo.

O impacto foi devastador: comunidades inteiras soterradas, biodiversidade destruída, atividades econômicas paralisadas e um rastro de sofrimento humano. Além dos danos ambientais, os efeitos sociais ainda são sentidos por milhares de famílias que, até hoje, buscam reconhecimento, indenização e apoio para reconstruir suas vidas.


Desdobramentos do Acordo: O Que Vem a Seguir?

Com a homologação do acordo de reparação Mariana pelo STF, o foco agora se volta à execução das ações previstas no pacto. A Fundação Renova, criada para operacionalizar os projetos de reparação, terá papel central na destinação dos recursos, que serão aplicados em frentes como:

  • Construção de moradias e reassentamentos coletivos;

  • Saneamento básico e abastecimento de água potável;

  • Revitalização de áreas rurais e urbanas afetadas;

  • Incentivo à agricultura familiar e ao turismo sustentável;

  • Programas de saúde mental e acompanhamento psicológico.

Também estão previstos mecanismos de governança e auditoria para fiscalizar o uso dos recursos, com participação de órgãos públicos, entidades independentes e, em tese, representantes das comunidades.


Críticas ao Acordo de Reparação Mariana

Apesar do volume financeiro envolvido, o acordo não está isento de críticas. Movimentos sociais e representantes de comunidades atingidas apontam falhas graves no processo, como a falta de consulta prévia, o não reconhecimento de danos imateriais e a desigualdade na distribuição de recursos entre os municípios.

Além disso, muitos questionam a atuação da Fundação Renova, acusada de lentidão, burocracia e falta de diálogo com as vítimas. Em quase 10 anos desde o desastre, poucas famílias reassentadas receberam suas novas moradias e inúmeros processos de indenização ainda tramitam.

As federações que recorreram ao STF alegaram exatamente isso: que o acordo foi celebrado sem levar em conta a complexidade social do desastre e que suas comunidades foram marginalizadas nas decisões.


Impacto Econômico e Ambiental do Rompimento

O colapso da barragem teve repercussões nacionais e internacionais. Estima-se que o prejuízo ambiental seja incalculável, com perda de espécies nativas, contaminação do solo e da água, e destruição de ecossistemas.

Na esfera econômica, milhares de pescadores, agricultores e pequenos empreendedores perderam sua fonte de sustento. Além disso, a imagem das mineradoras envolvidas foi duramente afetada, acarretando impactos em suas ações e reputação global.

O acordo de R$ 170 bilhões tenta, ao menos em parte, compensar essas perdas, mas especialistas apontam que sua eficácia dependerá da qualidade da execução e do acompanhamento das ações.


Mariana, Uma Década Depois: O Que Mudou?

Em 2025, Mariana ainda carrega cicatrizes profundas. Algumas comunidades seguem em condições precárias, enquanto outras buscam reconstruir suas identidades. A tragédia alterou para sempre a geografia humana, econômica e ecológica da região.

Ao mesmo tempo, o caso gerou reflexões importantes sobre a mineração no Brasil, a responsabilidade das grandes empresas e a necessidade de uma legislação ambiental mais rigorosa. Vários projetos de lei tramitam no Congresso com foco em segurança de barragens e direitos das populações atingidas.


Acordo Histórico, Desafio Contínuo

A confirmação do acordo de reparação Mariana pelo STF representa um marco na tentativa de reparar uma das maiores tragédias ambientais do Brasil. Mas a luta por justiça e dignidade das vítimas está longe de terminar.

É essencial que os R$ 170 bilhões sejam aplicados com transparência, agilidade e responsabilidade. O país tem agora a chance de transformar um capítulo doloroso da sua história em um exemplo de reconstrução e respeito aos direitos humanos e ambientais.

Tags: acordo de reparação Marianabarragem de Fundãocomunidades atingidas Marianadesastre Mariana 2015reparação ambiental MGrompimento de barragemSamarcoSTF Marianatragédia de MarianaVale BHP Mariana

LEIA MAIS

Cristiano Ronaldo No Mundial De Clubes: Clubes Brasileiros Avaliam Proposta Bilionária - Gazeta Mercantil - Esportes
Esportes

Cristiano Ronaldo no Mundial de Clubes: clubes brasileiros avaliam proposta bilionária

Cristiano Ronaldo no Mundial de Clubes: Clubes brasileiros se movimentam em negociação histórica A possível participação de Cristiano Ronaldo no Mundial de Clubes tem movimentado os bastidores do...

MaisDetails
Natura Lidera Ranking Esg E Ambev Sobe Seis Posico Gazeta Mercantil
Business

Ranking de Responsabilidade ESG: Natura lidera e Ambev surpreende com salto no Top 3

Natura lidera ranking de Responsabilidade ESG: veja quem são as 10 empresas mais responsáveis do Brasil No cenário corporativo contemporâneo, práticas sustentáveis, responsabilidade social e ética de governança...

MaisDetails
Minuta Golpista - Gazeta Mercantil
Política

Minuta Golpista: General Confirma que Bolsonaro Apresentou Plano de Golpe às Forças Armadas

General confirma que Bolsonaro discutiu minuta golpista com as Forças Armadas Revelações reforçam a ligação direta do ex-presidente com planos de ruptura institucional e acendem alerta sobre a...

MaisDetails
Morgan Stanley Prevê Dólar Desvalorizado Até 2026: Impactos E Oportunidades Para Investidores - Gazeta Mercantil - Economia
Destaque

Morgan Stanley prevê dólar desvalorizado até 2026: impactos e oportunidades para investidores

Morgan Stanley prevê dólar desvalorizado em 2026: entenda os impactos e oportunidades O Morgan Stanley, uma das maiores instituições financeiras globais, divulgou recentemente uma previsão significativa para o...

MaisDetails
Bitcoin Ultrapassa Us$ 108 Mil E Puxa Alta Das Criptomoedas - Gazeta Mercantil - Economia
Criptomoedas

Bitcoin (BTC) ultrapassa US$ 108 mil e puxa alta das criptomoedas

Bitcoin rompe os US$ 108 mil em meio à tensão geopolítica e guerra comercial: Criptomoedas disparam e mercado tradicional oscila O Bitcoin (BTC), principal criptomoeda do mundo, surpreendeu...

MaisDetails
PUBLICIDADE

GAZETA MERCANTIL

Cristiano Ronaldo No Mundial De Clubes: Clubes Brasileiros Avaliam Proposta Bilionária - Gazeta Mercantil - Esportes
Esportes

Cristiano Ronaldo no Mundial de Clubes: clubes brasileiros avaliam proposta bilionária

Natura Lidera Ranking Esg E Ambev Sobe Seis Posico Gazeta Mercantil
Business

Ranking de Responsabilidade ESG: Natura lidera e Ambev surpreende com salto no Top 3

Minuta Golpista - Gazeta Mercantil
Política

Minuta Golpista: General Confirma que Bolsonaro Apresentou Plano de Golpe às Forças Armadas

Morgan Stanley Prevê Dólar Desvalorizado Até 2026: Impactos E Oportunidades Para Investidores - Gazeta Mercantil - Economia
Destaque

Morgan Stanley prevê dólar desvalorizado até 2026: impactos e oportunidades para investidores

Bitcoin Ultrapassa Us$ 108 Mil E Puxa Alta Das Criptomoedas - Gazeta Mercantil - Economia
Criptomoedas

Bitcoin (BTC) ultrapassa US$ 108 mil e puxa alta das criptomoedas

Uso Medicinal Da Cannabis - Gazeta Mercantil
Política

Uso Medicinal da Cannabis: Governo Lula Regulamenta Cultivo e Produção no Brasil

EDITORIAS

  • Brasil
  • Business
  • Cultura & Lazer
  • Economia
  • Lifestyle
  • Mundo
  • News
  • Política
  • Saúde
  • Tecnologia
  • Trabalho
  • Anuncie Conosco
Gazeta Mercantil Logo White

EDITORIAS

  • Brasil
  • Business
  • Cultura & Lazer
  • Economia
  • Lifestyle
  • Mundo
  • News
  • Política
  • Saúde
  • Tecnologia
  • Trabalho
  • Anuncie Conosco

Veja Também:

  • Cristiano Ronaldo no Mundial de Clubes: clubes brasileiros avaliam proposta bilionária
  • Ranking de Responsabilidade ESG: Natura lidera e Ambev surpreende com salto no Top 3
  • Minuta Golpista: General Confirma que Bolsonaro Apresentou Plano de Golpe às Forças Armadas
  • Morgan Stanley prevê dólar desvalorizado até 2026: impactos e oportunidades para investidores
  • Bitcoin (BTC) ultrapassa US$ 108 mil e puxa alta das criptomoedas
  • Uso Medicinal da Cannabis: Governo Lula Regulamenta Cultivo e Produção no Brasil

© 2023 GAZETA MERCANTIL - Todos os direitos reservados | contato@gazetamercantil.com

Sem resultados
Todos os resultados
  • Brasil
  • Business
  • Cultura & Lazer
  • Economia
  • Lifestyle
  • Mundo
  • News
  • Política
  • Saúde
  • Tecnologia
  • Trabalho
  • Anuncie Conosco

© 2023 GAZETA MERCANTIL - Todos os direitos reservados | contato@gazetamercantil.com