Lula sanciona lei que amplia isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil
A política tributária brasileira passa por uma das mudanças mais significativas das últimas décadas. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a lei que amplia a isenção do Imposto de Renda para trabalhadores com renda mensal de até R$ 5 mil. A medida, considerada uma promessa histórica pelo governo, altera profundamente a base de contribuintes e abre espaço para uma reorganização do sistema de arrecadação federal.
De acordo com números oficiais, cerca de 15 milhões de brasileiros serão diretamente beneficiados pela nova política de renda. Desses, cerca de 10 milhões passam a integrar a faixa totalmente isenta, enquanto outros 5 milhões terão redução expressiva no valor devido — com descontos novos para rendimentos mensais de até R$ 7.350.
A sanção ocorre em um momento de debate intenso sobre justiça fiscal, poder de compra, recomposição de renda e reequilíbrio das classes trabalhadoras. Em um cenário de inflação moderada e esforço governamental para estimular a atividade econômica, a ampliação da isenção do Imposto de Renda passa a ser vista como um instrumento central na tentativa de aliviar a carga tributária sobre os assalariados.
O que muda com a nova isenção do Imposto de Renda
A nova lei estabelece que todos os trabalhadores com renda mensal de até R$ 5 mil ficam isentos do pagamento do IRPF. A regra inclui trabalhadores formais, aposentados que recebem acima do piso previdenciário e contribuintes com outras fontes de renda tributável, desde que dentro do limite estabelecido.
Essa ampliação representa o maior salto no limite de isenção do Imposto de Renda desde a estabilização econômica dos anos 1990. Nas últimas décadas, a defasagem da tabela corroeu o poder real de isenção, fazendo com que trabalhadores de baixa e média renda passassem a pagar cada vez mais imposto, mesmo sem ganho real de salário.
• quem recebe até R$ 5 mil entra na faixa de isenção;
• trabalhadores entre R$ 5.001 e R$ 7.350 terão desconto fixo ampliado;
• a declaração de 2026 já virá com as novas regras, aplicadas ao ano-base 2025;
• o alívio tributário incidirá mês a mês sobre o salário.
O efeito direto da ampliação da isenção do Imposto de Renda é elevar a renda disponível das famílias e corrigir, ao menos parcialmente, o efeito acumulado da defasagem histórica da tabela.
O impacto para os 15 milhões de brasileiros atingidos pela medida
Segundo estimativas do Executivo, o universo de beneficiados pela nova isenção do Imposto de Renda supera 15 milhões de pessoas. Desse total:
• cerca de 10 milhões deixam completamente a base de contribuintes;
• outros 5 milhões terão descontos que reduzem substancialmente o imposto devido;
• a medida afeta diretamente trabalhadores mais jovens, categorias de serviços e profissionais impactados pela inflação dos últimos anos.
O governo argumenta que a ampliação da isenção corrige distorções que levaram contribuintes de classe média baixa a pagarem imposto mesmo sem ganhos reais de renda. Com salários corroídos pela inflação e reajustes insuficientes, milhões de brasileiros passaram a arcar com um tributo originalmente destinado a faixas de renda mais elevadas.
Ao elevar a faixa de isenção do Imposto de Renda, o governo redistribui a carga tributária e efetivamente devolve parte do poder de compra perdido ao longo dos últimos anos.
Como a nova isenção afeta a renda das famílias
A ampliação da isenção do Imposto de Renda representa um dos maiores estímulos diretos ao consumo registrados nos últimos governos. Como o imposto é retido na fonte, milhões de trabalhadores terão aumento imediato na renda líquida mensal.
Exemplos práticos ilustram esse impacto:
Um trabalhador que ganha R$ 4.800, por exemplo, deixará de pagar valores mensais que chegavam a R$ 300 ou mais, dependendo das deduções individuais. No fim do ano, esse efeito pode significar um ganho financeiro superior a R$ 3.000 — sem contar eventuais benefícios adicionais na declaração final.
Na prática, esse aumento de renda líquida tende a estimular:
• o consumo de bens essenciais;
• pagamento de dívidas;
• recuperação da capacidade de poupança das famílias;
• maior estabilidade financeira para trabalhadores de renda intermediária.
A nova isenção do Imposto de Renda ainda pode dar impulso ao setor varejista e de serviços, já que o fim de ano tradicionalmente concentra aumentos de demanda.
A relação entre a isenção do Imposto de Renda e a política econômica
A decisão de ampliar a isenção do Imposto de Renda insere-se em um conjunto de medidas fiscais e tributárias adotadas pelo governo para reformular a relação entre arrecadação e redistribuição. Além da meta de corrigir a tabela, o Executivo busca:
• reduzir a carga tributária dos mais pobres;
• reorganizar a política de incentivos;
• estimular a economia via aumento de renda disponível;
• avançar na reforma tributária voltada ao consumo.
Ao sancionar a nova política, o governo também reforça o discurso de que o sistema tributário brasileiro penalizou por décadas os trabalhadores assalariados. A ampliação da isenção do Imposto de Renda representa, portanto, um marco simbólico e econômico.
Reações políticas e econômicas à nova isenção do Imposto de Renda
A medida recebeu apoio significativo de economistas ligados ao campo social e de movimentos sindicais, que veem a ampliação da isenção do Imposto de Renda como correção de uma injustiça acumulada.
No meio econômico, a mudança foi recebida com cautela. Especialistas apontam:
• o custo fiscal elevado;
• a necessidade de compensações futuras;
• a importância de manter a responsabilidade fiscal;
• o risco de pressão sobre metas de resultado primário.
Por outro lado, analistas destacam que o efeito multiplicador do aumento da renda líquida pode compensar parte da renúncia fiscal via maior consumo, recolhimento indireto de tributos e estímulo à atividade econômica.
O peso da defasagem histórica na tabela do IR
A discussão sobre a isenção do Imposto de Renda sempre esbarrou na defasagem acumulada da tabela. Desde 1996, os reajustes foram insuficientes para acompanhar a inflação.
Entre 1996 e 2024, a defasagem da tabela ultrapassou 140%, segundo cálculos de consultorias financeiras e entidades independentes.
A consequência prática dessa defasagem foi:
• expansão artificial da base de contribuintes;
• aumento do imposto pago por trabalhadores de baixa renda;
• distorção no propósito original da tabela;
• pressão crescente sobre salários que não acompanharam a inflação.
Ao elevar a isenção do Imposto de Renda, o governo tenta corrigir parte desse desequilíbrio histórico.
Quem ganha mais com a ampliação da isenção do Imposto de Renda
A nova política beneficia sobretudo:
• trabalhadores do setor de serviços;
• profissionais administrativos;
• servidores públicos municipais e estaduais;
• trabalhadores formais de média renda;
• aposentados que recebem acima de um salário mínimo;
• contribuintes que não possuíam deduções suficientes para cair na faixa de isenção anterior.
A ampliação da isenção do Imposto de Renda também reduz a regressividade percebida pelos contribuintes com renda entre R$ 3 mil e R$ 5 mil, que, apesar de não integrarem a elite econômica, acabavam pagando imposto significativo.
Como ficará a declaração do Imposto de Renda a partir do próximo ano
As novas regras da isenção do Imposto de Renda passam a valer já na declaração do próximo ano. Isso significa que:
• rendimentos de até R$ 5 mil mensais estarão integralmente isentos;
• contribuintes terão descontos automáticos aplicados mês a mês;
• informações sobre rendimentos, deduções e despesas médicas permanecem obrigatórias;
• contribuintes precisam atualizar seus dados cadastrais junto à Receita;
• cada fonte pagadora deve aplicar a retenção correta conforme a nova tabela.
A Receita Federal deve publicar, nas próximas semanas, orientações detalhadas sobre a operacionalização da nova isenção do Imposto de Renda.
Implicações fiscais e previsões futuras
A ampliação da isenção do Imposto de Renda tem impacto direto sobre a arrecadação federal. Mesmo com compensações previstas em ajustes de outras áreas, o governo deve enfrentar desafios para manter metas fiscais estabelecidas para os próximos anos.
Economistas avaliam que será necessário:
• fortalecer mecanismos de combate à sonegação;
• rever benefícios tributários de setores específicos;
• avançar na tributação de rendas mais altas;
• discutir o Imposto de Renda sobre lucros e dividendos.
Em paralelo, o governo aposta que o aumento da renda disponível estimule o consumo e impulsione a atividade econômica, ampliando a arrecadação indireta.
Uma mudança estrutural na política tributária brasileira
A ampliação da isenção do Imposto de Renda representa um marco estrutural na política tributária nacional. A decisão altera a lógica de arrecadação sobre o trabalho, reduz a carga sobre a classe média baixa e devolve poder de compra a milhões de famílias.
Com o novo modelo, o país dá um passo para reequilibrar a relação entre renda, tributação e justiça fiscal. A trajetória daqui para frente dependerá do comportamento da economia, do esforço fiscal do governo e da capacidade de modernizar o sistema tributário como um todo.






