Novo vírus no WhatsApp rouba dados bancários de brasileiros: entenda o golpe e saiba como se proteger
Um novo vírus no WhatsApp está colocando milhões de brasileiros em risco. Batizado de Maverick, o trojan foi identificado pela empresa de cibersegurança Kaspersky e tem como principal objetivo roubar dados bancários e de corretoras de criptomoedas.
O ataque, que se espalha tanto na versão Web quanto no aplicativo para celular, utiliza métodos avançados de engenharia social e automação para enganar os usuários e obter informações sensíveis. De acordo com especialistas, o Maverick é um dos vírus mais sofisticados já detectados no país, projetado especificamente para atingir sistemas com configuração brasileira.
Como o vírus no WhatsApp age
O vírus no WhatsApp chega ao usuário disfarçado em um arquivo compactado (.zip), enviado por meio de uma mensagem que aparenta ser legítima. Dentro do arquivo há um atalho (.LNK), que, ao ser aberto, ativa o programa malicioso.
O vírus é programado para verificar o fuso horário, o idioma e a região do sistema operacional. Caso identifique que o computador não pertence ao Brasil, ele não executa o ataque, o que comprova que o Maverick foi desenvolvido exclusivamente para atingir brasileiros.
A mensagem enviada pelos golpistas geralmente contém instruções enganosas, como:
“Visualização permitida somente em computadores. Caso esteja utilizando o navegador Chrome, poderá ser solicitado para ‘Manter’ o arquivo, por se tratar de um arquivo zipado.”
Essa linguagem é cuidadosamente construída para transmitir credibilidade, induzindo o usuário a baixar e abrir o arquivo infectado.
O que o vírus faz após a infecção
Assim que o Maverick é ativado, ele passa a monitorar todas as atividades do usuário, especialmente acessos a sites bancários, corretoras e plataformas de pagamento. O vírus consegue:
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Capturar telas e registros de digitação (keylogger);
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Roubar senhas e tokens de autenticação armazenados no navegador;
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Interceptar formulários e dados sensíveis;
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Substituir páginas legítimas por versões falsas para enganar o usuário;
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E até mesmo usar a conta do WhatsApp da vítima para se espalhar automaticamente, enviando novas mensagens fraudulentas a outros contatos.
Essas funcionalidades tornam o Maverick uma das maiores ameaças digitais recentes no Brasil. Apenas em outubro, segundo dados da Kaspersky, foram registradas mais de 62 mil tentativas de infecção.
Bancos e corretoras brasileiras entre os alvos
O vírus foi projetado para atingir 26 bancos e seis corretoras de criptomoedas que operam no Brasil. Ele consegue identificar automaticamente quando o usuário acessa sites dessas instituições e ativa seus mecanismos de roubo de dados.
Os criminosos utilizam as informações coletadas para invadir contas bancárias, realizar transferências, comprar criptomoedas e lavar dinheiro digitalmente. Além disso, o Maverick pode manipular cookies e sessões ativas, obtendo acesso sem necessidade de senha.
A ameaça se torna ainda mais grave porque o vírus permite o controle remoto do dispositivo, o que dá aos hackers autonomia total sobre as ações da vítima.
A evolução de um vírus antigo
A análise do código-fonte do Maverick revelou semelhanças com o trojan Coyote, descoberto em 2004. Ambos utilizam o mesmo mecanismo de criptografia (AES-256), o que sugere que o novo vírus é uma versão aprimorada do antigo malware.
De acordo com especialistas, os desenvolvedores criminosos reaproveitaram partes do código original e reescreveram componentes inteiros para criar uma ameaça mais poderosa, invisível e difícil de detectar pelos antivírus convencionais.
O Maverick representa, portanto, uma evolução das técnicas de ciberataque, combinando engenharia social, automação e algoritmos de disseminação via aplicativos populares como o WhatsApp.
Por que o WhatsApp é o principal alvo
Com 147 milhões de usuários ativos no Brasil, o WhatsApp é o aplicativo de mensagens mais usado do país — e, portanto, o ambiente ideal para criminosos espalharem golpes.
A ampla base de usuários facilita a disseminação em massa de vírus, especialmente quando as mensagens são enviadas por contatos confiáveis cujas contas foram comprometidas. Assim, o ataque ganha legitimidade e se propaga rapidamente.
Além disso, muitos brasileiros utilizam o WhatsApp Web em computadores de trabalho e de uso compartilhado, o que aumenta o risco de infecção e multiplica o alcance do malware.
Impactos financeiros e sociais
Os impactos do vírus no WhatsApp vão muito além do roubo de senhas. Especialistas alertam que os criminosos têm utilizado os dados obtidos para:
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Criar identidades falsas e abrir contas em bancos digitais;
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Solicitar empréstimos e cartões de crédito no nome da vítima;
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Desviar valores de investimentos e carteiras digitais;
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E até chantagear usuários com informações pessoais obtidas por meio do malware.
O golpe afeta diretamente a confiança nas plataformas digitais e reforça a necessidade de educação cibernética entre os usuários.
Como se proteger do novo vírus no WhatsApp
Apesar da sofisticação do Maverick, é possível se proteger contra o vírus no WhatsApp adotando medidas simples e eficazes. A Kaspersky e a Meta, empresa responsável pelo aplicativo, listaram as principais recomendações:
1. Desconfie de anexos e mensagens suspeitas
Nunca abra arquivos ou links enviados inesperadamente, mesmo que venham de contatos conhecidos. Os criminosos frequentemente se passam por amigos, familiares ou colegas de trabalho para enganar as vítimas.
2. Confirme a autenticidade da mensagem
Se receber um arquivo suspeito, confirme com o remetente por outro canal (ligação, e-mail ou mensagem em outro aplicativo).
3. Ative a autenticação em duas etapas
A função está disponível tanto no WhatsApp quanto no e-mail. Ela adiciona uma camada extra de proteção, impedindo que hackers acessem sua conta mesmo com sua senha.
4. Use senhas únicas e fortes
Evite repetir senhas em diferentes plataformas. Utilize combinações longas e seguras com letras, números e símbolos.
5. Mantenha o antivírus atualizado
Softwares de segurança atualizados detectam novas variantes do vírus antes que ele cause danos graves.
6. Faça backups regulares
Mantenha cópias dos seus arquivos importantes em um disco externo ou armazenamento em nuvem, garantindo recuperação rápida em caso de infecção.
Como saber se você foi infectado pelo vírus no WhatsApp
Alguns sinais indicam que seu dispositivo pode estar comprometido:
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O navegador abre sites desconhecidos ou falsos de bancos;
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Mensagens automáticas são enviadas sem sua autorização;
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O computador ou celular fica lento e apresenta erros frequentes;
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Surgem alertas de login em locais diferentes;
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O antivírus detecta arquivos suspeitos com extensão .LNK ou .ZIP.
Caso suspeite de infecção, desconecte imediatamente o WhatsApp Web, altere suas senhas bancárias e execute uma varredura completa com um antivírus confiável.
Como o Brasil pode combater ameaças digitais
O aumento de ataques como o do Maverick evidencia a necessidade de políticas públicas e campanhas educativas sobre cibersegurança.
Empresas de tecnologia e órgãos públicos vêm investindo em iniciativas de conscientização, mas especialistas afirmam que ainda há um longo caminho para reduzir os riscos.
Segundo a Kaspersky, o Brasil figura entre os cinco países mais afetados por trojans bancários no mundo, e o uso de aplicativos de mensagens como vetor de ataque é uma tendência crescente.
O alerta final: vigilância digital é a melhor defesa
O caso do novo vírus no WhatsApp reforça um ponto crucial: a segurança digital depende do comportamento do usuário. Mesmo com antivírus e atualizações de sistema, o elo mais fraco continua sendo o fator humano — a curiosidade e o descuido ao abrir mensagens suspeitas.
Manter-se atento e informado é a principal ferramenta contra golpes cada vez mais sofisticados.
Enquanto o Maverick segue se espalhando pelo país, especialistas pedem cautela redobrada. Evitar cliques impulsivos e verificar sempre a origem de arquivos são atitudes simples que podem evitar prejuízos irreversíveis.






